domingo, 2 de novembro de 2014

Sons Of Anarchy 7x08: The Separation of Crows


Impulsividade genética.

Essa semana, Sons Of Anarchy faz uma importante reflexão sobre Jax e sua natureza. Utilizando uma breve conversa entre Gemma e a esposa do pastor safado (cujo corpo segue enterrado numa das obras comandadas por August Marks), na qual a impulsividade é discutida de forma bastante aberta, podemos analisar o cenário completo. O papo das duas pode até parecer banal, mas mostra a origem das coisas. O roteiro se encarregou de nos levar num caminho claro sobre como certos comportamentos passam por gerações.

Gemma, Jax e Abel. Três pessoas de um mesmo meio, sob as mesmas influências e com atitudes que se repetem. Se agir sem pensar é traço genético, Jax e Abel têm a quem puxar e repetem, cada um em seu universo, os erros que sempre terminam em tragédia.

Embora Abel seja pessimamente interpretado, acho que a inabilidade total de passar sentimentos que a dupla de crianças que o representam na série demonstra é um fator positivo. O garoto já é um vortex de ódio e rancor e certamente será um adolescente problema e morrerá um jovem adulto, isso, se chegar nessa fase da vida, é claro. A corrupção em Abel ainda não é final, mas será se em breve ele não retirado desse ambiente onde todo tipo de violência é incentivada.

Gemma é uma pessoa protetora, mas ao mesmo tempo é o tipo de mãe/avó alienada, que prefere encontrar uma desculpa para comportamentos agressivos do que solucioná-los. E a questão é que, para ela, nem existe necessidade de solução. É normal. Faz parte. É assim que deve ser. É assim que um líder dos Sons Of Anarchy deve crescer e se formar. Para ela, o mundo se resume a isso. A esse pequeno “poder”, ao reino de Charming.

Se Abel, ainda tão pequeno, já demonstra noção sobre “acidentes” e ironiza a própria avó entre um e outro ataque com a lancheira, Jax já faz isso em larga escala. A conversa inicial com Chibs coloca os pingos nos is. Onde tudo começou? Com a morte de Tara. Então, todas as merdas que vieram depois, com chineses, negros e com Jury estão na conta por esse assassinato, numa dívida que nunca será totalmente sanada a não ser que Juice finalmente revele o que sabe. Enquanto isso, Bobby vai continuar perdendo pedacinhos e Jax o “líder que deve ter foco” vai continuar focando em tudo que é errado.

O que é importante perceber é que, pela primeira vez em tempos, Jax começa a raciocinar. As constantes perdas estão pesando em seus ombros e embora ainda não haja nada efetivo mudando, ele tem uma vaga noção de que está destruindo o clube que tanto ama. Consequência por uma cegueira que vai além das mentiras contadas por Gemma, mas também de certa arrogância e da tal impulsividade genética.

Assim como Gemma “matou Tara para só depois perguntar se havia motivo”, Jax aponta suas armas para os chineses e Abel distribui golpes nos coleguinhas de classe. Um ciclo que pode ser quebrado por Wendy, se ela tiver coragem de enfrentar tantas feras para tirar as crianças dali. Um ciclo que vai se encerrar com a morte de Jax e Gemma. Por alguma razão, acredito nisso. Num desfecho em que mãe e filho se destroem. Mas essa é apenas uma das muitas possibilidades nas mãos de Kurt Sutter.

P.S*Se não fosse pela mensagem na parede eu diria que Abel matou os passarinhos, mas pensando bem, uma coisa não invalida a outra.
P.S*Pensem num cenário em que Jax é expulso da SAMCRO. A possibilidade acaba de surgir após a morte de Jury.

P.S*Juice e a barata. A barata e Juice. Poesia e significado numa cena simples.
Comentários
1 Comentários

Um comentário:

jkl disse...

jax é tipo um michael corleone (só que burro)