domingo, 22 de junho de 2014

Orphan Black 2x10 (Season Finale): By Means Which Have Never Yet Been Tried


Quase.


A palavra “quase” é bem pertinente para descrever essa Season Finale e a temporada de Orphan Black como um todo. Foram, ambas, “quase boas” ou “quase ruins”. Ficaremos com outra palavrinha, “mediana”, para fechar o segundo ano da série que se não foi negativo, não chega a ser positivo. Sim, houve momentos cômicos excelentes, mas afinal, Orphan Black é comédia ou é ficção cientifica? Pessoalmente, gosto de uma dose de humor nas minhas séries, até nas mais sisudas, mas fiquei com a sensação de que tentaram disfarçar falta de conteúdo com piadas, porque a parte cientifica, a ação e o mistério, decepcionaram um pouco.

Fiquei esperando essa Season Finale para poder dizer se a falta de rumo havia vitimado Orphan Black, afinal, o último episódio poderia amarrar as tramas e deixar tudo fazendo sentido, mas o veredicto foi o que eu menos desejava. O que vimos nessa Finale é fraco e bastante previsível. O “quase” se aplica também aqui para uma aposta que eu havia feito. Há algumas semanas, coloquei um P.S numa das reviews, dizendo que havia grandes chances de Paul também ser um clone. Foi por pouco. Acertei o plot, errei o personagem, afinal, se não era para ser Paul, que fosse Cal ou Felix. Qualquer um deles seria mais interessante do que o avulso Mark.

Era uma aposta bem óbvia. Se há clones femininos, onde estão os masculinos? Com o exército, claro. Produzidos em série para serem usados como “armas biológicas”. Essa história não foi claramente delineada na temporada, mas como os roteiristas se perderam com as sestras, parecia certo que focassem em novos clones. Resta saber se isso vai dar certo e se vão conseguir segurar uma trama tão ampla. A perda de qualidade e criatividade foi ficando mais e mais evidente toda vez que a série tentou expandiu seu universo.

É fácil notar os problemas se analisarmos caso a caso. Art não serviu para nada. DE NOVO. Paul teve uma cena de sexo, sumiu, virou fantasma e tomou chá com Mrs. S. Felix não teve nenhum desenvolvimento real, passou dez episódios amparando o plot alheio, sem nunca ter uma história para chamar de sua. Cosima tossiu, ameaçou morrer e fica viva para tossir mais um pouco na Season 3, quando vão conseguir uma cura para ela, já que não existe coragem para matá-la. Teria sido um diferencial dessa Finale, com certeza. Alison sofreu com o subaproveitamento no início, mas brilhou ao lado de Donnie quando teve a chance. Na finale, no entanto, não teve nenhuma função. O resto da temporada foi apenas a eterna perseguição à menina Kira. A troco de quê, ninguém realmente sabe.

As clones de destaque são Sarah e Helena, mas só Helena é realmente interessante. Sarah é a mãe com maior capacidade de perder a própria filha e também sortuda porque sempre consegue escapar magicamente das piores situações. Helena, por sua vez, criou uma empatia ainda maior com os fãs com seus altos e baixos emocionais, além das pirotecnias alimentares.

O que foi extremamente mal aproveitado foi o lance dos Proletheans. Tive a impressão de seria maior e mais importante, mas a trama desapareceu por vários episódios e não teve lá muita utilidade além de engravidar um monte de gente com os óvulos de Helena. Mesmo nisso, não aparece haver um objetivo e é aí que mora o problema. Podemos falar separadamente de tudo que aconteceu, mas podemos juntar todas as informações de um modo que tudo faça sentido e mostre que a trama central tem qualidade? Parece que não. Os objetivos das tramas paralelas ainda não convergiram e esse pode ser um problema para muita gente que – pelo que vi por aí – já está abandonando Orphan Black, devido a uma série de decepções com o desenvolvimento geral.

É muito fácil, em se tratando de ficção cientifica soltar a máxima da conspiração de grandes corporações que atuam ilegalmente para obter lucro. É um baita clichê, mas pode funcionar se nos derem um bom motivo para a criação de clones e sua exploração comercial. Afinal, resta saber como estão ganhando dinheiro com isso, mas acredito que o momento de revelar não seja agora, o que significa que, daqui um ano, será o momento e é bom que a equipe de Orphan Black use esse tempo para pensar em algo realmente convincente. Isso é urgente, já que Marian, mãe postiça da mini clone perneta, revela que tentaram continuar produzindo as cópias, mas o projeto não foi bem sucedido.


Dessa Season Finale, levo a alegria de ver Rachel levando um lápis no meio do olho. Não tenho esperança de que ela morra e não retorne, mas tudo bem. Levo também a satisfação de ver muito pouco de Delphine e de apreciar a festa das clones de camarote. Agora, vamos esperar até a próxima temporada, quando tentarão fazer um filho dos clones só pra ver que bicho vai dar.
Comentários
5 Comentários

5 comentários:

Vinícius disse...

Curti a season finale. A temporada foi bem mediana, a parte dos mistérios nem me empolgaram e é muito engraçado como tudo é muito fácil pra Sarah e como tá todo mundo sempre tendo algum segredo relacionado a ela. A série se perdeu no próprio clichê.
Mas cara, 2 momentos fodas foram a dança dos clones (pessoal dos efeitos especiais deve ter trabalhado muitas horas extras pra fazer a cena) e a cena final. Não sei se foi boa escolha os clones masculinos... mas eu fiquei ansioso pra ver como vai ser :D

Raul Ribeiro disse...

Não gostei dessa temporada, mas não a ponto de largar.

Acho que os roteiristas tentaram contar histórias demais sem planejamento real, como a da Helena. Surgiu do nada e foi pra lugar nenhum. A Allison coitada, é a preferida de todos, mas esteve muito alheia à trama central. E o que a Siobhan (com -BH) quer, afinal de contas? E o Paul, pq sempre tão vestido?

Sabe quando, em Breaking Bad, nós ficamos tensos de imaginar o que os primos ou o Gus vão fazer em seguida, e o risco que isso vai representar pro protagonista? Tive a impressão de que os roteiristas queriam que nós sentíssemos esse tipo de expectativa em relação à DYAD, mas nunca de fato cheguei a me importar com esse núcleo. A companhia representava uma ameaça muito intangível, na minha opinião. Falta um bom vilão.

Quando a Sarah saiu pra visitar a Marian, não reparou na falta da Helena? Não viu o boné jogado no corredor? O plot do projeto Castor talvez seja interessante, mas... não consigo olhar praquele ator sem pensar em cortes de cabelo mais adequados.

Talvez a Tossima estivesse morrendo e a Kira a trouxe de volta com o toque. Sinceramente? Não gosto dessa possibilidade.


Ahh, vc lembra na premiere quando a Rachel discutia com o Paul sobre a taiwanesa, ou alguma coisa assim? Achei que fossem nos apresentar uma clone asiática, mas pelo visto me enganei.

Eu depositei muita confiança nos episódios finais porque achei que, assim como na primeira temporada, as coisas iriam se conectar e escalar na reta final. Para a próxima temporada de Orphan Black, aprendi minha lição - abaixar as expectativas.

PS: Rachel deve ter ficado desapontada com aquele lápis no olho (ba dum tss)

PS 2: Camis, terminei finalmente Six Feet Under. Preciso de lenços.

Marian disse...

Gostei da season finale. Porém, concordo em relação a segunda temporada em que parece que os roteiristas/escritores/sei la quem, estiveram meio perdidos em relação a história. Acho que eles estavam lidando com muitos clones nessa segunda temporada, e cada um com um plot diferente, por isso histórias como a da Helena e Alison foram meio que esquecidas e deixadas de lado em muitos episódios. E me preocupo agora com uma possível 3ª temporada. Não gostei dos "clones masculinos" (a.k.a Project Castor), porque assim é MAIS história para se juntar ao que ja tem, o que significa que a série vai ficar mais perdida ainda e sem respostas convincentes. Como, por que a Rachel queria tanto sequestrar a Kira? Paul era agente duplo todo esse tempo? Por que criar tantos clones? A fim de que? Qual o interesse pessoal da Mrs. S? Acho que faltou respostas para muitas perguntas nessa temporada.

Sú disse...

Camis bacana seus comentários. Só acrescento que durante a dança das clones faltou a bexiga e elas alucinando kkkk. Como em todas as séries fica a insegurança do que poderá ser a proxima temporada.

Thiago Rodrigues disse...

Umas das minhas séries preferidas. Porem não tenho mundo tempo para me dedicar em assistir ela, ótimo post.


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