domingo, 11 de maio de 2014

Grey's Anatomy 10x23: Everything I Try to Do, Nothing Seems to Turn Out Right


A sorte mora no Grey-Sloan Memorial Hospital.

A despedida de Cristina Yang já pode ser considerada o maior evento televisivo de 2014. Não pela magnitude (que já se perdeu), mas pela duração etérea do tema. Poderiam ter utilizado o episódio anterior agora, na véspera da temporada ser encerrada, mas o acho que objetividade não anda muito em pauta.

Teria sido uma excelente “Parte 1” para a saída da personagem, mas ainda tivemos esse episódio de recheio, que não traz, de fato, nada muito novo para Cristina, que fica fazendo entrevistas e lendo currículos. E temos o repeteco da situação de Owen que demonstra ter zero amor próprio. Ele não tenta fazê-la ficar, mas quer ficar com ela até o último minuto, para depois seguir a vida. Parece ser algo muito sofrido de se propor a si mesmo e ao outro, especialmente quando não há qualquer perspectiva. Gostaria que Owen não ficasse tão mal nessa situação, mas fica. O personagem só perde mais e mais a cada dia e não sei o que farão para recuperá-lo, se é que isso será possível.

O que fica claro com esse episódio é que existe sim, entre os roteiristas, a consciência de que a série precisa mudar. O diálogo final de Meredith e Derek é a prova disso. Eles sabem. Grey’s Anatomy precisa de vida, de alma, de ação, de romance, de bons dramas. De tudo o que está empacado há tempos, transformando a série num marasmo sem fim.

Se o cancelamento não é uma opção, ficar do jeito que está também não é. Livrar-nos de Murphy não é solução, mas já começa a ajudar. Mandem embora também os outros três internos. Tragam novos personagens com histórias que empolguem e recomecem a série com novo gás, porque sabemos que Grey’s Anatomy tem o poder de se regenerar. Já vimos muitas vezes, mas agora estamos num ponto em que “ou vai ou racha”.

Imaginem mais um ano de Callie e Arizona em crise. Vocês aguentam? Não há mais nada o que explorar com elas e ficamos diante da gravidez impossível de Callie, que também não quer que Arizona engravide pelo casal estar frágil. Se elas são frágeis a gravidez de Callie também seria uma ameaça, então? Não vi muito sentido.

E mais um ano de brigas de casal com Avery e April, quem atura? Não brigaram nesse episódio e foram fofos com o lance do bebê, mas logo teremos a saga de Catherine Avery tentando dominar a vida do neto e muitas discussões sobre como se livrar dessa sogra víbora.

Agora, imaginem mais um ano de Karev e Izzie Wanabbe, digo, Jo. NADA acontece com esse casal. Saudade do tempo em que Karev pegava as pacientes sem identidade. Acho que Karev e Jo é o pior casal da história da série. Talvez empatados com Derek e a enfermeira avulsa, mas até esse casal teve um propósito, algo que entre Karev e Jo não existe. Ah, e Karev invadindo o hospital para roubar cirurgias? O que foi isso? Incompreensível, assim como a súbita inabilidade de Murphy, que passou o episódio comendo feito louca e arrotando na nossa cara para ser dispensada por Richard com aquela desculpa péssima.

A história de Bailey, por sua vez, é puro golpe de sorte. Não entendo como alguém pode achar isso bom ou meramente aceitável. A carreira dela foi redefinida por sorte. Sorte de que Stephanie é suicida profissional, sorte de os pais do garoto engolirem a história, sorte de não processarem. E todo o tempo dava para saber que não haveria consequências o que é, de verdade, a pior parte.

Espero que consigam criar algo de bom para Amy na próxima temporada, porque a pobrezinha só fica cozinhando e sendo babá de luxo para os filhos de Meredith e Derek, enquanto também dá uma ajudinha na sala cirúrgica. Trama vergonhosa e sem o menor brilho, se é que dá para chamar isso de trama.


Pelo menos, ficamos na expectativa de apenas mais um episódio. E que no ano que vem, sem Cristina, a coisa melhore. Porque ver personagens em conversas sem impacto e em histórias que apenas se repetem vai ser impossível.
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