Para este ano, faltou o
Chewbacca.
Os dois últimos episódios de Glee
vieram cheinhos de maluquice. Um elemento que se provou tão contraditório
quanto seu efeito nos episódios. Em um
deles a maluquice não foi muito bem vinda, mas no outro, a dose de insanidade
pareceu apenas perfeita. Direi logo de cara que achei “Puppet Master” um dos
roteiros mais esquizofrênicos de Glee, no mal sentido. Geralmente aprovo todo
tipo de recurso esdrúxulo para que a série seja divertida, mas vi muita
repetição. Praticamente fizeram um
repeteco do primeiro episódio que homenageada Britney Spears, mudando a
anestesia do dentista para o gás do condicionador de ar da sala de aula. O
efeito foi o mesmo. Se Britanny virou Britney, Blaine virou o mestre do Glee
Club, usando os amigos como bonecos que apenas obedecem a suas ordens.
A questão aqui não é nem a ideia
repetida. É que não foi divertido de assistir e a trama apenas ficou mais
avulsa do que o habitual, especialmente em Lima, onde Blaine surtava e víamos
Sue Sylvester pedir ajuda de Will e Unique, para se tornar mais feminina.
Confesso que gostei de ver “Cheek to
Cheek” na série,mas a história toda veio e se esvaiu, deixando tudo fora de
contexto. Para completar, Jake parece tão esquizofrênico quanto o episódio em
si, porque tentaram fazer ali uma redenção para ele, mas só fiquei achando que
o personagem é muito mais babaca do que eu poderia prever. O que foi bom de
verdade: o discurso da cheerleader megaevil sobre Jake ser ou não o pai de seu
bebê. Gostei dela naquele momento, mas não pude deixar de pensar que já vi isso
antes com Quinn, Finn e Puck. Pois é.
O que realmente é inegável é o
talento de Jacob Artist como dançarino. Ele deu vida à execução da dobradinha
de “Nasty” e Rhythm Nation, de Janet Jackson, o que me faz pensar que essa
trama toda foi construída em torno desse número musical. Será? No fim, a
quantidade de coisas aleatórias ainda não havia parado, mas confesso que adorei
“The Fox”. Não vejo sentido algum nessa música sendo inserida no episódio, mas
afinal, o que importa é o resultado final e como entretenimento a canção foi
ótima e “salvou a lavoura”. Em NY,
também gostei do clima “kitsch” do Pamela Lansbury, que pelo menos na
imaginação de Kurt, é um show que vale a pena ser visto. O problema é que eu
gostaria de ver Demi Lovato e Adam Lambert serem mais bem explorados em Glee.
Sinto que eles renderiam muito mais se os roteiristas assim desejassem.
Já em “Previously Unaired
Christmas” o conceito de “zuera never ends” é realmente levado a sério. O
resultado é o especial natalino menos tradicional que já viu, com elfos
sensuais, Papai Noel ladrão e a inusitada encenação do nascimento de Cristo, ao
som das PIORES músicas natalinas EVER. Convenhamos, Glee já gravou todas as
canções de Natal que prestavam para os episódios dos anos anteriores, então a
coisa está feia nesse quesito.
Só que, com um roteiro tão “ousado”,
digamos assim, as músicas pouco importaram. Eram tantas coisas maravilhosamente
cretinas acontecendo ao mesmo tempo em que nem me importei com a parte musical,
para ser bem honesta.
Para começar, palmas para a abertura do
episódio, com Jane Lynch fazendo uma espécie de macumba “Natal Edition” para
suas concorrentes no Emmy, Golden Globe, People Choice Awards, Teen Choice,
Framboesa de Ouro e o escambau.
Como a timeline da série está
completamente estragada desde que dezenas de adaptações foram feitas por causa
da rehab e posterior morte de Cory Monteith, o jeito foi inventar um especial
gravado em 2012, o que é mega engraçado porque naquela época o cabelo de Chord
Overstreet não era motivo de protestos nas ruas de todo o mundo.
Com isso em mente, o desafio era
chocar a Comunidade Cristã e acho que deu certo. A abordagem ao nascimento de
Jesus tomou conta de Lima, com números musicais acachapantes em que Unique,
vestido e Virgem Maria de bordel paria seu filho no meio do palco, só para
convencer Kitty que até quem nasceu para Maria Madalena tem espaço garantido ao
lado na manjedoura, desde que seu coração esteja no lugar certo.
Tina e Sam assumem a vanguarda do
humor na briga pelo anjo de plástico e, com a ajuda de Becky, me mataram de rir
desse concurso alucinado de árvores de Natal. Achei absurdo Becky não levar o
prêmio por fazer uma árvore de lixo quando o tema era “Go Green”. Reciclagem é
importante, assim como assistir Gigolôs no Showtime. Ainda por cima houve a
ousadia da árvore de maconha, que dispensa qualquer comentário maior, porque
com a turma do colégio, o espírito natalino sentiu vontade de reencarnar.
Mais uma vez, NY faz meus olhos
brilharem diante de tanta amarração de plots. Impossível não amar o emprego de
elfos sensuais de Rachel, Kurt e Santana, o que me fez pensar que veria sim, um
spinoff desses três em empregos bizarros.
Santana de mamãe Noel sincera foi
surreal de tão bom. Uma pessoa que a gente nota que gosta e tem jeito com
crianças, só que não. Os diálogos dela com os pequenos me chocaram um pouco,
mas até aí, esse era o objetivo. Porém, ver Kurt amarrado que nem um frango
assado causou um efeito um pouco maior. Como pode? Glee faz um número dos
Chipmunks que acaba quase numa orgia.
Adorei a participação de Bryce
Johnson, adicionando seu six-pack como um presente de Natal para todos – ou alguns
- de nós. Eu olhava aquela história que veio de lugar nenhum e ainda assim era
tão boa de assistir e pensava no quanto Glee pode variar entre extremos. E
mais: Provavelmente há quem tenha amado “Puppet Master” e detestado “Previously
Unaired Christmas”. Maluquice também é uma questão de gosto.
Músicas no episódio (Puppet Master):
"You're My Best Friend" – Queen: Blaine (Darren Criss)
"Cheek to Cheek" - Fred Astaire: Sue (Jane Lynch) e Will (Matthew Morrison)
"Into The
Groove" – Madonna:
Pamela Lansbury
"Nasty" /
"Rhythm Nation" - Janet Jackson / Janet Jackson: Jake (Jacob Artist), Marley (Melissa Benoist),
Bree (Erinn Westbrook), e McKinley High Cheerios
"The Fox (What
Does the Fox Say?)" - Ylvis Blaine (Darren Criss), Tina (Jenna Ushkowitz), Artie (Kevin
McHale), Kitty (Becca Tobin), Rachel (Lea Michele), Elliott
"Starchild" (Adam Lambert), Santana (Naya Rivera), Jake (Jacob
Artist), Pamela Landsbury e New Directions
Músicas no episódio (Previously
Unaired Christmas):
"Here Comes Santa
Claus (Down Santa Claus Lane)" - Gene Autry: Santana (Naya Rivera), Rachel (Lea Michele) e
Kurt (Chris Colfer)
"Rockin' Around
the Christmas Tree" - Brenda Lee: Artie (Kevin
McHale), Will (Matthew Morrison), Jake (Jacob Artist), Kitty (Becca Tobin),
Marley (Melissa Benoist) e New Directions
"Mary's Boy
Child" / "Oh My Lord" - Jester Hairston / Boney M.: Marley (Melissa Benoist), Wade
"Unique" (Alex Newell) e Tina (Jenna Ushkowitz)
"The Chipmunk
Song (Christmas Don't Be Late)" - Alvin and the Chipmunks: Cody (Bryce Johnson), Kurt (Chris Colfer),
Santana (Naya Rivera) e Rachel (Lea Michele)
"Love Child" - The Supremes: Wade
"Unique" (Alex Newell)
"Away in a
Manger" – Traditional:
Kitty (Becca Tobin), Rachel (Lea Michele), Kurt (Chris Colfer), Santana (Naya
Rivera) e New Directions