segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Almost Human 1x03/04: Are You Receiving?/The Bends


 
Salvando o planeta com chiclete e cortador de unhas.
Por problemas pessoais não consegui ver os dois episódios de Almost Human -  sobre os quais falarei nesse texto – na semana em que foram exibidos. Só estou citando esse fato porque, curiosamente, pude observar, à distância, as opiniões de quem resolveu apostar na série, pelo menos por um tempo. Foram poucos os elogios. A grande maioria dizia que a série estava fazendo “fillers” e que já estava largando tudo porque o esquema de caso da semana não é um grande atrativo.
Realmente, concordo com a segunda afirmação. Não sou a maior fã de procedurals, mas por enquanto, Almost Human está entregando os casinhos do dia de um jeito bem interessante e que, no fundo, me lembram bastante do modo como Fringe se desenvolveu no começo. Quero evitar esse tipo de comparação. Sei que gera expectativa e que isso pode ser fatal. Mas eu não espero que Almost Human seja Fringe, inclusive, apesar das referências à série que apareceram nos dois episódios, a dinâmica é bem diferente. Para mim, AH é mais leve e tem um humor muito mais fanfarrão. E essa veia cômica que corre solta pela relação de Kennex e Dorian tem sido o que mais me atrai.
 Acho que agora é uma boa hora para dizer que discordo dos descontentes e que as pessoas precisam aprender o conceito de “filler” antes de usar o termo em vão. O que eu percebo nesse inicio de série é um monte de casos que parecem desconexos, mas que no fundo, não são. Posso estar enganada? Mas claro. Só que eu duvido muito que alguém faça uma série com o nível de apuração técnica de AH e com os roteiros bem escritos que se apresentaram nesse primeiro mês, para simplesmente ter uma temporada que não leva a lugar algum.  Simplesmente não faria sentido e seria um monte de dinheiro jogado fora.
O grande lance das produções de ficção cientifica é que elas começam nebulosas. E leva tempo até desvendarmos a trama, os personagens, as intenções. E essa é a graça da viagem. Não é a primeira vez que digo que pessoas que sofrem da necessidade da “ejaculação precoce” não podem e não devem ver ficção cientifica. Além do mais, no caso especifico de Almost Human, os episódios têm boas cenas de ação e conseguem ser engraçados.
Fiquei muito feliz ao assistir “Are You Receiving?”.  É curioso notar o esforço para humanizar os protagonistas. Ambos. Dorian levanta uma questão sensacional sobre o medo de morrer, que ele não deveria ter, mas sente. E isso tudo depois de vermos Kennex contar a história de quando caiu no lago congelado quando pescava com o pai. Nossa primeira referência à Fringe e todo o drama entre Peter e Walter no lago gelado, mas que em AH vem para nos mostrar que Kennex tem sim, uma capacidade disfarçada de estabelecer relações com o outro por meio de seus traumas. O modo como ele usa as lembranças para acalmar uma das vítimas no vigésimo quinto andar é muito bacana e cria empatia real.
Outra cena ótima é a aquela em que Kennex se preocupa em consertar o parceiro. Se ele não considerasse Dorian como um colega jamais teria mascado aquele chiclete velho para trazer de volta a tradição de McGyver às telas. Sinceramente, acho que foi uma referência a essa série clássica, porque me lembrou demais o modo como McGyver resolvia as coisas com um grampo de cabelo e uma tampa de caneta BIC. O lance aqui é que as caras de Kennex, enquanto vai grudando a cabeça de Dorian e cortando todos os fios errados, são memoráveis. E depois ele ainda tenta esclarecer que “ninguém mexe com minha cafeteira”, mas esse bullying é amor, já está bem claro.
Gostei bastante da parte tecnológica apresentada, com o sintetizador que transforma as feições das pessoas e se provou utilíssimo para os criminosos. Dorian como central telefônica foi um sucesso só, com direito até a um português bem falado. E também fiquei intrigada com o tal roubo daquela substância (desculpem, esqueci o nome da dita cuja), que veio de uma série e pode se mostrar maior do que o caso da semana.
Em “The Bends”, mais referência a Fringe com o misterioso Bishop comandando um laboratório de drogas ilegais, o que acabou me fazendo lembrar de Breaking Bad, para finalizar. Maravilhoso o trio calafrio formado por Kennex, Dorian e Rudy. Absolutamente disfuncional e bizarro. O caso, mais uma vez, foi bem bacana de acompanhar, colocando no centro das atenções um amigo de Kennex que estava desfiando o próprio chefe, sem poder sequer imaginar.
Rudy, no auge de sua esquisitice, mandou muito bem. Ele é atrapalhado na medida certa e o lance com o chapéu e os óculos daquele disfarce foi pra nos provar a importância de acreditar no personagem.  Minha critica para os coadjuvantes, se é que posso fazê-la tão cedo, é que acho as mulheres muito mal exploradas na série. Maldonado e Valerie ficam apenas debatendo o óbvio no QG e não colocam a mão na massa. No entanto, sei que estamos engatinhando e que isso tende a mudar.
Mais uma vez, a tecnologia é destaque e amei as baratinhas espiãs, assim como o GPS líquido. Dorian tem saído bastante avariado das missões e, mesmo ele sendo um robô, tenho pena dele, todo estropiado. Só não tive pena quando o robô drug dealer perde a cabeça e a coluna naquele guindaste e essa sequência é mais uma que prova que os efeitos visuais de AH são, provavelmente, os melhores da TV atual.
Para quem já estava querendo ver uma revanche de Dorian, que sempre é a vítima das piadinhas de Kennex, dessa vez, vimos que a vingança é um prato que se come frio. E vivo. E com gosma. O que foi aquele “sushi” super fresco? Tão fresco que ainda estava inteirinho e na forma de lesminha do futuro? Mais uma referência a um grande clássico: Timão e Pumba, entoando o mantra, “viscoso, mas gostoso”.
P.S*Adoro ver os robôs sendo destruídos. Fetiche?
Comentários
2 Comentários

2 comentários:

Paula disse...

Puxa, que pena que tem gente que não está gostando da série, acho que ela tem tudo pra emplacar!!!

Danni disse...

the bends foi o mais chato até agora, fui assistindo em parcelas e me desanimou pra o próximo episódio... mas que a série tem potencial é um fato.