Desde que essa temporada começou,
eu estava esperando por um episódio como esse, que deixasse para trás os dramas
da vida real que acabaram afetando a ficção, e que focasse num dos pontos
fortes de Glee, que é a capacidade de ser leve, engraçada, cretina e nos deixar
com aquela sensação boa depois de 40 minutos dedicados à série.
Foi assim que me senti com Movin’
Out. De volta aos bons tempos, aos eixos. Um episódio engraçado, mas que não
deixou de ter momentos tocantes e bonitos. Um episódio em que sinto, pela
primeira vez, que estamos superando os problemas e recolando os personagens Np caminho
certo.
Os grandes destaques ficam com a
dupla #BLAM, mas não poderia deixar de elogiar a doçura de Artie e Becky. Duas
duplas incríveis e que foram a alma desse episódio. A mudança temporária de
Blaine e Sam para a Big Apple inicia muito bem essa semana ao som de “Movi’n
Out”, de Billy Joel, o grande homenageado da semana. Canções que ficaram
ótimas, encaixaram com a história e foram absurdamente simples. Saímos,
finalmente, da mesmice do pop (que eu adoro, não se enganem) e vimos Glee fazer
algo diferente e honesto.
Sou só elogios para a montagem
desse primeiro número musical, que começa na escola e segue para New York. Foi
uma canção feliz, em todos os sentidos, numa sequência de imagens que era
divertida e contava a trajetória dos dois, ao mesmo tempo. Apostar no futuro
dos membros do New Directions é sucesso quase certo. São as expectativas deles,
as frustrações, os sonhos que movem a série. Por isso é fácil entender as
neuras de Blaine, que sempre é bastante confiante, mas precisa do apoio de Kurt
para não perder o rumo diante do medo de fracassar. A execução de “Piano Man”
foi linda e fiquei feliz em ver Darren Criss em algo menos teatral.
Sam é um caso à parte. Assumiu
muito bem o papel de alívio cômico que antes era de Britanny e consegue ser
lindo e hilário ao mesmo tempo. Flashback dele, com o grande sonho de ser
modelo e ter seu “pacote” em tamanho Extra G estampados nos ônibus foi uma
excelente sacada. Pode-se dizer o mesmo das cenas em sua sessão de fotos (com
Rachel passando um oleozinho para garibar, né? #quemnunca?) e dos diálogos com
Tyra Banks. O texto ali foi pontual. Era comédia, mas falava também das exigências
absurdas para os modelos, inclusive ops masculinos. Soubemos que além da boca
de truta, Sam possui o doce olhar das vaquinhas no campo e aí tive certeza de
que a carreira dele como modelo seria um total sucesso.
Também adorei a entrevista dele
para a faculdade, com diálogos maravilhosamente bizarros como: “Então, você é
negra. Um tiro no escuro: conhece Mercedes Jones?”. Uma pena ele ter perdido a bolsa de estudos
CHANNING TATUM PARA EX-STRIPPERS. Quase tive uma síncope com essa sacada.
Obrigada, roteiristas de Glee. Mas não podemos deixar de falar do assunto mais
polêmico que é o surgimento de #SAMCHEL.
Confesso que achei fofo, gostei, aprovei e quero ver mais.
Só que já tem gente contra,
achando que Rachel tem que ficar sozinha por mais três anos antes de ter um
rumo romântico na série. Apenas direi que está na hora de superar. Glee precisa
seguir em frente e ponto final. Rachel, como protagonista, não pode estar numa
velocidade diferente da do resto da série, então sem essa ladainha. Além do
mais, com essa visitinha de Sam e Blaine em NY, a transição dos personagens
para esse novo cenário parece bem natural e cada vez mais esse núcleo deve ter
atenção, inclusive, por estar trazendo coisas diferentes.
Apesar disso, em Lima os plots
também foram ótimos. Feira das profissões foi surreal de tão boa, oferecendo
carreiras de atendente de lanchonete e escultor fecal. Acho absurdo Will dizer
que não havia nada para artes na feira, quando escultura em cocô é algo tão
artístico e desafiador. De qualquer forma, o que realmente valeu a pena foram
as cenas de Artie e Becky. Uma história bacana e que dá continuidade ao drama
iniciado em Shooting Star, quando Becky faz o que faz por puro medo de deixar a
escola e sair da zona de conforto. Agora ela conhece uma faculdade em que irá
se encaixar e superar esse trauma, o que é maravilhoso e muito bem pensado. “Honesty” foi apenas emocionante e coube tão
bem para a situação que eu quase esqueci que Becky queria ver o “cogumelo roxo”
de Artie no final.
O que ficou um tantinho além do
meu gosto foi o triângulo de Marley, Jake e Ryder. O que aconteceu com Jake? Do
nada está no ápice da babaquice, pegando geral, mas ainda enche o armário de
Marley de flores. É muito desvio de personalidade junto, mas mesmo assim achei
Ryder muito agressivo em sua tentativa de ganhar Marley. Tudo bem que ele
estava só esperando por essa chance, mas sei lá. O que importa é que gostei da
batalha musical que tivemos com “My Life” e “An Innocent Man”. Quem vencerá? Bad
boy com pinta na virilha ou rapaz inocente que frequenta a igreja e tem
dislexia?
Na verdade, nada disso importa,
porque Sue ganha de presente um incrível espetáculo musical com todos os
malucos da escola. Excelente ela dizer que não aguentava mais ver o Glee Club
pegar uma palavra e usá-la para inserir uma música e encerrar a lição da
semana. Foi isso mesmo e quando o resultado é tão contagiante quanto o de “You
May Be Right” fica muito feio reclamar.
P.S*Boa observação no previously:
“esse é o ano escolar mais longo de todos os tempos”. Se é. Já estamos com dois
Thanksgivins e dois Natais, né Ryan Murphy?
Músicas no episódio:
"Movin’ Out" - Billy Joel: Sam (Chord Overstreet) e Blaine (Darren Criss)
"Piano Man" - Billy Joel: Blaine (Darren
Criss)
"My Life" - Billy Joel: Jake (Jacob
Artist)
"Honesty" - Billy Joel: Artie (Kevin
McHale)
"An Innocent
Man" - Billy
Joel: Ryder (Blake Jenner)
"Just the Way You
Are" - Billy
Joel: Rachel (Lea Michele), Santana (Naya Rivera), Sam (Chord Overstreet), Kurt
(Chris Colfer) e Blaine (Darren Criss)
"You May Be
Right" - Billy
Joel: Artie (Kevin McHale), Jake (Jacob Artist), Kitty (Becca Tobin), Ryder
(Blake Jenner) e Will (Matthew Morrison)