A vida está corrida, mas as estreias não esperam. Nessa semana
(duas, na verdade), mais um montão de séries novas chegam à TV, mas será
que alguma delas vale a pena? Para saber o que a Fall, ou melhor, Troll Season
anda aprontando, leia mais ou sofra comigo, assistindo a todos os lançamentos
mais acachapantes dos últimos anos.
Atlantis 1x01 – The Earth Bull
A primeira pergunta que eu fiz ao começar o episódio piloto de
Atlantis foi: Que ano é hoje? Sem brincadeira. Não consigo compreender porque a
BBC pensou que seria legal, em pleno 2013, fazer algo que tivesse a qualidade
das séries mais toscas da década de 1990. Quem quer realmente assistir a uma
série de premissa tosca – Jason vai atrás do pai sumido e acaba indo parar em
Atlantis. A surpresa é que ele é de lá e não dos dias atuais. Ele também é
considerado uma espécie de salvador ou similar - e que mistura um cara
chamado Jason (oi?), Pitágoras (é, aquele mesmo das matemáticas) e um Hércules
gordinho? Parece uma comédia potencial, mas só para quem está com tempo
sobrando e pode dedicar 40 minutos ao protagonista mais saltitante desde menina
Diane dos Santos dando um Twist Duplo Carpado nas Olimpíadas.
Hello
Ladies 1x01 – Pilot
Eu
adoro Stephen Merchant. Ele é um escritor talentoso e um ator razoável, mas Hello Ladies
é para esquecer. Homem britânico que vem a Los Angeles para encontrar a mulher
dos sonhos? BITCH, PLEASE. Não faço ideia do motivo da HBO ter aceitado esse
roteiro, que é chato, bobo e cara de mamão. O texto não funciona e sim, nós
entendemos que é difícil chegar na mulherada e tomar toco atrás de toco, mas a
série não apresenta nada novo e fica nos mesmos clichês sobre relacionamentos
que vemos todo santo dia.
Betrayal 1x01 – Pilot
Confesso que não achei Betrayal tão ruim de assistir, mas existe
um motivo pelo qual ninguém está falando dessa série, que não tem qualquer
brilho e não é bem sucedida em criar uma trama interessante. O elenco até que
segura a onda, mas a história em si fica esquecida porque não existe uma
motivação para nada daquilo acontecer. Tem família mafiosa, gente que casa por
interesse, gente que mata com a desculpa de ser meio lesado das ideias, gente
que dá umazinha com um estranho por pura vontade. E a parte da tensão sexual
talvez seja a melhor coisa da série, que demora muito em se explicar e tentar
introduzir o cenário e, no fim das contas, ninguém realmente está ligando para
o aconteceu.
Super
Fun Night 1x01 – Anything for Love
Por algum motivo inexplicável eu vou com as fuças de Rebel
Wilson e acabei perdoando algumas coisas nessa Premiere, a ponto de até me
divertir enquanto assistia. Tem clichês terríveis e momentos de vergonha alheia
profunda, mas as caras de mondronga de Rebel acabam melhorando o quadro geral.
A escolha de elenco é meio duvidosa e não sei se gosto dessa guerrinha idiota
de gordas X magras, que cai naquela baboseira toda de que a gorda é humilhada
pela magra, mas vence no final por ser legal. O projeto tem um “que” de
The Mindy Project, com o qual eu também simpatizava, mas no fim larguei porque
não era bom o suficiente. De qualquer forma, como Rebel é uma tremenda cretina
talvez Super Fun Night consiga engatar e ir em frente, apesar de que os produtores pularam o Piloto, admitindo ser muito ruim para exibição. Não sei é pra ter medo ou se isso é demonstração de bom senso.
Sean
Saves The Worls 1x01 – Pilot
FAIL define bem a tentativa de fazer desse episódio uma comédia. A
promo foi bastante justa em vender a série e mostra exatamente o quão
péssima ela é. Claro que os fãs de Will and Grace vão dizer que é maravilhosa
porque afinal, temos Sean Hayes produzindo e protagonizando essa delícia
cremosa que consegue ser natural ao ponto de notarmos TODAS as marcações de
cena. Tudo pareceu ensaiado demais e pouco natural. Os personagens são
caricatos, o que nem chega ser problema numa comédia, mas aqui o peso dobra,
porque frases de efeito foram jogadas na cara do público na tentativa de
afirmar personalidades fracas e o texto não fluía de jeito nenhum. Megan Hilty,
que mal saiu do fracasso de Smash deve ter confiado que Sean Hayes é um nome
forte para manter uma naba dessas no ar, porque só isso justifica a entrada
dela para o elenco. Como dizem por aí, era melhor ter ido ver o filme do Pelé.
The Millers 1x01 – Pilot
Se Greg Garcia faz miséria no texto de Raising Hope, então The
Millers só pode ser boa, certo? Talvez, com o tempo, essa se torne uma
comédia bacana, porque os roteiristas sabem como explorar esse mundinho
familiar bastante bem, mas como Piloto de comédia esse é um episódio bem sem
graça. Não consigo achar Will Arnett nem um pouco engraçado e apenas dei risada
de se tom de pele “fanta laranja”, que é gritante. Também acho difícil gostar
de qualquer série que invista metade de seu tempo em piadas de peido, mas enfim,
tem quem goste. Até que Beau Bridges e Margo Martindale fazem bem o
papel de pais malucos, mas só isso não vai segurar o público. Pelo menos
podemos dizer que The Millers não é ofensiva de tão ruim e isso, podem
acreditar, é um elogio tremendo para qualquer comédia desse ano.
The
Originals 1x01 – Always and Forever
Se arrependimento matasse, quem viu os três Pilotos (sim,
amiguinhos, TRÊS) de The Originals já estaria morto. Primeiro, porque não faz
sentido lançar a mesma coisa mal feita por três vezes seguidas, acrescentando
apenas uma ou outra cena que não muda a premissa fraca da série ou uma
perspectiva de personagem que, na prática, só muda um pouco a percepção do
mesmo conteúdo. Essa é a estratégia de lançamento mais boçal desde que
inventaram os episódios “vazados” e começar assim, com tanta enrolação não
ajuda em nada a série dos Originais de Samba que tentam voltar para dominar o
carnaval de New Orleans. Continuo achando a ideia desse spin-off um erro que
vai terminar de destruir The Vampire Diaries e se afundar na própria falta de
motivação, mas vamos observar o andamento, porque é preciso levar em conta a
quantidade de gente ama, adora e idolatra Klaus, Elijah, Rebekkah e cia. Como
por enquanto a história está presa, é difícil avaliar mais profundamente, mas
vamos esperar que o segundo episódio não seja a quarta versão do Piloto.
Witches Of East End 1x01 – Pilot
Não tenho palavras para descrever a falta de qualidade desse
Piloto que quer pegar carona na onda sobrenatural, adicionando os piores
efeitos do universo. O engraçado é que muita gente adorou a série, justamente
por esses fatores toscos, que contribuem para que ela se torne uma comédia
involuntária potencial. Como a história é babaca e os caras fizeram uma flor
ficar vermelha pra demonstrar a afliceta de uma das personagens, passo a vez e
desejo felicidades e boas risadas para quem vai encarar essas bruxas que ficam
com cara de demônio.
The Tomorrow People 1x01- Pilot
Quando a crítica gringa elogiou The Tomorrow People, da CW e
disse que era o melhor Piloto da temporada, logo desconfiei de propina. No
entanto, depois de avançar tanto no Projeto Fall Season e mergulhar num oceano
de produções ruins, eis que The Tomorrow People prova, de fato, ser uma das
meljores coisas do ano. Remake de uma série inglesa, a produção apresentou um
roteiro sólido e que introduz a história principal muito bem, com efeitos que
são bastante bons e ajudam a estabelecer os momentos de ação. A trama,
obviamente, não é novidade (remake, Brasil) e não é lá muito surpreendente,
pois dava para sacar que todo mundo ali é família e que o que motiva o Dr.Price
é PURO RECALQUE por não ser uma pessoa do amanhã. Dito isso, acho que a série
tem grandes chances de ser sucesso e de agradar se conseguir manter o nível das
coisas. O elenco é competente, com o plus de trazer mais um membro ~feio~ da
família Amell para a TV. Vale ficar de olho.
Reign
1x01 – Pilot
Achei que Reign fosse ser uma tortura de se assistir, mas a CW
surpreende mais uma vez e faz um Piloto que não te mata de tédio. A proposta
continua sendo descabida, mas a emissora acerta em adaptar o universo da corte
francesa para uma série no estilo teen. Bizarro, muito bizarro, mas nem um
pouco chato, afinal, onde mais você veria Mary, a rainha da Escócia, dançando
muito louca na balada de música pop num castelo medieval? E o retorno da ~moda~
dos tererês? A história tem intrigas sexuais, envenenamentos, cabeças cortadas,
tentativas de estupro, gente com um saco na cabeça, traições e tudo de mais
sujo dos jogos políticos. Tem também um Nostradamus canastrão que fica fazendo
adivinhações retardadas e armações com a rainha mãe, o que acabou sendo engraçado.
Como detestei o Rei Francis (muito franguinho, sorry), torço para eles se
casarem logo e o moleque morrer mesmo, porque afinal se Nostradamus disse, tem
que acontecer. Apesar de tudo isso, não sei se a série terá longa duração,
porque não sei essa ambientação agrada
ao público alvo da emissora.