Awkward mesmo é ficar com bronca da protagonista.
Tenho questionado algumas decisões tomadas pelos roteiristas
de Awkward para essa terceira temporada e não é à toa. A série continua boa, de
modo geral, mas a “babaquização” de Jenna tem se mostrado um tiro no pé,
afinal, o grande lance aqui era que gostávamos de todos os personagens e tínhamos
dificuldades em decidir por quem torcer.
À parte de Jenna, é preciso dizer que Jake também está
completamente perdido em sua relação com Tamara. Portanto, temos dois personagens
bastante prejudicados até aqui, mas quem realmente sai perdendo somos nós,
porque a trama também empobreceu bastante ultimamente.
Não estou aqui
reclamando do fim da disputa entre Jake e Matty. A pior parte fica mesmo com
Jenna, que se transformou numa retardada, que cria problemas a todo o momento e
faz dramas imbecis e desnecessários. Esse episódio é mais um em que isso
acontece, com a história dos broches personalizados e aquele papo boçal de que
Jenna não iria usar o broche ou comparecer a uma festa de colégio para se
posicionar em proteção às garotas sem namorado ou encontro para aquela noite.
Nessa toada, ela tenta, mais uma vez, culpar Matty por suas
neuras infantis e o faz sentir extremamente mal no meio da confusão que arma.
Confusão, aliás, que não faz sentido, como muito bem pontua Lacey, porque Jenna
escolhe magoar uma pessoa que gosta dela para lutar contra ABSOLUTAMENTE NADA.
Os diálogos e justificativas são pobres e não convencem e nunca antes tivemos
esse problema na série, já que enxergávamos apenas como mais uma cretinice do
roteiro. Só que é preciso saber fazer cretinices. As de Jenna não funcionam e
ainda nos fazem ter raiva da protagonista. Em contrapartida, Matty está se
transformando num querido, porque vai provando que é um grande bobalhão, que
ensaia passinhos de dança para agradar à namorada. Um cara que vai para o meio
da pista de dança e distribui ‘vergonha alheia’ de um modo extremamente positivo.
A prova de que Awkward sabe levar uma trama mais calhorda
muito também está na Máfia Asiática, muito bem colocada no episódio. Cada
tentativa de golpe de Ming é ótima e ainda ficamos com as indagações de como
superar alguém que está muitos passos a sua frente. A frase: “Perguntei para
uma vadia branca” é apenas maravilhosa e prova que Ming tem de aprender muito
mais do que chinês para conseguir sua liberdade.
Tem sido bom ver Sadie um pouco mais frágil, engolindo
desaforos de todo mundo que já humilhou e dominou em seus tempos de riqueza,
mas isso só funciona porque ela não perdeu a essência. Tamara até que esteve
bem no episódio, sendo a ‘leva e traz’ de assuntos do coração, mas a relação
entre ela e Jake realmente o sufoca como personagem e o menino não fez nada que
mereça destaque desde que a temporada teve inicio. Talvez, as aulas de dança
que de para Matty tenha sido a coisa mais legal em que o envolveram até agora,
mas muito pelas referências a Footloose e pelas coreografias que resultaram
disso.
O episódio, inclusive, termina muito bem e deixa um clima
bacana, na primeira cena em que é possível aturar Jenna sem revirar os olhos. A
melhor parte foi, provavelmente, a descoberta de que ela estava mesmo se
engajando num protesto invisível e a dica de que meninas solitárias em bailes
de colégio podem ser apenas traficantes de drogas fazendo uma entrega.