Primeira vez para (quase) tudo.
Reta final de The Carrie Diaries e as incertezas de
renovação continuam. Nenhuma notícia oficial até agora, mas algumas propagandas
exibidas pela CW dão a dica de que depois da semana que vem, nos despedimos da
série, já que TCD não está incluída nas chamadas de programação para o novo
ano.
Não é exatamente uma surpresa, levando-se em consideração a
audiência da série, mas mesmo assim, eu gostaria que ela continuasse no ar,
pelo menos por mais um tempinho. Atualmente, TCD é uma das poucas séries com
temática adolescente que valem a pena acompanhar, com uma história simples e
honesta.
Como todo mundo conhece bem a vida sexual da Carrie Bradshaw
adulta, essa época “antes do sexo”, como descreve a própria abertura, é
bastante curiosa e cheia de imprevistos. Quem diria que, diante de uma
declaração de amor de Sebastian ela diria apenas “Quero fazer sexo com você.”?
Certamente não é resposta mais comum entre as meninas, mas foi muito mais
engraçado do que o clássico “Obrigada” que vemos sempre nas cenas desse tipo.
Em ambos os casos, não deixa de ser constrangedor.
Com a carinha fofa de Carrie emoldurando essa frase entre
sorrisos envergonhados, vemos sua batalha pessoal para fazer uma declaração de
amor perfeita para Sebastian, o que acaba, por si só, estragando tudo. Aliás,
Carrie é tão cheia de dedos e cuidados para controlar a situação que não
consegue dizer o que sente, frustra a si mesma e ao namorado e acaba a “noite
especial” like a virgin, aproveitando para fazer uma referência a mais um
elemento bacana do episódio.
Foi bem interessante o destaque para Madonna, nessa época em
que ela se firmava como ícone da cultura pop. Para quem não sabia sobre a letra
de ‘Like a Virgin’ também tivemos um “momento cultural” bem bacana e que veio
num mix com o eterno questionamento da jovem Carrie, que já vive o drama de
escolher entre amor e carreira. Como fica claro, ela tem suas prioridades e o
desejo de ser jornalista ou escritora está acima de tudo. Essa objetividade
também acaba contribuindo para o fim da relação com Sebastian, embora eu
acredite que no próximo episódio a história seja retomada.
Sobre a posição do próprio Sebastian, fica complicado
julgar, porque ele foi compreensivo na maior parte do tempo, só se irritando
pelas constantes furadas e derrapadas de Carrie. Teve muito de teimosia na
briga também, com esses dois querendo provar que tinham razão no mimimi, mas
enfim, o que interessa mesmo é que, mais uma vez, bom... Não foi dessa vez.
Justamente o contrário acontece com Dorrit. Ela é bem
descomplicada e objetiva. Basta ler ‘Trópico de Câncer” e pronto. Sem drama,
sem neura. Mesmo assim, vale notar que ela ainda é uma adolescente num primeiro
relacionamento e, ao mesmo tempo em que está apaixonada, ainda está aprendendo
a não se deixar definir pelos homens. Donna fala muito sobre o poder feminino,
embora no caso dela a prática pareça outra. A gente olha para Donna e tem certeza
de que ela é do tipo que faria qualquer coisa por um homem, mas ela demonstra ser
diferente e ter domínio sobre seus desejos e sobre quem é. O tipo de mulher que
se faz de idiota para não assustar o sexo oposto.
Confesso ter gostado muito de todas as situações de Mouse e
Thomas, porque os sorrisos mais forçados provaram ser de pura sedução. Como não
se divertir com a tensão sexual entre eles e com Mouse tentando evitar o
inevitável. Só não dá para saber se o casal daria certo com tanta
competitividade por notas e vantagens para entrar em Harvard.
Outro casal improvável dando certo tem Tom como uma das
partes. Ele manda bem como viúvo que perdeu o bonde dos relacionamentos, sempre
com dúvidas pertinentes e muitas inseguranças. Deb também não deixa barato e
mostra que não é fácil ser mãe solteira, cuidar do filho, trabalhar e ter um
namorado, mantendo tudo em dia na agenda apertada do dia a dia. Só que fiquei
com muito mais pena do pobre garotinho que, na madrugada, viu mais do que
qualquer criança gostaria de ver. Traumas que fazem crescer e ajudam a formar o
caráter.
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