Ousando no cenário musical, com
dois cantores principais.
Não sei o que foi que aconteceu,
mas essa semana, eu tive uma sensação de déjà vu com Parks and Recreation. Não
foi plot repetido, foi apenas aquela sensação de divertimento despretensioso
que a série sempre deixou em mim e que parece ter voltado. Já estava bem mais
animada com os dois episódios exibidos na semana passada e sou uma pessoa mais
feliz por poder dizer que esse episódio me fez sorrir e me fez gostar, mesmo
das situações mais bestas. Essa é uma coisa rara de conseguir, mas que Parks
and Recreation sempre fez por mim, exceto por boa parte dessa 5ª temporada.
Minha torcida é para que a Season Finale, na semana que vem, seja plenamente
satisfatória.
O momento em que percebi que estava realmente aproveitando
meu tempo com o episódio veio logo, com Chris fazendo seu clássico “double
joinha”, ao proclamar que adora ser um cara positivo e que motiva todo mundo,
de pessoas a patos. Não sei bem o
porquê, mas soltei uma gargalhada só de olhar para a cara de paspalho do
personagem. Foi aí que notei que a comédia, para ser funcional e fazer rir, não
precisa te dar um motivo. A coisa flui e acontece.
Depois disso, fiquei aproveitando a briga entre Ron e
Leslie. Tudo muito bem conduzido, com Jamm no meio, criando um inferno moral
para os dois. Ron, seguindo o código de ética mais maravilhoso do mundo, prova
que é preciso lutar pelo que se acredita, mas sem comprometer seus princípios,
algo que Leslie arrisca bastante às vezes, apesar de voltar atrás e refazer
seus caminhos, quando percebe o desvio. Foi uma história clássica de Ron e
Leslie que funcionou perfeitamente e terminou com um gorila indo habitar as
dependências do departamento de parques.
Fiquei surpresa pela situação com Tom, Ann e Mona-Lisa não
ser um saco de acompanhar. A verdade é que ali também houve um acerto na
condução dos usuais exageros e foi possível
aproveitar os momentos em que Ann topa terminar com Mona-Lisa, em troca de
ficar com um dos caros cobertores de Tom.
Para quem estava com saudade do Mouse Rat, a novidade é que
a banda mudou de nome (Rat Mouse) e trocou o cantor principal por um dos
backing vocals, numa estratégia maligna em busca da fama. Difícil explicar
porque a confusão mental que Andy cria sozinho é tão boa, mas acho que é a
música fluindo. Swan Song já é uma música mais marcante que qualquer uma dos
Beatles, que também já teve dois cantores à frente da banda, mas nunca foram
capazes de improvisar como Andy e Burly fazem com Mouse Rat.
Só para registrar uma reclamação sobre o episódio, gostaria
de ter visto mais de Donna (que anda um tanto esquecida) e de Jerry (que passou
o dia aproveitando sua aposentadoria ao lado da família feliz e sequer deu as
caras!). Mas é só para não perder o costume (na verdade eu quero nunca mais
falar nada de ruim sobre Parks!) e para esperar pela Finale que vem aí.