terça-feira, 23 de abril de 2013

Game Of Thrones 3x04: And Now His Watch Is Ended


 

“Dracarys”.
Saindo do marasmo e mostrando do que é capaz, o episódio dessa semana de Game of Thrones deu um show de roteiro e não estou dizendo isso apenas pelos minutos finais. Do começo ao fim, somos presenteados com boas cenas e excelentes diálogos, o que mostra que ação não é necessariamente sinônimo de movimentação física, mas que está intimamente ligada ao desenvolvimento de tramas e personagens, o que no caso de GOT, vem, principalmente em forma de estratégias ou alianças. É claro que esse episódio também soube criar cenas em que o significado clássico da palavra ação se fez presente, o que mostra que se a série conseguir encontrar o equilíbrio não tem como errar em quase nada.
É notável o destaque dado às figuras femininas, principalmente Daenerys, que encerra o episódio deixando imensa expectativa sobre o que fará a seguir. Estava realmente esperando que ela desse um golpe no caso do exército de escravos e a coisa seguiu por esse rumo. Desde a morte de seu irmão, sei que ela é capaz de tudo e que tem o que é necessário para liderar. A sequência em que ele prova que possui a mistura perfeita de frieza, coração e carisma para mover multidões e conseguir o que deseja é ótima. E uma simples palavra coloca fogo (literalmente) na situação. Dragões não são escravos e só obedecem a uma verdadeira filha do fogo. Nem dá para dizer o tamanho da satisfação em ver Daenerys mostrando que as “vadias” são mais espertas do que qualquer homem ali presente poderia pensar. Ser Jorah olha admirado para o poder de Daenerys, algo com que já deveria estar acostumado, mas ele meio que representa o público, porque aquilo tudo é impressionante.
Outra mulher que vem galgando espaço é Margaery e, em pouco tempo, ela já tem bastante destaque e gera muita expectativa. O que Margaery está tramando? Sabemos que ela tem pretensões políticas fortes e sabe manipular com maestria e é por isso que fico torcendo imensamente pela personagem, a ponto de desejar que a cabeça de Sansa Stark acabe enfiada num palito e exposta em praça pública, tamanha é a burrice da garota quando a comparamos com Margaery.
Quem sabe exatamente o que tudo isso significa é Cersei, que já sente ter perdido seu espaço ao lado de Joffrey. Uma das melhores cenas é a dela com Tywin, mostrando insatisfação por não ser a favorita do pai justamente por ser mulher. Embora a resposta de Tywin possa estar, de fato, cheia de preconceitos (afinal, Tyrion é o filho mais esperto dele e fica de escanteio pelo simples fato de ser anão, até onde se sabe) o que ele diz é genial. “Você não é tão esperta quanto acredita ser”. Um tapa na cara de Cersei, que realmente não consegue dominar as situações totalmente, a exemplo de Joffrey.
Apesar de ainda aguardar coisas mais interessantes para Arya, ela continua provando ser destemida, mas ainda tem muito que aprender, antes de ser tão abusada. Uma hora dessas a ousadia pode acabar mal, porque ela não é tão habilidosa na luta corporal, já que seus treinamentos foram interrompidos.
Outra mulher sensacional é a avó de Margaery, direta, sem rodeios, cheia de interesses a defender. A cena dela com Lord Varys traz mais um diálogo precioso e importante, além de ser muito interessante de assistir. Aliás, Lord Varys é outro personagem que, nessa aparição tão pontual, conseguiu ganhar um destaque impressionante. Sua narração sobre como foi castrado (afinal, não fizeram macumba on-line para o pinto dele cair, como suspeitávamos) é terrível e mostra para Tyrion que vingança é um prato que se come frio e que deve ser conquistado com paciência.
O que aconteceu com Jamie também foi bastante forte. Primeira vez em que vimos o personagem numa posição de defesa e sem a empáfia de sempre. Jamie nunca antes se permitiu humilhar, mesmo sendo prisioneiro. Manipulava e usava a lábia para convencer e poder agir, mas depois de perder a “mão da espada”, as coisas ficam drasticamente diferentes. Juntando isso ao comportamento defensivo em relação à Brienne, a relação dos dois se aproxima e enriquece.
Não pude deixar de me divertir com a furada em que Theon se meteu, mas, principalmente, é difícil não imaginar quais as reais intenções do homem que o libertou, matou dezenas de homens só para poder acusá-lo e o levou de volta à prisão. As falas dele também são boas, ao perceber que cometeu erros e ao confessar seus pecados. Outra coisa boa aconteceu com os homens da patrulha que, ironicamente, comentam sobre a mesmice de suas funções e depois se revoltam contra o homem que os “acolheu” por pelo menos duas vezes. Movidos pela fome, pelo frio e pelo medo, eles criam o caos e nem mesmo Jeor Mormont sobrevive a esse motim, embora Sam tenha tempo suficiente para escapar dali com Gilly e o bebê, mas sob a promessa de que não viverá por mais muito tempo.
Só para não dizer que o episódio foi 100%, os acontecimentos (ou falta de) com Bran pareceram desnecessários. Já ficou estabelecido o que ele é e para servem seus “sonhos”, então não vi motivo para repetirem esse conceito, porque ele aparentemente não traz nada de novo e não tem qualquer utilidade no episódio. No entanto, é uma parte tão pequena, que só citei para não deixar a rabugice de sempre de lado, porque no geral, Game Of Thrones fez valer cada minuto.
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Comentários
7 Comentários

7 comentários:

João Victor disse...

Não disse que o dessa semana ia ser melhor? :D
Ótima review, realmente a cena do Bran foi de certa forma desnecessária, mas acredito que logo mais as coisas para ele irão melhorar. Daenerys se consagrando como uma das personagens mais fodas, melhor cena da série para mim. No livro, tem um pouco mais de impacto, porque na série dava para perceber o que ia acontecer, no livro é mais surpresa, além dela usar o chicote na cara do dono dos Imaculados e rasgar o rosto dele. Fora isso, foi tudo perfeito nessa cena, e no episódio todo.

Nos dois primeiros episódios, estava um pouco confuso até mesmo para quem tinha lido o livro, mas agora tudo ficou mais claro enquanto o desenvolvimento da série. A cenas do Theon, mesmo adicionais, tem bastante importância. E para aqueles que leram o livro e não gostaram de ele estar nessa temporada: Como é que um personagem, que teve bastante destaque, ia ser tirado da série, para voltar somente dois anos depois, sem explicarem nada?

Jeferson Huffermann disse...

GOT não fez um episódio, fez um ópera!
"Do começo ao fim, somos presenteados com boas cenas e excelentes diálogos, o que mostra que ação não é necessariamente sinônimo de movimentação física, mas que está intimamente ligada ao desenvolvimento de tramas e personagens, o que no caso de GOT, vem, principalmente em forma de estratégias ou alianças."

Camis tinha que dar aula de dramaturgia pro pessoal, é exatamente isso que queremos ver. Sempre quando reclamo da má qualidade da série, me dizem que é "estratégia e trama política" e não ação, já tô memorizando a resposta.
Enfim, muito amor por essas véias da tv (de glee e GOT). Adorei quando a véia fala do lema da casa dela (não li os livros, desconheço a nomenclatura), e gostei de como são as rosas que sabem jogar o jogo dos tronos.
Muito boa review, e que a ação continue.

Raquel Alves disse...

Ótima review, você falou tudo o que eu pensei do episódio que veio com aquela vibe, "Run the world"?
E não tem como não ser as mulheres que mandam nesse mundo de GoT.

Leo disse...

Pois é eu tambem penso assim em relação ao Theon, nao da realmente para tira-lo da serie pelo menos por duas temporadas ( que vai ser a duração do terceiro livro, e eu nao sei como eles vão planejar as temporadas em relação ao quarto e o quinto livro, voce que deve ter lido sabe o que eu estou falando) quando ele teve um imenso destaque nas duas primeiras temporadas, não entendo porque o povo que leu reclama da historia dele na serie. Eu estou achando bem bacana porque penso que no futuro da serie essas cenas vão remeter em alguma memoria obscura que o Theon teve no quinto livro

João Victor disse...

Exatamente. Não sei se foi só para mim, mas quando li o Theon no quinto livro, fiquei até meio confuso. Assim fica bem mais fácil entender. E quanto ao quarto e quinto, eles vão adaptar como se fosse um livro só, acho que vão dividir entre 2 temporadas, ou mais.

Castiel The Angel disse...

Ainda bem, não estragaram a parte do Sam, dessa vez, e ainda conseguiram deixar a parte da Dany até um pouquinho melhor que a do livro (LINDA a cena dos dragões planando sobre os soldados).


Agora, a série tá conseguindo me surpreender (muito) na questão dos Tyrells. Acho que não tem uma cena envolvendo a Margaery e/ou a Olenna que tenha ficado mais tediosa! Roteiro tá entregando material de primeira para as duas, e eu suspeito que a HBO vai levar uma Emmy tape para a Natalie Dormer concorrer a Atriz Coadjuvante esse ano... Ao menos, eu espero que levem o bendito Jack Gleeson dessa vez, né, Dona HBO?


Sobre a Sansa, só pq eu sou bem chato, discordo redondamente do seu argumento. Ela passou mais de um ano sendo mulher de malandro. É claro que, quando alguém de influência, e que tem um real poder para tirar ela daquele lugar, lhe estende a mão, ela o aceita de bom grado. Ainda assim, não tem como comparar ela com a Margaery, já que são personagens bem diferentes na criação. Sansa foi criada num meio em que os joguinhos manipulativos como os da Margaery eram vistos como uma desonra, uma baixaria, falsidade e blábláblá. Ou seja, ela nunca tentou manipular o Joffrey porque ela é uma criança que nunca teve a ''aulinha de teatro para quando estiver pisando em Porto Real''. O máximo que ela consegue é abaixar as orelhas e fingir ser um bom cachorrinho para os Lannisters. Retomando uma frase da atriz intérprete da Sansa, em uma entrevista, ''Sansa é aquela que todos odeiam, por tudo o que ela é e faz; mas as as pessoas não percebem que, no lugar dela, fariam EXATAMENTE as mesmas coisas''. Mas não se preocupe, a Sansa ainda vai evoluir muito - mesmo que as custas de aprendizado com gente ''errada''. Vale notar, também, que Margaery DOS LIVROS, na verdade, é bem igualzinha a Sansa: Uma moeda de troca feita para casar e ganhar títulos.


Só estou achando o Tyron meio perdido nesse meio todo. Jogaram o plot dele lá para os últimos capítulos da temporada, e agora ele fica aí, perambulando pra lá e pra cá, sem rumo.


Sobre o Bran, ele é um SACO nos livros, e na série eu não esperava nada de diferente. Tipo, em mil páginas do livro 3, ele tem, sei lá, 2 passagens interessantes, o resto é só ele andando com os Reeds mesmo.


Mas enfim, o cap. foi foda, e espero que a série não repita os erros do 3x03...

junior disse...

Bem, só pra comentar. Amei a cena de Danny, estava com receio de vê-la, pois esperava muito tbm da cena da briga entre Jamie e Brienne e achei bem inferior comparando o que mostra no livro, mas a cena toda da Drogonete foi espetacular. Gosto do destaque que Margaery tem na série (a atriz é muito linda e talentosa), e tbm da Vovó Piedade falando sobre as Casas!