domingo, 7 de abril de 2013

Community 4x08: Herstory of Dance


Britta’d.

Há alguns anos, a TV era habitada por um programa de maravilhosas pegadinhas com celebridades: Punke’d, sob o comando de Ashton Kutcher. Durou o quanto teve que durar e, nessa semana, voltou à minha lembrança pelo uso do termo “Britta’d” em Community. O significado é de que algo está sendo levado a extremos e tem muita chance de dar errado, o que chega a ser irônico. Ou terrível. Consideremos o nível de humor dessa temporada e pronto, já temos uma definição. Community está “Britta’d”, cometendo um erro estratégico após o outro.

Aportuguesando o termo, podemos dizer, então, que o episódio da semana foi Brittado e que, apesar dos claros esforços, nenhuma história funcionou muito bem. Tenho três momentos de “destaque” e coloco entre aspas porque não são lá grande coisa. O primeiro é a aparição de Dean Pelton, todo em 50 tons de cinza (oi?), vestido como uma dona de casa da década de 1950. A produção ficou ótima e funcionou bem, porque num primeiro momento, parecia que Dean Pelton era o único “filmado” em preto e branco. Depois, soltei um “awn” quando Jeff reconhece que Britta o ajudou e que ela merece ser tratada de forma mais gentil, mas repito, não acho que criar momentos fofos seja o negócio de Community e ultimamente, só esse tipo de cena tem conseguido se sobressair. Para completar a lista, fico com o sneak peek do episódio com bonecos ao estilo dos Muppets. Não dá pra saber se o roteiro vai prestar, mas, mais uma vez, o efeito visual e o cuidado com os bonecos chama a atenção, assim como a musiquinha entoada por todos ali.

Como o foco aqui não é o próximo episódio, acho que temos um problema. Muitos, na verdade, porque nada que sai da boca dos personagens é divertido. As conversas de Troy e Abed, antes geniais e hilárias estão descaracterizadas. Aliás, Troy é o mais perdido até aqui, mais até do que Pierce sempre foi. Isso porque na história dos bailes paralelos, Pierce conseguiu se destacar, não por ser engraçado, mas pela inédita lucidez que demonstrou, sendo agente, inclusive, para o fim da rixa entre Jeff e Britta, que consegue encontrar motivos pra protestar até quando a proposta do baile Sadie Hawkins é, essencialmente, colocar a mulher no poder.

Aliás, vale dizer que o título do episódio é extremamente perspicaz (como Community já foi um dia) e sabe brincar com esse engajamento/feminismo de Britta, que causa nas pessoas um efeito muito parecido com o do ativismo real, que é essa sensação de chatice. Mas Pierce, em mais um momento de claridade mental, avisa que pelo menos ela luta pelo que acredita e não desiste, o que me parece um elogio às mulheres (ou qualquer pessoa) que acredite muito em uma causa ou filosofia e faça disso um objetivo de vida. Mais uma vez, não é nem minimamente engraçado, mas valeu a intenção e o recado, até porque, por pura magia, Sophie B. Hawkins aparece e da uma canja no baile nomeado em sua homenagem.

A tentativa de recriar uma comédia romântica dos anos 80, envolvendo Abed, Shirley e Annie, poderia ter sido muito melhor. As candidatas escolhidas por elas não tinham nada a ver com Abed e os exageros nas duas moças e na política de Abed em ter dois encontros na mesma noite não conseguiram “chegar lá”.

Estranhei bastante que Abed tivesse se engajado nessa proposta romântica dupla com facilidade, afinal, a última namorada dele foi em 8 bits, no episódio em que todos viraram videogame (ou teve alguma outra pretendente de que não lembro?). Parece que ele foi até descaracterizado, nesse sentido, mas tudo bem, não acho que ele deva ser imutável ou que não possa evoluir socialmente. Pelo contrário. A presença de Brie Larson, como Rachel foi interessante e vi alguma química entre ela e Abed, embora o texto não tenha sido de grande ajuda.

P.S* Ninguém mais aguenta a Changnésia de Chang. Mais uma piada besta que já passou do ponto.
Comentários
2 Comentários

2 comentários:

Karine Sampaio disse...

Community é minha série preferida até o final da segunda temporada, na terceira gostei mais ou menos e a atual acho que nem preciso comentar. Dps do terceiro episódio cancelei mentalmente a série. Até que alguém me conte boas notícias não vou voltar a ver, me recuso ver aquela série genial terminar desse jeito.

Raul Ribeiro disse...

É chato ver a Britta nessa posição, eu simpatizo com a atriz por algum motivo que não sei explicar. Queria que ela tivesse um papel melhor.
Estranhamente, apesar de não ter dado UMA risada no episódio, não achei torturante de ver como outras séries tem sido.