Um dia como Larissa.
Vida de estagiário não é fácil (quem
já foi, sabe) e nesse episódio de The Carrie Diaries podemos perceber isso
muito bem. A temática foi desenvolvida de forma leve e divertida, o que, aliás,
é característico da série até aqui, nessa reta final. Parece estranho dizer que
a temporada se encerra em duas semanas e que a possibilidade de continuação é
absolutamente remota.
Enquanto ainda podemos, no entanto,
devemos aproveitar os momentos com TCD e as incríveis aventuras que rolam em
NY. Tenho a sensação de estar diante de um desses filmes da Sessão da Tarde, porque
é tudo muito “do barulho” e com “altas confusões”. Desse jeito, é impossível
não adorar a empolgação de Carrie com a possibilidade trabalhar durante o
famoso ‘Spring break’. Ela vai contra a corrente. Todo mundo querendo curtir e
ficar de folga, mas Carrie quer trabalhar e ganhar seu lugar na grande cidade,
o que mostra que, de fato, ela pertence a esse universo.
Com Larissa ocupada e distante,
Carrie faz como todo mundo que está começando e quer mostrar serviço. Mesmo que
o serviço seja carregar a peruca de Andy Warhol pelas ruas de Manhattan e
guardar a sublime peça com sua própria vida. É claro que nem todo mundo tem a
chance de provar roupas caras e bancar a editora de moda durante um dia, mas
Carrie faz isso por todos nós.
Ao mesmo tempo, Walt começa a
enfrentar a si mesmo de frente, mesmo que isso seja assustador. Gosto muito do
modo como ele é tratado e como ele demonstra insegurança por ser quem é e pelo
medo de ser julgado e excluído da sociedade. Além do mais, Walt mostra essa
fragilidade emocional quando o assunto é Bennett, que depois da primeira
experiência de rejeição, resolveu deixar tudo na base da amizade e não forçar
mais a barra. Essa atitude, sem dúvida, deixa Walt mais à vontade para entender
o que sente e o que quer e assim, aos poucos, ele vai saindo da casca que o
protege, tanto que ele até já consegue falar do assunto com Carrie.
Como era de se prever, Mouse deve
engatar um namorico com o grande rival pelo posto de maior nerd da escola.
Estava bem óbvio, mas acho que não há muita química ali. O rapaz tem sorrisos
forçadíssimos quando o assunto é seduzir Mouse com suas gracinhas, então, vamos
ver se a coisa melhora daqui em diante ou se vão simplesmente testar e mudar de
assunto em breve, como já fizeram com o namoradinho anterior. Vale dizer que
Mouse continua hilária e cretina ao extremo em todas as cenas, especialmente
quando decide dar uma de Donna LaDonna para salvar o time de basquete da ruína.
Fiquei com pena quando tiraram dela a identificação de gerente do time, mas
confio que ela ganhará sua ID de estudante de Harvard para compensar.
Sebastian enfrentou um drama que
foi, ao mesmo tempo, hilário. A mãe dele é, em resumo, louca de pedra e ele faz
muito bem em tentar se manter distante de uma pessoa que só pode ser nociva,
uma vez que pensa apenas em seus próprio problemas. Interessante notar que
Sebastian está passando mais tempo com as amigas de Carrie do que com a própria
namorada, então ele acaba flagrando Tom (que anda muito saidinho) atracado com
uma mulher, em plena luz do dia. Vale a observação de quem na década de 1980
não havia internet nem sites de encontros, então o homem tinha de ir fazer ioga
e coisas do tipo para tentar se garantir.
Mesmo com Maggie aparecendo muito
menos, acho bacana essa rotatividade nas atenções dos coadjuvantes,
especialmente porque, nesse caso, as pontuais colocações da personagem foram
uma lição de vida. Se você puder fazer como ela, faça: evite trabalhar pelo
resto da vida.