Spencer e a Mapa do Crachá
Escondido.
Impossível assistir a esse
episódio de Pretty Little Liars e não rir, apertar os olhos, voltar as cenas.
Tudo na tentativa de entender como as coisas aconteceram, já que, em algumas
sequências foi impossível fazer qualquer ligação lógica com o que se passava na
tela. Não foi, exatamente, o penúltimo episódio emocionante que muita gente
esperava (tenho ouvido e lido, semanalmente a frase “agora vai”, mas nunca vai,
né?), porém, vamos ter que concordar que o nível de absurdo foi tanto, que fica
difícil reclamar.
Vamos começar falando das
mudanças para Spencer, que das duas, uma: ou tem dupla personalidade ou
resolveu se juntar ao –A Team para se divertir um pouco. Parece que é só a
pessoa ir para o hospício que isso começa a acontecer, assim como a onipresença
e o poder de se teletransportar. Spencer também ganhou o maravilhoso plot de
caçar o tesouro no hospício e fiquei admirando a ousadia que representa esse
mapa. Reparem que Mona era imbecil a ponto de precisar desse tipo de orientação
para encontrar os “valiosos” crachás que ela mesma escondeu na cabeça do
cavalinho. Imaginem que perigo seria se alguém precisasse dos crachás e se
perdesse entre os berços daquela sala. Labirinto sem fim, não é mesmo?
Além de todo o envolvimento
estranho com o enfermeiro e a revelação de que melissa está metida com Cece e
Mona nesse balaio, ficamos ainda com os olhares frios de Wren e a deliciosa
reviravolta que é saber que Spencer entrou para –A Team, saiu do hospício e foi
dar umas voltinhas com o filho de Ezra no parque de diversões. História maravilhosa
e que dá destaque para a superior burrice de Aria, nossa próxima vítima nesse
show de bonecos dos horrores, para fazer uma referência idiota às marionetes do
título.
Aria é, sem dúvida, a criatura
mais cerebralmente desprezível da TV. Imaginem a situação a seguir: Você tem um
namorado e precisa pegar o filho dele (com outra) na escolinha de caratê. Até
aí, ok. Mas aí você chega à escolinha e ouve da professora que o moleque já foi
levado por outra pessoa que se apresentou por lá com o seu nome. O que você
faz?
-Opção1: Faz um barraco louco com
a professora irresponsável que entregou o moleque para a pessoa errada e chama
a polícia.
-Opção2: Se desespera, liga para
seu namorado contando a merda que aconteceu e chama a polícia.
-Opção3: Deita no chão em posição
fetal enquanto chama a polícia.
-Opção 4 – Finge que não
aconteceu nada e sai andando de boa até um parque de diversões, porque o
sequestrador deixou um folheto no armário da criança dando essa dica. Não chama
a polícia, porque é bobagem e você pode resolver sozinha, mesmo que isso
signifique enfrentar um grupo de loucos com moletom de capuz.
Para mim, a reação de Aria é
inconcebível e não faz qualquer sentido. Não aceito nenhum argumento em favor
dessa mula e nem dos roteiristas de PLL, que estão desrespeitando cada neurônio
do público com essas jogadas. Acho também que já passou da hora da série ter
direcionamento, porque estamos, há 3 anos, na base da insinuação e nada de
concreto aconteceu. Não dá mais. E cito como exemplo os episódios de The Lying
Game. Quem não vê, deveria, porque aquilo é PLL, mas muito, muito melhor. As
coisas são cretinas, engraçadas e sim, absurdas, mas a história se desenvolve.
Enfim.
Para a sorte de Aria, a –A que
armou para ela era Spencer, porque o menino ficou bem e, de brinde, não contou
NADA sobre sua aventura com uma desconhecida para a mãe. Para completar, ainda
tivemos de aturar a incrível (-sqn) armação de –A sobre o sino da igreja, para
incriminar o pai de Caleb e a obsessão de Emily com Shana. Pois é. Essa
história de juntar Emily e Shana parece novidade, mas não é, porque Emily curte
Shana faz tempo e todo mundo sabe.
Mas, melhor ainda, é necrofilia
no episódio. Porque Emily também está doida pra ver a coleção de corpos no
necrotério local e leva Aria e Hanna nessa aventura. Essa sequência eu voltei e
vi três vezes, porque a inserção dela não tem cabimento. Cortam de uma cena de
Hanna tomando café para o elevador abrindo as portas e as três Liars vestidas
com aquela roupa que definitivamente nunca seria uniforme de um hospital.
Depois entram no necrotério e ficam filosofando sobre a fragilidade da vida e
como é uma barra não comer o tanto que a gente gostaria de pudim, para depois
morrer e ficar num saco plástico. E então, somos presenteados com um defunto
que usa máscara. Gente, sério? Sério? Não dá.
E Aria monta guarda e vê
chapeuzinho vermelho chegando e saindo rapidamente, porque tem boi na linha.
Logo, sabemos que o morto não é Tobinha, mas esse episódio tinha que ter mais
de um corpinho gelado e sem vida, então, depois de todas essas cenas que são
irreais até pra ficção científica e tramas de fantasia, ainda ficamos com a
dúvida sobre a morte de Toby. Que maravilha! Desse jeito Spencer vai continuar
dodói da cabeça, porque é claro que só a verdade sobre quem é o defunto pode
tirá-la do hospício.
Como só falta um episódio, acho
que dá para dizer, de antemão, que essa foi uma temporada vazia e inexpressiva.
Pretty Little Liars corre atrás do próprio rabo, desrespeita seu público e nós,
diante desse bulying televisivo, ainda ficamos para ver mais. Não sei o que é e
porque isso acontece, mas estamos aqui.
P.S*Maravilhosas as aparições de Alisson. Seja de boca sangrando ou dançando música cafona dos anos 90.