Depressão pós Wade.
No meio de álcool e muitas guloseimas, Zoe Hart vive o fim
de seu primeiro relacionamento sério. Não acabou muito bem para ela, traída por
um motivo besta, que fica ainda pior com as desculpas esfarrapadas de Wade, mas
ainda assim, Hart Of Dixie consegue, mais uma vez, fazer um episódio divertido.
Ainda acho estranho dizer que, apesar do drama, a série consegue fazer humor,
mas essa é a verdade. Até mesmo na fossa, Zoe consegue ser essa criaturinha
fofa, que acorda descabelada e com um pirulito meio lambido grudado no rosto.
É muito legal ver que a intenção é mostrar o lado cômico das
piores situações e assim, vemos Zoe extravasar seus sentimentos de raiva e
frustração e não podemos deixar de rir com eles. Ela grita, esbraveja, bate o
pé e faz de tudo para odiar Wade com todas as forças, mas na verdade, ela está
é com uma dificuldade imensa de encerrar esse relacionamento. Só que ela foi
traída e a dignidade (às vezes) fala mais alto. E às vezes, a falta de
dignidade nos mostra que tem gente que compõe músicas e mais músicas e não
consegue seguir em frente. Todas as maravilhosas canções inspiradas pela falta
de noção de Wade foram maravilhosas. Cantei junto e fiquei me questionando:
Porque é que ele está sempre sem camisa? Mas a resposta existe e é pela bondade
e por aquele protesto bacana e recorrente contra o aquecimento global: Give a
Shirt. E já acho que Wade é uma boa pessoa, novamente.
Enquanto Zoe entra em sua jornada para esquecer e começa com
sua paranoia de que todo mundo é traidor (Rose e seu sapo da lagoa que o
digam), Wade sofre com a inquisição de Bluebell. Não fiquei com a menor pena
dele. Tem mais é que ser lembrado da cagada que fez e ver se, assim, com todo
mundo apontando onde foi o erro, ele aprende e vira homem. O ponto positivo
disso tudo é que Wade deve começar a agir em prol de seu futuro. Está na hora
de ele colocar essa energia toda na abertura de seu bar, em vez disso ficar só
na conversa fiada. Pelo menos ele admite que trair Zoe foi a coisa mais imbecil
que já aprontou, mas se ele sabia que ela era “a única garota com a qual já se
importou”, deveria ter deixado a babaquice de lado e pensado melhor.
Como era de se prever, Jonah será o “rebound” de Zoe. Acho
ótimo. Adoro George, mas se a série começasse a se repetir seria muito chato. A
nova tensão entre Zoe e Jonah tem mais potencial, inclusive para fazer Wade se
mover. Não é só pelo ciúme, mas porque Wade tem esse problema de se achar menos
capaz que as pessoas que possuem um diploma. E Jonah é médico, o que ameaça
ainda mais o ego do maior conquistador de Bluebell. Além disso, Zoe vem recebendo um apoio bacana
de Tansy e acho que seria muita sacanagem. Tansy, inclusive, deixa isso bem
claro.
Gostei do fato de darem para Lavon um enfoque diferente do
romântico, colocando a amizade dele e Wade em destaque. Com Lavon sendo o BFF
tanto de Wade quanto de Zoe a coisa se complica, mas já deu para notar que tudo
ficará bem. Absolutamente sensacional o pequeno cassino montado na cidade e
toda a chantagem usando o nome do Todo Poderoso. Essas pequenas coisas é que
fazem HOD ser tão legal de acompanhar.
E claro que não podemos esquecer de Limão, armando mil e uma
confusões com uma galerinha do barulho, no filme “A Namorada do Papai”. Ela e
George foram ótimos, revirando até as gavetas da pobre Shelby, encontrando
provas de que ela quer dar o golpe do baú em Brick, mas gostei mesmo é de
Magnolia. É possível resistir a ingressos de shows, bolsas e sapatos, mas
carros novos e equipados são um presente difícil de negar. Além do mais, com
carro ou sem carro, Magnolia pode atormentar a vida desse casal e espalhar seus
comentários venenosos. Potencial para isso, ela já mostrou que tem.