domingo, 24 de março de 2013

Glee 4x17: Guilty Pleasures


Culpa de quê?

 
Você sente aquele fundinho de culpa por gostar de alguma coisa que os outros julgam brega, imaturo ou inapropriado? Então esse episódio de Glee foi feito em sua homenagem e para te ajudar na libertação dessas amarras. Está liberado dizer o que você ama, mas te envergonha, pelo menos por hoje, se a coragem para “sair do armário” não for muito duradoura. Você pode até assumir que adora Glee, se quiser, porque afinal, gente que considera a série como ‘guilty pleasure’ existe aos borbotões.  

Com tantas músicas que só podem ser descritas como “crocantes”, o episódio veio com a função pura e única de divertir, cumprindo muito bem esse papel. O único desenvolvimento real de trama foi em NY, onde Rachel encara Brody e termina o relacionamento. Agindo como uma verdadeira quenga, oferece um troquinho para poder jantar com o próprio namorado. Achei ousado, abusado e desaforado. Tudo bem que ela foi enganada, mas essa história de jogar dinheiro na cara de Brody só porque ele vende aquele playground para poder pagar as mensalidades de NYADA foi bem coisa de gente mesquinha.

A sequência foi boa e ficou interessante com a execução de “Creep”, numa versão meio gritada, mas que eu ainda gosto. Até fiquei cogitando porque essa música estava num episódio sobre ‘guilty pleasures’ (não fazia sentido, para mim), mas depois da briga, tudo se esclareceu, porque ela é o contraponto dramático do episódio, por assim dizer, e não uma canção de causar vergonha alheia.

Ainda em NY, conhecemos a estranha obsessão de Kurt por seu travesseiro de braços, que tem todo jeito de ser confortável mesmo, já que as meninas logo aderem ao uso, tendo seus “namosseiros” customizados. Achei apenas certo que o de Santana viesse vestido de menina, já que o clima do episódio era de pura cretinice.

E falando em cretinice, ela correu livre, leve e solta pelos corredores da escola, que foi invadida por canções deliciosas e os figurinos mais curiosos de Glee. Tudo ali girou em torno da tarefa de revelar os ‘guilty pleasures’ e nada mais, o que quase transforma esse episódio num completo filler.

Sam e Blaine comandam a bagunça com maestria e acho impressionante como os dois conseguem ser hilários juntos. Essa amizade inesperada foi uma mudança extremamente positiva nessa 4ª temporada, muito embora existam fãs que são contra ‘Blam’, principalmente por conta de ‘Klaine’. Apesar de eu achar fofo o casal formado por Blaine e Kurt, não gosto de desvalorizar a independência criada para Blaine nessa temporada. Antes ele era “o namorado do Kurt” e um elemento estranho em todos os outros casos. Agora, o personagem tem vida própria, amigos, dramas. Muito melhor do que antes, mais flexível e mais desenvolvido psicologicamente. Quem pensa apenas em termos de ‘shipper’ para gostar de Glee, pensa muito, muito pequeno. Gente assim não está interessada na série verdadeiramente e quer ver tudo afundar num oceano de mesmice.

Com Sam e Blaine ganhamos essa aura quase infantil permeando a série. Tudo com os dois é assim, em tom de brincadeira de criança (algo que antes só existia com as tiradas maravilhosas de Britanny) porque aquele vicio de transformar macarrão em arte só pode ser brincadeira. Se aqueles retratos eram mesmo de macarrão, bato palmas. Estavam perfeitos, de um jeito bem bizarro. Mas Sam, que se transformou num dos maiores alívios cômicos de Glee com suas lendárias imitações, não para por aí. Ele ainda revela ser um “Fanillow”, que nada mais é do que um grande fã de Barry Manilow. Acho que tiveram o poder de escolher a música mais vergonhosa do cantor, porque “Copacabana” é surreal. Ainda mais com Sam reutilizando os figurinos daquele episódio com Ricky Martin.  Uso de mangas bufantes da Carmem Miranda nunca é demais, aparentemente. O engraçado aqui é que a música em si não é legal, mas Sam leva muito bem e assume essa postura de ‘latin lover’, o que faz a sequência toda ser muito divertida.

E já que esse episódio era para louvar essa linda amizade que luta contra a corrente, nada melhor do que mais números musicais com ou sobre ‘Blam’. Voltamos a encarar o climão anos 1980 com “Wake Me Up Before You Go-Go”, que teve direito a figurino em neon e efeitos em luz negra. Muito cafona, mas perfeito para o momento. Aliás, comentário estético e idiota: Blaine sem gel estava tão melhor. Deveriam adotar para sempre esse visual, mas acho que vamos continuar vendo Darren Criss com o cabelo grudado como um capacete.

Tivemos também “Against All Odds”, do tiozão Phil Collins, que realmente se encaixa no conceito de água com açúcar para dar aquela ambientação de romance para idosos. Associo muito com os instrumentais de Kenny G. Blaine canta muito bem sempre e o ator soube colocar em prática a sensação de estranheza necessária para a cena. Todo mundo arregalou os olhos e ficou fingindo que estava tudo ok, quando foi bem fácil sacar que a música de dor de cotovelo era uma declaração de amor para Samzinho. Só que isso dura pouco e logo estamos num dos diálogos mais sensacionais da série, com Sam dizendo que é gostoso para caramba (e todo natural) e que ficaria ofendido se Blaine não tivesse essa paixonite por ele. A coisa se completa com um abraço maroto e a clássica piada: “Isso é um drops ou você está feliz em me ver?”. Como não amar e vibrar com tamanha ousadia de texto?

Outro grande abuso foi a bronca em Chris Brown e o aviso público para Rihanna sobre sua decisão de voltar a nutrir esse relacionamento, que é arriscada (olha a Lei Maria da Penha!), para dizer o mínimo (e para não chamá-la de burra). Fiquei de olhos arregalados nessa hora, mas achei a discussão válida, já que Glee não toca nesse assunto pela 1ª vez e Coach Beiste (saudade) já foi o estandarte na campanha pelo fim da violência contra mulheres. Como Glee é sempre controversa, os roteiristas (e aqui, por roteiristas eu quero dizer titia Ryan Murphy, que isso é coisa dele) Jake entoa a canção de Bobby Brown, o homem que seria responsável (ou que ajudou bastante nisso) por fazer Withney Houston definhar. Pois é, pois é, pois é.

Apesar da crítica social e dos advogados entrando em ação para processar a FOX, a performance de Jake foi ótima. Não me importei muito com a música em si, mas adorei a dança e as caras de mamão feitas por Marley, durante toda a cena.

Para espantar tudo isso, só relembrando a épica apresentação de “Wannabe”. Quatro anos de espera por Spice Girls. Tinha que valer a pena.  As meninas estavam engraçadas e se adorando fazer aquilo, estava estampado na cara delas e, por isso, não tinha como não ser a melhor música do episódio. É com extremo orgulho que afirmo ainda ter meu CD das Spice Girls e ter visto um dos piores filmes do mundo por conta delas. Esse amor pelas apimentadas estava espalhado pela sala do Glee Club, mas Ryder e Artie são mais fãs que os demais, obviamente.

O “Fondue For Two” com Kitty, a cheerleader velha, revela que tenho muito em comum com ela e Britanny, porque adoro e vi todos os filmes da saga “Apimentadas”, que mostra intrigas e brigas pelo poder em competições de líderes de torcida. Também gostei de ver Britanny dizendo que Kitty tem que parar de ser tão cruel com as pessoas e com Marley, mas a resposta de Kitty é a melhor: “Eu sou assim e todo mundo ainda me conta todos os segredos”. Verdade.  Não faz sentido nenhum.

Para encerrar bem o episódio, um número também esperado há muito tempo. Não sei como passamos esse tempo todo sem “Mamma Mia”, honestamente, mas valeu a pena esperar. Foi um final perfeito para o episódio, com a letra da música se encaixando muito bem com a história de Rachel, principalmente. Claro que sem a coreografia do pessoal de Lima, arrasando nos bambolês e no look branco com dourado, não seria a mesma extravagância.


Músicas no episódio:

"Wake Me Up Before You Go-Go" - Wham! : Sam (Chord Overstreet), Blaine (Darren Criss) e New Directions Guilty Pleasures

"Copacabana" - Barry Manilow: Sam (Chord Overstreet) 

"Against All Odds (Take A Look At Me Now)" - Phil Collins: Blaine (Darren Criss)

"Wannabe" - Spice Girls:  New Directions Girls

"My Prerogative" - Bobby Brown / Britney Spears:  Jake (Jacob Artist)

"Creep" – Radiohead: Rachel (Lea Michele) e Brody (Dean Geyer)

"Mamma Mia" – ABBA: New Directions, Rachel (Lea Michele), Kurt (Chris Colfer) e Santana (Naya Rivera)

 

P.S*Força para enfrentar outro hiatus. Glee retorna em 11 de Abril.
P.S*Reparem no baterista da banda do New Directions. Expressões faciais hilárias, o tempo todo.
P.S*Fiquei em êxtase com a citação a Small Wonder a imitação que Tina fez para a robozinha.
Comentários
6 Comentários

6 comentários:

Lucas disse...

Muito bom o episódio, q isto! Esta temporada ta show :) merecia mais audiência e uma renovação pra quinta temporada, dona FOX ta demorando pra anunciar!

Leozinha disse...

Episódio muito crocante! Jarley se estabelecendo (fim do mimimi de Marley e sua dúvida \o/), o início de um shipper maravilhoso: Artty. E Blam me emocionando como sempre (Darren e Chord sambando na cara dos haters)... Mas já preparando os lencinhos pra "Shooting Stars", pq só com a playlist do episódio... <3

RENOVA FOX! WE NEED GLEE! WE NEED TGP! :,)

Ricardo Kolling disse...

Mais uma vez Camis detona com uma review, enfim...
Acho que um guilty pleasure é a gente dizer que gosta de Creep nessa versão gritada. Ok, essa música merece todo meu amor, respeito, crocância e cremosidade... e quando eu ouvi a versão Glee pela primeira vez, pensei: FIZERAM MERDA. Mas a ceninha foi boa e tudo mais.
Apesar de ser um filler eu acho que esse episódio me fez rir mais do que a maioria dos outros episódios. Vamos combinar: Blaine sem gel? Drops no bolso? Marley (& eu) de Victoria... é a cretinice mais deliciosa que passou nessa semana.
Quanto à sua melhor frase nesta review: "Quem pensa apenas em termos de ‘shipper’ para gostar de Glee, pensa muito, muito pequeno" só tenho que dizer que eu te daria um beijo na boca (só que não) por você ter escrito isso.
Apesar de eu torcer por Klaine, Blaine tá super melhor assim e acho que até Kurt tá super de boa lá com o travesseiro.
Achei todas as performances boas (em especial Against All Odds, só porque eu amo essa música) e achei muito digna a 'discussão' sobre Chris Brown, Rihanna etc, etc.
E pode me matar quem quiser, mas eu gosto da Kitty (mesmo que ela seja velha) e acho que mais velha que ela nessa season só o tal Adam que nem deu as caras nesse episódio.
Agora o negócio é esperar (mais uma vez) até o próximo episódio e fazer a contagem regressiva já que uma das melhores Seasons de Glee está se encaminhando pro final.

Taígo disse...

Esse episódio foi hilário, me diverti muit com ele, a única ressalva mesmo foi aquela versão de Creep. Decididamente não foi boa. Na 1ª temporada de the voice teve uma dupla cantando essa música e foi beeemmmmm melhor que essa versão. A apresentação das "Spice Girls" foi tudo, não sei como s série demorou tanto para fazer.
O temino de Brody e Rachel fui muitissimo bem feito, a a razão por incrivel que pareça estava era com ele. É muito fácil julgar os outros quando se tem tudo na mão. Sempre fui fã de Finn, mas nunca odiei Brody, pois o personagem nunca fez nada para ser odiado, só mentir a sua "profissão" para Rachel, que pra mim nem é tão grave assim.
Essa é a segunda vez que Darren Criss canta "ao vivo" eu acho. Mas nenhum dos outros atores, que tej alguns tão bons quanto ele,cantou desse jeito. Será que Lady Marphy não cansa de esfregar na cara da todo mundo o qual foda o cara é ?
Também notei as expressoes do baterista, será que ele vai rodar a baina que nem o pianista fez ? Espero que seja hilário

Amanda C. Leite disse...

Adorei o episódio e concordo com vc Blam está sendo sensacional e adoro essa amizade deles...Tenho que confessar que adoro Against All Odds acho linda a música...só que Wannabe foi a melhor performance do episódio e assim como vc tbm assisti um dos piores filmes do mundo por conta delas rsrrs e tbm adoro e já assisti todos os filmes da saga "Apimentadas" kkkk....Que coisa chata esse hiatos...

obs: eu quero um namosseiro pra mim rsrsr

luisdpaula disse...

É impressão minha ou faz tempo que a Camis usa o adjetivo 'crocância" pra descrever alguma coisa? Só falando.


É assim que se faz filler.