segunda-feira, 11 de março de 2013

Glee 4x15: Girls (and Boys) on Film


Grite e solte os pés: são 500 canções em Glee!


Uma marca notável. São quinhentas canções executadas em Glee, entre versões e originais, mash-ups, duetos e solos incríveis. Fico embasbacada só de pensar que, em menos de quatro anos completos, já vimos e ouvimos mais de 500 músicas diferentes, afinal, nesse episódio que dá continuidade à excelente safra da série, ultrapassamos a marca, sob o desejo escancarado de que possamos chegar ás mil canções, qualquer dia desses.

Glee já teve seus altos e baixos, mas acredito que no quesito musical, os acertos esmagam os erros e eu, pessoalmente, lembro de apenas umas três versões que provocaram vergonha alheia ou que desagradaram completamente. Todo o resto desperta boas lembranças ou faz parte da trilha sonora da vida da gente. Imagino que seja o mesmo para a maioria dos Gleeks, então, acho que temos que comemorar, porque a canção número 500, “Shout” foi uma das melhores dessa semana, homenageando “Animal House”, filme que eu mais que recomendo pela alta dosagem de cretinice que contém.

Aliás, é importante lembrar que esse episódio é uma ode às grandes trilhas sonoras de cinema, o que cai perfeitamente com o lance das 500 músicas na série. Glee sempre aproveita trilhas marcantes de filmes aqui e ali ou em episódios especiais e aqui, a brincadeira está na metáfora de que a trilha de Glee também começou a fazer parte da vida dos fãs. Assim como as músicas desses filmes fazem ou fizeram, em algum momento.

O episódio começa com uma referência das antigas: “Royal Wedding”, filme de 1951, estrelado por Fred Astaire, senão o maior, um dos maiores nomes consagrados nos musicais clássicos. “You’re the World to Me” foi tão bem montada e executada com Will e Emma que até quem nunca viu o filme deve ter gostado. Aliás, eu imagino que maioria do público de Glee nunca viu mesmo, porque são pessoas extremamente jovens, por isso, estou colocando aqui o link para quem quiser comparar as versões.


A ideia coube muito bem para dar andamento ao impasse entre os personagens, além de dar mais espaço para Jayma Mays, que pode não ter uma grande voz, mas tem assumido algumas grandes responsabilidades em termos musicais na série e seus esforços precisam ser notados. Matthew Morrison também andava muito apagado e esquecido e, apesar de todos sabermos que Mr. Schuester é mero coadjuvante de luxo faz muito tempo, não dá para dizer que o cara não manda bem em canto e dança.

Foi bom também chegarmos ao fim do segredo de Finn, que causou espanto e raiva em Mr. Schue, mas criou um hilariante processo de investigação. Os truques de Finn e Artie para encontrar Emma foram extremamente cretinos e a cara de Ryan Murphy. Melhor cena é com as perucas ruivas, para convencer os pais de Emma a dizer o paradeiro da filha. Eu mal conseguia acreditar naquilo.

Apesar de a amizade de Will e Finn estar abalada, pelo menos o lance com Emma promete se resolver, já que, depois daquela serenata que faz referência a uma cena emblemática de “Digam O Que Quiserem”, com todos entoando “In Your Eyes”, o casal deve voltar e começar a se conhecer novamente. Papo estranho de Emma, convenhamos, mas tudo bem. Vamos deixar passar porque ela sofre com o TOC e precisa ter tudo muito controladinho.

Nesse clima das telonas, o exercício para os membros do New Directions teve resultados divertidíssimos. Primeiro com “Shout” e depois com os mash-ups e a competição entre meninos e meninas, que sempre dá muita vantagem aos garotos. Como não amar o que fizeram com duas músicas de filmes estrelados pro Tom Cruise? Top Gun e Negócio Arriscado? Não fica muito melhor que isso, a não ser quando vemos metade dos meninos vestidos de aviadores e os demais representando outra cena conhecidíssima, com a camisa branca e o festival de pernocas de fora. Não passa despercebido que escolheram os mais musculosos para ficar seminus. Ryder, Jake e Samzinho (o mestre das imitações!), todos lindos e possuídos pelo ritmo Ragatanga.

Para a mulherada, liderada por Unique, ficou a responsabilidade de um mash-up das loiras mais poderosas: Marilyn Monroe e Madonna.  Ficou bacana, sim, mas sem comparação com o número anterior. Mas o notável, em tudo isso (e na verdade o mais importante) é que tudo o que acontece em Lima tem sido muito interessante.

Tanto que depois vimos “Unchained Melody”, consagrada no filme “Ghost” lançar a grande dúvida de Marley. Não pude deixar de reparar que ela não beija Jake, mas se agarra imaginariamente a Ryder em toda oportunidade que tem, o que revela muito. Adorei essa versão. As vozes de Blake e Jacob combinam muito bem.

Encerrando a comemoração, nada melhor do que pegar outra música conhecidíssima e colocar o pessoal para cantar e dançar. Footloose é fantástica e fica ainda melhor em Glee, que tem assumido essa característica de apostar mais em coreografia e movimentar as coisas. E funciona. Tanto que essa é a temporada mais energética da série e antes mesmo de acabar, já figura como minha favorita. Espero que se mantenha assim, em alta.

Em contrapartida, temos Santana tentando injetar adrenalina em NY. As observações dela sobre Brody ser um traficante (com corpo de plástico) são pura genialidade, mas nem mesmo ela consegue entender que macho malhado, com Pager e maço de dinheiro é michê e não traficante.  No mais, apesar das gavetas reviradas e de Santanão fazer Rachel encarar sua gravidez, o núcleo de NY precisa de muito mais para funcionar de verdade. Aquele papinho de Moulin Rouge e a sedução caduca entre Kurt e Adam não empolga ninguém, inclusive porque todo mundo já quer o casamento de Klaine, ao som de “Come What May”.

Essa é minha única crítica a Glee. Gosto muito de tudo que se passa na escola, mas NY tem ficado um pouco à deriva. Espero que a presença de Santana seja realmente um diferencial daqui em diante e que as histórias de Rachel e Kurt fiquem interessantes como estavam mais no início dessa temporada.

 
P.S* Outra #DICA ótima de filme que Glee deixou: Howard, The Duck. Vão ver, porque é sensacional.
 

Músicas no episódio:

"You're All the World to Me" - Royal Wedding: Will Schuester and Emma Pillsbury

"Shout" - The Isley Brothers Blaine Anderson and Brittany Pierce with New Directions

"Come What May" - Moulin Rouge!: Blaine Anderson and Kurt Hummel

"Old Time Rock and Roll" / "Danger Zone" - Bob Seger / Kenny Loggins: Blaine Anderson and Sam Evans with New Directions males

"Diamonds Are a Girl's Best Friend" / "Material Girl" - Gentlemen Prefer Blondes / Madonna: Wade "Unique" Adams and Marley Rose with New Directions females

"In Your Eyes" - Peter Gabriel: Will Schuester with New Directions

"Unchained Melody" - The Righteous Brothers: Jake Puckerman and Ryder Lynn

"Footloose" - Kenny Loggins: Sam Evans and Artie Abrams with New Directions
Comentários
12 Comentários

12 comentários:

Priscila Farias Carvalho disse...

Adoreio a review. Esse episódio foi fantástico. Santana, diva, citando Doctor Who. Ah, e ela também citou A Garota Ideal (Lars and the Real Girl). Algo que reforça a crítica dela a Brody ser de plástico. Quem não viu, veja também esse filme. É muito cretino.

Letícia disse...

Não aguento mais o Blaine. Tá bom de musica pra ele!!!!

Anônimo disse...

Sou fã de Glee desde 2010, quando a série chegou no seu auge na segunda temporada, e desde sempre acompanho as reviews daqui. Eu não costumo comentar, mas hoje decidi fazê-lo, porque quero uma resposta: como você acha que a quarta temporada está sendo A MELHOR DE GLEE? Para mim é a pior apresentada, falo sério, se quiserem, podem vir me matar, mas antes vou falar o que penso: desde a segunda metade da terceira temporada, Glee parou de dar plots de verdade, antes havia história e era algo contínuo, com uma boa dosagem de diálogos e música. Atualmente, os roteiristas devem estar com uma preguiça imensa pra ficarem pondo oito músicas em um episódio e, em vez de haver trama de verdade, a coisa vira um musical (vai ter gente me dizendo que Glee é musical e tem que ser assim, mas cara, a série SEMPRE DEU HISTÓRIAS BOAS na primeira, na segunda e na maior parte da terceira temporada, por que a estrutura muda agora?

Anônimo disse...

Aí eu fico lendo a review falando que o texto da série está muito bom e fico com vontade de dar um tiro na minha cara! "Ah, Glee tem referência a isso e aquilo", ok, gosto das referências, mas falta trama de verdade, é o maior problema da série atualmente para mim. E quando tem algum plot, eles simplesmente não desenvolvem. Por exemplo, a bulimia de Marley. Estava com esperanças de que isso fosse dar em alguma coisa, mas não, isso só apareceu no episódio 6 e depois sumiu. Desde quando bulimia é um problema tão passageiro que se resolve apenas com UM episódio? E só estou citando essa de exemplo, porque tem muita trama que eles não dão continuidade. OU, em tramas que a gente quer que eles terminem logo em um episódio, eles fazem em quatro: sim, estou comentando da paixão de Tina por Blaine. Sinceramente, revirei os olhos com aquela cena dela cantando um solo pra ele, porque, sinceramente, isso foi ridículo. Que a Tina canta bem e merece mais destaque, eu concordo, mas se for assim, não.

Anônimo disse...

Só que a coisa que me deixou mais indignado foi Quinn e seu questionamento em relação à sexualidade. Se antes Quinn e Santana NUNCA tiveram relações e eram super amiguinhas, por que agora, que são formadas e quase não se falam mais, elas decidem, repentinamente, fazer sexo? Falta de criatividade e continuidade. Outra coisa que me deixa com raiva é a reciclagem de plots: Kurt e Mercedes, na primeira temporada, foram cheerleaders. Blaine e Tina tendo sido, no 4x09, foi exatamente A MESMA porcaria de história. No 1x04, Quinn descobriu estar grávida. E agora no 4x14, é a vez da Rachel. Sinceramente, os roteiristas não devem ter mais criatividade pra inovar... Na primeira temporada eu achava tudo muito diferente, bem feito, as histórias, quero algo zoado como aquele plot do Will fazendo o Finn entrar no Glee Club por ter "achado" drogas em seu armário, entende?

Anônimo disse...

Atualmente só pegam umas músicas, colocam uns plots sem nexo e que eles geralmente nem desenvolvem, colocam algumas referências (que são a única coisa boa que geralmente tem), misturam e vira isso. Glee já foi uma inovação no cenário de musicais, então por que não continua sendo uma? Talvez pela série ter arranjado tantos problemas que eu acabei não me simpatizando com os personagens novos: falta de plot bom, não mostraram muito bem as características de cada um para nos fazer realmente gostar deles, acabei só gostando das vozes. Essa falta de afeição me fez sentir muita falta dos personagens antigos, que desde a primeira temporada foram muito bem construídos.

Anônimo disse...

Por isso, preferia que a série mostrasse vários núcleos com os nossos formandos e o que eles fazem da vida. Nem isso eles contam... O que Puck, Mercedes e Mike estão fazendo, atualmente? Mas juro, mesmo, que se eles não tivessem deixado um núcleo pra Rachel, Kurt e Santana, eu parava de ver. O que eu posso fazer? Não gostei dos novos personagens porque não aprofundaram direito neles, só teve uns plots superficiais e sem sentido. Também sinto falta do Will sendo o protagonista da série, da Sue sendo a vilã da série... Acho que só não parei de ver a série porque passei a amar demais os personagens e ainda acho que eles podem consertar tudo isso.

Anônimo disse...

Acho que só não parei de ver a série porque passei a amar demais os personagens e ainda acho que eles podem consertar tudo isso. Glee ainda pode ser Glee. Com histórias e músicas em quantidade balanceada, e com continuidade, ficaria bom, e com certeza eu iria gostar dos novos personagens. E, por favor, sem reciclagem de plots (vulgo cheerleaders, gravidez e dislexia). As homenagens também eram melhor com histórias de verdade, esta, apesar de ter boas músicas, não me agradou.

Anônimo disse...

E eu carregaria essas críticas comigo se não fosse tudo tão diferente do que acho. Pra mim, NY está sendo o melhor núcleo, pelo menos eles não saem por aí cantando música e pondo um monte de plot nada a ver (apesar de ter reciclado a gravidez). Bom, é isso. Queria que você, Camis, me desse uma resposta pro que eu disse... Gostei dos primeiros episódios da quarta temporada, mas foi piorando e seus elogios aumentando, o que achei estranho. Enfim.

Lucas disse...

Adorei a review, adorei o episodio, na verdade to adorando essa temporada.
To sentindo falta da Cassandra Bitch, acho que ela daria uma esquentada nesse gelo de NY. Será que sou o unico que não quer ver Klaine juntos de novo?!
Agora só fico esperando o episodio dramalhão que sempre tem em Glee.

Outra coisa, eu to ficando doido ou a titia Ryan deu um jeito de colocar o nome de todos os filmes que concorreram ao oscar de melhor filme?

hey there de disse...

Acho que pra quem não viu os filmes da lista -bjs pra mim- o episódio ficou meio chato

Priscila Farias Carvalho disse...

Não acho não. Vi metade dos filmes referenciados e mesmo assim me diverti bastante com o episódio.