A empregada asiática dos
Bradshaw.
É impossível resistir às
peripécias maravilhosamente propostas por The Carrie Diaries, principalmente quando
o tema da semana é o Thanksgiving, o feriado America mais amado pelos
brasileiros, que adorariam comer purê de batata doce com marshmellow derretido
por cima.
A citação a essa meleca (eu acho
que deve ser uma meleca de comer) vem a calhar, porque o clima de subúrbio toma
conta e coloca Carrie Bradshaw na cozinha. Algo impressionante e que explica
muito sobre a personagem na fase adulta. O que mais gosto na jovem Carrie, é a
doçura. A atriz passa candura e tem jeitinho de menina, fazendo com que Carrie
seja adorável, em todos os momentos. Essa necessidade de sentir a presença da
mãe, de honrá-la e lembrar dos momentos bons em família está sendo muito bem
desenvolvida. É notável o modo como balanceiam o drama (ainda que leve) com o
humor. Todos os momentos de Carrie na cozinha foram extremamente curiosos e
divertidos e eu ainda não sei como ela conseguiu ficar linda e composta, até
depois da explosão do forno.
A histeria de Mouse foi outra coisa
ótima, assim como as constantes troladas de Dorrit. Tudo contribuindo para o
estresse de Carrie, ao receber o namorado ricaço e o sogrão para o jantar. Cá
entre nós, aprovo aquele moço, mas ele é meio “grande demais” para Carrie e
fico com a impressão de que ele é um velho tentando se aproveitar de uma
criança.
O principal ali, era a questão
familiar, da perda, do abandono e do impacto que isso tem na vida das pessoas.
Foi legal ver como tudo começa se desenvolvendo em paralelo e termina num único
lugar. Começamos com os modos diferenciados com que os Bradshaw tratam esse primeiro
feriado sem sua matriarca, expondo as diferenças entre eles. Depois, ouvimos os
depoimentos de George sobre suas experiências nada agradáveis com feriados e
vemos Maggie, enfrentando, pela primeira vez, algumas verdades.
Gostei muita dessa parte. Maggie estava
condenada a ser a menina fútil que é enganada pelo namorado gay, mas esse baque
sobre seu futuro parece tê-la tirado da bolha. Tanto que ela até recusa os
avanços do policial babaca.
O destino de Sebastian era
previsível e denota certa fragilidade ao personagem. Ele começa a notar que o
namoro com Donna pode não ser a escolha certa, mas ouve de Carrie apenas uma
opinião extremamente sensata sobre o peso das escolhas que cada um de nós faz e
sobre como não é bom magoar os outros só para remendar um problema. Foi uma
bela atitude, muito madura, inclusive, assim como a de Tom, que começa a
perceber que, depois da morte da esposa, precisa controlar melhor as coisas que
acontecem à sua volta, mas sem sufocar as filhas. Bom, talvez ele devesse
esganar Dorrit um pouquinho e mostrar que se importa com todas as bobagens que
ela faz para chamar a atenção, mas vamos dar tempo ao tempo. Esse Thanksgiving
é só uma amostra do que The Carrie Diaries pretende fazer nesse sentido.
P.S*Torcendo muito para que Walt
mostre quem realmente é, o que quer e o que pensa.