Uma questão política.
O episódio dessa semana de Switched at Birth serve como um
exemplo. Exemplo de que a série está um tanto perdida com seu núcleo jovem e
por isso, os roteiristas atiram para todos os lados, sem nunca acertar um bom alvo.
Isso é um problema. Ainda é agradável de assistir, mas os erros vêm numa crescente,
dando a ideia de que, depois de resolverem a maioria dos impasses básicos
causado pela troca das meninas na maternidade, o assunto se esgotou. Talvez, se
a emissora tivesse optado por dividir melhor os assuntos e fazer temporadas de
tamanho normal a situação fosse outra, mas é com o que está acontecendo de fato
que temos de lidar. SAB sofreu uma sensível queda em sua qualidade. Não há como
argumentar.
Talvez o exemplo mais palpável seja a história de Toby.
Sempre largado e deixado em ultimo lugar na escala de importância, ele começou
a aparecer mais nesse segundo ano, mas não sabem trabalhá-lo bem. Já havia comentado o impropério do plot da
semana passada e a coisa se repete. Toby estava dizendo que amava uma menina na
semana passada e agora, já está em banheiras de hidromassagem com uma avulsa,
que vem a ser a filha vingativa da concorrente de John ao senado. A coisa se
desenvolve do nada e, francamente, leva a lugar nenhum.
O lance mal resolvido de Bay e Emmett está nessa porque
obviamente querem manter viva a única boa tensão da série, só que isso está
chato e arrastado demais. Emmett se perdeu totalmente, Bay fica fazendo cartazes
e suspirando por Noah, com quem ela não tem a menor química e assim, nem mesmo
a parte fofa de SAB funciona mais.
Com Daphne e Travis tudo desanda a níveis ainda piores,
porque ninguém aguenta mais essa coisa passivo-agressiva de mais um casal sem o
menor entrosamento e que fica às voltas com o caso do assalto que não é realmente
interessante. E ainda temos Regina voltando ao alcoolismo por causa de meia
taça de champanhe. Acho que é tema sério, sim, mas sei lá, não parece digno da
personagem que, apesar de ter isso em seu histórico, não convence como alguém que
apelaria para garrafas de cachaça para curar depressão e frustrações. A descoberta
desse problema voltando, com o flagra de Bay, não é um bom cliffhanger e não
cria clima ou vontade de esperar pela próxima semana.
Esse é um momento decisivo para SAB. O roteiro precisa se
acertar e voltar a ser o que era antes. Uma série simples, honesta e que fala
de vida familiar. Não é preciso muito esforço para criar situações minimamente
interessantes dentro desse tema.