quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

The Carrie Diaries 1x04: Fright Night


Amiga de verdade, vira espiã no Halloween.
Não sei se já está liberado dizer, mas lá vai: Estou apaixonada por The Carrie Diaries. No meio de tantos lançamentos ruins ou que não passam de medianos, essa série se destaca como exemplo de como produzir uma série teen de qualidade. Em apenas quatro episódios, The Carrie Diaries não é apenas divertida e descolada, é também uma série que tem uma boa proposta e o objetivo de debater certos temas pertinentes, não esquecendo detalhes como ambientação e trilha sonora. É tudo tão bem feitinho que sinto até orgulho. Estranho dizer isso, mas é verdade. Com tão pouco investimento em produções para o público jovem, inclusive por conta dos números de audiência, essa série é um alento.
Aliás, falando em audiência, a esperança de que TCD tenha alguma chance de sobreviver à Mid-Season com renovação começa a aparecer. Os números melhoraram (não são ideais, mas ainda assim, melhores) e acho que as pessoas estão começando a descobrir a série. Torço muito por isso. TCD merece uma chance, até porque estamos numa carência imensa nas produções desse gênero.
Aproveitando que é no Halloween que as pessoas se permitem ser o que não são (ou ser o que realmente querem ser), o roteiro fala de máscaras, de aparências, do medo de assumir certas verdades. Depois do destaque para Mags, com o fim do namoro, chegou a vez de Walt ganhar espaço, explorando bem o quanto era mais complicado para qualquer pessoa ‘sair do armário’, por assim dizer. Uma coisa legal da série é essa perspectiva. Em 30 anos muitos conceitos e formas de pensar evoluíram e, apesar de o preconceito ainda existir, hoje em dia o número de pessoas que acreditam que cada indivíduo tem liberdade para ser quem bem entende é muito maior.
Walt tem todas as reações clássicas. O medo, a vontade de descobrir e experimentar e o choque de encarar a realidade. Estava na cara que ele e o Sr.Laranja Mecânica teriam alguma coisa e, quando acontece, Walt processa a informação com agressividade e atacando o grupo a que ele mesmo pertence, mesmo que admita. O instinto de correr para Mags e reafirmar sua masculinidade é natural. Ela significa proteção. O problema é que, em breve, Walt vai ter que dizer a verdade e o estrago no relacionamento dos dois será maior. Ela até encarou numa boa o fim do namoro e não parecia uma ensandecida (apesar de assassinar o urso), mas saber que o namorado é gay? Isso sim vai render.
Outra coisa boa é que Mags já percebeu que o policial babaca é mesmo babaca. Ainda bem que não demorou para isso acontecer, porque esse traço da personalidade dela, que revela insegurança e baixa autoestima já ficou bem traçado. Ela até foi além desse drama e, ao lado de Mouse, consegue formar um bom grupo de amigos para Carrie. Mouse estava engraçadíssima chapada de maconha, com larica e tudo. Também foi legal terem tirado o peso de vilão de Sebastian, porque afinal, ele teve a privacidade invadida, apesar de ter exagerado um pouco na reação.
A festa em NY foi excelente também. Gosto de como Carrie vai descobrindo a cidade e sua paixão cresce mesmo quando os mitos e ilusões se desfazem. Nem tudo é fácil e maravilhoso. Existe dor e solidão, um mundo de aparências e futilidades do qual é difícil escapar. Julgamentos de todos os lados. Larissa representa isso perfeitamente e apesar da graça inicial dela sendo um pássaro completamente maluco de ácido e ecstasy, consegue balancear bem o lado dramático. É interessante notar que a maioria das histórias se desenvolve perto de Carrie, mas não exclusivamente centralizadas nela. Existe espaço para todo mundo e a narração, por si só, já faz dela um destaque em todas as situações.
Outra interação excelente foi a de Dorrit e Tom. Nem sei dizer o quanto ri dele imitando o som de Chewbacca e vestido igualzinho. Foi um toque de humor fundamental para o sucesso do episódio. Porém, o mais importante fica na relação entre pai e filha. Parece que Dorrit sempre tem passe livre para fazer o que quer, enquanto Carrie banca a responsável. Tom é permissivo, mas dessa vez, impõem autoridade, o que o aproxima da caçula, que só faz o que faz para conseguir mais atenção.
Continuo adorando a trilha sonora e as referências culturais (PAC-MAN!!). Além de Poltergeist e Laranja Mecânica, é legal perceber o contexto histórico. Carrie se veste de princesa Diana e mostra essa fascinação tão característica do começo dos anos 1980. Isso também ajuda a revelar seu lado inocente e sonhador e como ela encara o mundo. Tendo a perspectiva de já ter visto a personagem na forma adulta, é algo interessante de acompanhar.
Comentários
6 Comentários

6 comentários:

Raul Ribeiro disse...

tou gostando demais dessa série! imagino que no episódio que vem, a Donna LaDonna deve ganhar algum destaque, já que não apareceu nesse. Queria ver que fantasia aquela menina iria usar.

ri muito do Chewbacca. Aparentemente, não pode faltar Chewbacca no Natal e nem no Halloween também né.

Quando vi que a Carrie e o Walt iam pra festinha em NY e aquele carinha lá apareceu, imaginei que ela já fosse descobrir que o Walt é gay. Mas acho que isso só vai acontecer quando ele próprio descobrir isso também.

Gostei de botarem a Mouse pra fumar um baseado, espero que ela ganhe plots melhores do que o do namoradinho da faculdade.

Bjos, Camis! Não se esqueça da referência a Footloose!

Cacá SS disse...

Dá até medo de confessar, mas, estou gostando muito de TCD! É gostosinha de acompanhar, os temas são interessantes... e as músicas dos anos 80?! Amo!
Espero que tenha vida longa, apesar da minha atual falta de sorte com as séries que eu gosto =X

Michael Oliveira disse...

Já estou completamente apaixonado por essa série. Nesse episódio, o que eu mais gostei foi um detalhe para os fãs de Sex and the City, a mordidinha que a Carrie dá no lábio ao final do episodio é um tique característico da personagem adulta! Fiquei deslumbrado quando vi isso!

Iago Mentros disse...

CarrieDiaries enche-se de referências, e está desenvolvendo uma série como nenhuma outar do gênero.
Dá raiva porque os produtores que transformaram GossipGirl num lixo, estão lapidando otimamente uma ótima série.
Eu quando vi a Carrie defendendo Ladi Di e Charles, ficou parecendo as menininhas de hoje que adoram defender o JustinBieber.
O trabalho de pesquisas das músicas, figurinos, jogos, tendências, filmes, assuntos da época é tão primoroso que já eleva a série uns degraus em relação as outras.


E vida longa à CarrieDiaries

Shaii Schultz disse...

Eu também estou curtindo. Os personagens são muito cativantes, especialmente a Mouse (minha preferida até agora) <3

Cynthia disse...

Também estou amando muito a série! Mas estou preocupada, como eles vão fazer para apresentar Samantha, Charlotte e Miranda. Até porque no livro, quando Carrie se muda para Nova York no estágio o foco fica totalmente nela Sam e Miranda, Charlotte aparecendo depois! E os personagens sebastian, mouse, walt, mags, praticamente desaparecem. Mas enfim estou amando muito tudo! Nao vejo a hora de mostrarem o quarteto de mulheres que sempre amamos.