É quase impossível mensurar o
quanto uma surra falsa pode ser positiva. Não sei quanto a vocês, mas realizei
um sonho, ao ver Avery levando uma sequência de socos na cara, desferidos por
Gunnar. Essa nem é a parte principal do episódio dessa semana, em Nashville,
mas quis começar comemorando, porque acho que a ocasião pede.
Alguém me disse no twitter que
esse episódio deveria (ou poderia muito bem ter sido) ter sido exibido em
seguida ao Piloto. É verdade em partes e não consigo discordar. É um episódio
que resgata algumas das ideias principais da série e que provoca algumas
mudanças essenciais. Não sei ainda se a série vai engrenar de verdade, então a
próxima semana deve ser decisiva. Espero que Nashville não seja do tipo de
produção que dá um passo à frente e depois vem em marcha ré. Seria frustrante que, depois dos
acontecimentos desse episódio, começassem a recuar.
Houve bons twists para as duas
protagonistas, a começar por Juliette.
Uma artista como ela, cheia de personalidade e vontade própria, tinha
mesmo que começar a impor sua vontade, mas de um jeito profissional e querendo
evoluir. Não vejo problema algum com a carreira de Juliette ser mais voltada a
entretenimento do que conteúdo, mas é ótimo ver que ela quer mais. Ela quer
reconhecimento pelo talento que possui e não está nem um pouco errada nisso.
Por outro lado, o empresário e os assessores alertam que mudanças bruscas podem
destruir uma carreira. É verdade. Mas com calma é possível fazer o que Juliette
deseja, sem grandes traumas.
Para Rayna as mudanças são mais
pessoais e principalmente causadas pela ação de terceiros. Foram as atitudes de
Deacon e Ted que fizeram a coisa sair do marasmo. Deacon surpreendeu ao mostrar
o que realmente deseja, de uma vez por todas, cansado de ser uma sombra e de
esperar por migalhas. Ted pode até ter traído Rayna, mas ganhou meu respeito
por ir até ela e pedir o divórcio. Tudo isso tinha de convergir e evitar a
conversa entra Rayna e Deacon, mas acho que isso ainda será mais bem explorado.
Só espero que ela não fique querendo manter um casamento de aparências apenas
por causa das filhas, porque isso seria de uma babaquice extrema.
Com Avery levando o que merece,
eis que a grande chance de Scarlett e Gunnar está se aproximando. No começo de
Nashville comentamos muito sobre o esquecimento dessa trama, porque o Piloto
vende a ideia de que são esses dois que vão salvar a carreira de Rayna. A
ideia, agora, não é bem essa, mas ainda é boa. Os dois representam Rayna e
Deacon, nos áureos tempos da juventude e, quem conseguiu prestar atenção à
trilha sonora, percebeu a menção a outros grandes casais da música country. As
referências a Johnny Cash e June Carter estão muito presentes e dão uma boa
ideia do que a série pretende desenvolver nesse sentido.