Garotos propaganda.
O bom andamento da temporada de Grey’s Anatomy já não é uma
surpresa, mas esse episódio é, talvez, um dos mais interessantes até aqui. Com
uma pequena mudança na narrativa, que fica por conta de Karev, o roteiro nos
leva para um desfecho esperado, mas que nem por isso deixa a desejar. Esse é
mais um exemplo de texto bem balanceado, sem tanto foco em drama, propriamente
dito, mas com bastante tensão e o tradicional humor da série, que acabou sendo
dividido por muitos personagens, em diversos momentos.
A batalha de egos estabelecida entre Karev e Avery acabou
rendendo inesperadamente. Os dois andam às voltas em histórias menores, com as
internas, e foi bom ver que eles podem ir além. Tudo que os envolveu foi
bastante engraçado, ainda mais com duas defensoras de caráter como Jo e Stephanie.
De modo geral, o quarteto se saiu muito bem e é,claro, foi bom ver que Karev
está mesmo interessado em Jo, mesmo que tenha sido Meredith a lhe chamar a
atenção para esse fato. A verdade é que eles combinam e estava na hora de algo
acontecer nesse sentido. A cena inicial e a cena final, dos urros e donuts, são
prova disso. Um romance leve e divertido, sem tantos problemas existenciais. É
isso que Karev merece depois de tanta coisa já ter dado errado para ele.
Ainda falando dos amores, não acho que Stephanie combine com
Avery. Não vejo a química entre eles, algo
que existe com Kepner. Ela, aliás, é outra personagem subindo no conceito.
Percebe-se que a eliminação sumária de alguns foi positiva para outros. Kepner
e Avery sendo os maiores exemplos disso. Muito bacana o lance dela com o
paramédico, mas principalmente pelo desafio proposto. O salvamento daquele
menino foi uma das melhores coisas do episódio, mostrando que quando é preciso,
a equipe do Seattle Grace se une e age em nome do bem maior. Até Derek participou
da armação que deixou Owen e Cahill de cabelos em pé.
O caso com os transexuais se encaixou bem com o episódio e
mostrou o quanto é difícil encarar mudanças drásticas. Em contrapartida, havia
a mudança nas políticas hospitalares que viriam com a venda do Seattle Grace e
acho que é bem legal notar o que esse paralelo propõe. Como se a mudança de
imagem tivesse significados opostos, sendo absolutamente negativa no caso do
hospital.
Valeu a pena acompanhar foi a aventura de Callie e Richard
(ou devemos chamá-los de Sr. E Srª Plantain?) em um dos hospitais administrados
pela Pegasus. Os dois atores estavam em performances hilárias e se saíram muito
bem juntos, além do fato de que essa brincadeira de detetive acabou trazendo a
ideia da compra do hospital. Eu estava mesmo certa no palpite, embora ele fosse
bem (bem) óbvio. Acho que todos vão topar o desafio e teremos, então, muitas
novas nuances e desdobramentos. Promete ser bem bacana de acompanhar, se o
ritmo da série se mantiver como está. A única coisa que não é bem vinda nesse
momento é outra tragédia épica. Sinto que essa é a hora de relaxar e
desenvolver um pouco a trama, sem acrescentar absurdo no meio.
P.S*Bati palmas quando Meredith apaga o arquivo do paciente
de trauma.
P.S* Também mostraram a importância de um equipe de enfermeiros. Eles não são o foco da série, mas o recado foi dado.