“Let’s rock some hernias!”.
A temporada de Grey’s Anatomy tem
sido bastante balanceada e trazido ótimos momentos, e esse episódio é mais um
que se encaixa na categoria. Não há o que dizer de um roteiro como esse, que é
bastante simples e faz sentido dentro do andamento da trama central, ao mesmo
tempo em que entretém e diverte, em diversos momentos. Costumo dizer que esse é “arroz com feijão”
da série e é nesses episódios que podemos perceber o valor agregado de nove
temporadas. Grey’s Anatomy mudou ao
longo dos anos, não restam dúvidas disso, mas ela continua em destaque e muito
querida pelos fãs.
Crises no hospital já aconteceram
antes e mesmo sem a história ser inédita, está sendo bem conduzida. Todo o
esforço de Derek, April e Owen para provar que o Pronto Socorro é importante e
pode ser mantido com alguns cortes nos gastos foi absolutamente louvável, mas
destruído pela verdade: O Seattle Grace Mercy Death está a venda.
É por isso que não consigo tirar
da cabeça a ideia de que as vítimas do acidente vão se reunir e comprar o
hospital. Sei lá. Pode ser apenas uma grande bobagem minha, apesar de o roteiro
sugerir essa possibilidade muito sutilmente. Também há a chance de conhecermos
novos médicos e ganharmos novos conflitos assim que a direção do hospital
mudar. Qualquer opção parece interessante nesse momento e dá para confiar no
resultado, a julgar pelo andamento da temporada.
Uma das partes interessantes ficou com o retorno de Alana a
uma sala de cirurgia. Tudo ali parecia compactuar para que Owen conseguisse
salvar o PS, mas apesar da emoção e de perceber que naquele dia, o paciente
havia saído com vida porque as portas estavam abertas, nada pode deter os
planos de vender o hospital.
Uma das táticas, aliás, é padronizar atendimento e aperfeiçoar
resultados. Centro cirúrgico sempre equipado de maneira idêntica e organizada e
médicos treinados para fazer procedimentos “sem grife”. O uso de uma única
técnica, em si, não é um problema, apesar de que cada caso é um caso. Problema
maior está na frase “o paciente não importa”. Foi aí que até Bailey desenhou um
limite para suas macaquices. Ela está ótima na série. Suas picuinhas com
Richard e Meredith renderam bastante e a atriz encontrou o equilíbrio entre
cômico e dramático.
Outra grande mudança está no Big Brother UTI. Fiquei pasma
só com a possibilidade de um médico que passa o dia fiscalizando e dando ideias
do além. Ok. Não é do além, mas de uma salinha cheia de monitores, mas mesmo
assim, nem imaginava que isso poderia ser colocado em prática. A onipresença de
Bob (porque uso o nome que Cristina determinar) foi um elemento diferente e
curioso que acrescentou muito ao caso do skatista que não poderia receber
transfusão por ser Testemunha de Jeová. Cristina foi ótima ao explicar para a
interna que é preciso respeitar as crenças das pessoas e que ninguém morre na
hora errada. Impossível saber se a transfusão salvaria o rapaz e, é claro, o
que realmente incomoda é a dúvida.
Falando nos internos, eles ficam bastante preocupados com a
atual situação do hospital e sabem que serão os primeiros na linha de corte.
Não seria nada mal se alguns deles sumissem, porque não têm muita utilidade na
série, honestamente falando.
No meio disso tudo, Meredith ainda aprende a ser feliz com
as pequenas coisas e se surpreende por não ter mais nada dando errado em sua
vida. Achei muito bonito falarem dos primeiros chutes do bebê para ilustrar
essa nova fase, sem deixar de lado a insegurança natural da personagem.
E insegurança também veio do caso da jovem ginasta que
conseguiu destruir a confiança de três médicos, sugando-os para seu abismo de
depressão. Nem Karev, nem Callie foram capazes de fazê-la caminhar, mas Arizona
só consegue isso ao usar a técnica do vilão. Cada um deles foi fundamental para
a mudança de atitude da paciente e para uma das melhores sequências do
episódio.
P.S*Beijo na Bailey pela referência a The Hunger Games!