Um mergulho na mitologia de
Cougar Town.
Quando li a frase que estampa a
rápida abertura de Cougar Town, fiquei intrigada: “Esse é para vocês, nerds da
continuidade.”, mas logo entendi o que isso significava. Esse episódio, que já
entrou para a lista dos melhores da série, nos leva numa verdadeira viagem no
tempo, onde os exageros, mais do que nunca, são permitidos e onde muitas
novidades aparecem.
Ri e sorri o tempo todo e,
ultimamente, as séries andam tão ruins, que percebi algo jamais imaginado.
Nesse exato momento, Cougar Town é a melhor comédia no ar. Podem confiar. Eu
assisto a praticamente todas e nenhuma (só Raising Hope) está sendo capaz de
divertir como Cougar Town. Nunca achei que diria isso. Mesmo gostando da série
ela sempre ficava no meio termo para mim, mas estou bem feliz em poder elogiar
tudo abertamente. É preciso louvar o trabalho dessa equipe de alguma forma, mesmo
que eles não façam ideia do quanto são apreciados (porque convenhamos, nenhum
gringo vai ler review brasileira). Também podemos comemorar o fato de que na
TBS, Cougar Town está com boa audiência, então, a probabilidade de renovação
existe.
O interessante nesse episódio é que nunca antes havíamos
visto o passado da gang. Por isso, foi ótimo entender como Jules e Bobby foram
parar na vizinhança e como estabeleceram a amizade com Ellie e Andy. A caracterização deles como ‘rednecks’ ou
caipiras, para quem não está muito familiarizado com o conceito, foi excelente.
Bobby a gente consegue ver assim com facilidade, mullets impecáveis e linguajar
maluco, mas Jules? Courtney Cox estava, por assim dizer, uma verdadeira
fubanga, na falta de termo melhor.
Ellie, por sua vez, era a advogada implacável e com
inseguranças amorosas, já que amava Andy, mas não era correspondida da mesma
forma. Tudo ao contrário. Todos viram amigos e se apaixonam uns pelos outros,
confirmando a história de “amor à primeira vista”, contada por Travis e Bobby.
Aliás, Travis também teve um encontro impactante com Laurie, ainda na tenra
idade, mas esse casal está longe de ter um final feliz, agora que ela está
assumindo um compromisso pela primeira vez.
Até mesmo Tom já mostrava suas habilidades de ‘stalker’ nas
janelas de Jules e Grayson, que se sentia excluído de tudo, nem faz ideia de
que foi o responsável por tudo. Sem aquela trombada com Jules, ela não ganharia
a garrafa de vinho, não haveria amizade com Ellie, não haveria casamento com
Andy e o ‘cul de sac’ jamais seria como o conhecemos.
Não é de se estranhar que eles agora tentem afastar novos
vizinhos. Aquele espaço é deles, livre para suas loucuras regadas a litros de
vinho, então gente que usa bermuda de ciclista (sério, homens, não façam isso,
NUNCA) não deveria mesmo ser bem-vinda. E o melhor de tudo é que agora que
Cougar Town tem mitologia, podemos ser chatos e ficar reparando em erros de
continuidade. Sim, a frase destacada na abertura tinha toda razão de ser.