Por um mundo com mais referências
a Beverly Hills – 90210.
Você pode até achar que não, mas
o episódio de Community dessa semana é, na verdade, uma singela homenagem à
série mais revolucionária de todos os tempos: 90210, a original, conhecida no
Brasil como Barrados no Baile (nome que nunca fez ou fará sentido). O lance
todo com Inspector Spacetime foi apenas para disfarçar, mas o final revelou
todas as intenções do roteiro, ao trazer dois personagens icônicos para amarrar
a trama.
Depois desse importante esclarecimento,
acho que é válido dizer que esse episódio é infinitamente superior ao segundo.
Não é, exatamente, o melhor que já vimos em Community, mas trouxe uma esperança
profunda de que a coisa não está totalmente perdida. Dessa vez, os personagens
tiveram foco e boas situações a desenvolver. Além do mais, acho interessante
quando saímos um pouco de Greendale, pela mudança de cenário e pelas
possibilidades que se abrem.
Quem é fã alucinado de séries (desses
que vão a encontros e convenções temáticas) provavelmente adorou o episódio,
mas não sei se o público de Community é tão fissurado em Doctor Who assim,
embora seja altamente provável. É interessante o modo como eles debatem a série
clássica britânica e a obsessão em torno dela, assim como os desdobramentos
mais atuais, com a “americanização” dos temas. Aconteceu de verdade. Tentaram
deixar Doctor Who mais palpável para que caísse no gosto do público norte
americano, lembrando que o Doutor de Matt Smith usou até chapéu de cowboy, e
claro, houve críticas a esse processo.
Também foi bom ver como Pierce e
Shirley servem como “exemplos” de fãs, que ajudam a construir a nova imagem do
Inspector Spacetime. Para mim fica bem claro que essas pesquisas de opinião, na
maioria das vezes, só servem para destruir uma produção e a inclusão dessa
sequência é obviamente mais uma crítica aos que tentam popularizar Community e
torná-la mais palatável. Os roteiros não estão sendo nada sutis nos recadinhos
do coração, enviados semanalmente aos executivos da NBC.
Além das presenças de Luke Perry
e Jennie Garth, os amantes de ficção científica pularam de felicidade com
Tricia Helfer, a Number Six (que eu chamo de Number Sex por motivos óbvios) de
Battlestar Galactica. Ela, mais do que ninguém, deve saber o que é estar na
posição de Jeff, sendo observado e apontado, perseguido como um vilão icônico.
Foi uma boa participação, especialmente porque deu uma alavancada na relação
entre Jeff e Annie, que sim, poderia muito bem ser explorada e dar certo. Como
Annie é uma fofa, não dá para não gostar dela fantasiando ser a Srª Winger.
Também gostei de como estão
estabelecendo a relação de Britta e Troy. A sequência inicial é bem bacana e
depois, ela mostra compreensão e ajuda Troy a enfrentar Toby, que sim, estava
tentando lhe roubar o macho. Essa movimentação dentro do evento foi
interessante e foi bem inserida no cenário e no meio das cabines telefônicas, souvenires
e todo aquele cosplay. Ninguém pode separar Troy e Abed e agora, Abed sabe que
nem mesmo as mulheres tem essa capacidade.