Façam o que Tina mandar.
Glee está de volta e as meninas
são as donas da festa. Literalmente. Num episódio bastante divertido e com boas
interpretações musicais, Tina ganhou um pouco da merecida atenção devida à
personagem e, apesar do absurdo da situação, a trama se desenvolveu muitíssimo
bem. Claro que estou falando da paixonite por Blaine. Os rumores sobre essa
possibilidade chegaram a me arrancar um ‘WTF’, porque convenhamos, é quase uma
repetição do que já vimos com Kurt e Mercedes lá na 1ª temporada. Só que, dessa
vez, a situação vem com leveza e certo romantismo. Acabou ficando bonitinho e
dando certo, pelo menos para um episódio. Se transformarem Tina numa louca que
persegue Blaine o caldo pode e vai entornar.
Interessante notar que Glee vem
se apoiando em sua própria mitologia e, ao propor o baile Sadie Hawkins, tina
mexe com os brios de Blaine, que já havia sido humilhado ao convidar um garoto
em sua antiga escola. Além dessa lembrança traumatizante, aprendemos que os
Warblers só estão dando piruetas por tomarem picadura na bunda, digo,
injeções de anabolizantes ou coisa que o valha. Minha parte favorita é quando
Sam e Blaine explicam para Finn que seus maiores rivais estão usando drogas
para melhorar o desempenho no palco, mostrando aquelas montagens super toscas
de cabeças imensas e de como foi o ‘antes e depois dos pequenos rouxinóis.
Impossível não rir.
Acho que Tina, Blaine e Sam
merecem bastante crédito por esse episódio. Os três comandaram a ação em Ohio e
estavam muito engraçados. Merecem destaque as imitações fabulosas de Sam, as
caras de pamonha de Blaine ao revelar o amor por Sam (quem nunca ficou seduzido
pelos lábios desse menino, não é mesmo?) e os momentos em que Tina comandava o clube
“Jovem demais para ser amarga”. Tudo sensacional.
Vale dizer que fiquei com uma
raiva imensa de Blaine ao recusar o convite musical de Tina para o baile. Achei
apenas deselegante e ele poderia ter aceitado, mas deixado claro que era tudo
na base da amizade, afinal, ele gosta de garotos. Depois ele até conseguiu
recuperar meu apreço, inclusive porque ele e Tina estavam na mesma situação.
Gostando de alguém que não gosta deles e provavelmente nunca poderá retribuir
os sentimentos.
Fiquei com pena de Ryder, que só
arrumou a cheerleader com pescoço quebrado, enquanto Marley e Jake dançavam
feito dois fanfarrões (sério, o que foi aquilo?). Melhor casal da noite, porém,
ficou com a dupla formada por Puck e Kitty. Perfeitamente cretinos juntos. Para
os saudosos, a presença de Lauren Zizes (que dizem por aí, esteve na série todo
esse tempo, mas não aparecia nas filmagens por motivos de recalque dos câmeras)
deve ter sido uma bela homenagem, ainda mais seduzindo Joe Cabeça de Aranha.
Senti que vai rolar um sentimento mais forte ali.
Em NY, adorei ver Kurt ganhando mais
vida e mais histórias. Chega daquela depressão chata e de o vermos só
acompanhando Rachel. Com Kurt, pasmem, podemos ver o que existe em NYADA, porque
até agora eu achava que só ofereciam aulas de dança. A ideia de que ali existe
um grupo tão democrático e desvalorizado quando o New Directions foi ótima e
coloca Adam em cena, para ser um novo interesse de Kurt. Não vai durar porque o
fandom de Glee insiste em exigir os mesmo shippers batidíssimos e cansativos, o
que é uma pena e impede que a série desenvolva todo seu potencial e todas as
possibilidades.
Fiquei um pouco chateada com o
desenvolvimento de Rachel, em contrapartida. Sentia nela esse grito de
liberdade e acima de tudo, alguém com um objetivo claro sobre o quer ser.
Rachel tinha se transformado numa pessoa que sabe exatamente quem é e onde deve
estar, o que fica invalidado com chiliques porque um cara (mesmo que esse cara
seja Brody) atrasou 40 minutos. Quando ela o convida para se mudar para o loft
eu soltei um sonoro ‘não’. Esse é o tipo de rumo que vai transformar Rachel na
namorada chata novamente e guiar Brody para fora do elenco. Não que eu
esperasse a permanência eterna dele, mas enfim, não entendo porque pegar dois
personagens que eram muito mais do que um casal bobo e transformá-los em um
clichê.
Destaques musicais para “Baby Got
Back”, com Adam mostrando seu ‘booty, booty, booty’, “Tell Him”, que me fez
lembrar dos áureos tempos de Ally McBeal e “No Scrubs”, que ficou ótima no
estilo boy band. Essas são minhas favoritas e, é claro, a escolha é totalmente
pessoal. Apesar disso, todas as canções foram bem executadas e bem inseridas
nas situações e, pelos comentários que tenho visto, todo mundo aprovou a song
list de ‘Sadie Hawkins’.
Músicas no episódio:
"I Don't Know How to Love Him" -
Jesus Christ Superstar: Tina Cohen-Chang
"Baby Got Back" - Jonathan Coulton: The
Adam's Apples
"Tell Him" - The Exciters: Marley
Rose and Brittany Pierce with New Directions Girls
"No Scrubs" – TLC: Artie Abrams,
Blaine Anderson, Ryder Lynn, Sam Evans and Joe Hart
"Locked Out of Heaven" - Bruno Mars:
Marley Rose and Wade "Unique" Adams with Tina Cohen-Chang, Sugar
Motta and Brittany Pierce
"I Only Have Eyes for You" - The
Flamingos: Ryder Lynn with Artie Abrams and Joe Hart