Família Monstro.
Época de Halloween não parece muito propícia
para a crítica social tão tradicional em The new Normal, mas eis que entre
bruxas e fadinhas, os roteiristas encontraram espaço para dar suas alfinetadas.
Pois é. Esse foi, portanto, mais um
episódio excelente da série que mais distribui tapas na cara da sociedade e que
não deixa de lado nem mesmo a programação televisiva norte-americana.
Um dos focos dessa semana foi o
tapa com luva de pelica em quem produz e assiste o maravilhoso ‘Here Comes
Honey Boo Boo’, exibido pelo canal TLC. A piada com as fantasias e a frase “não
gosto de programas que ganham dinheiro denegrindo uma família de ignorantes”
são para expressar a revolta com a situação exibida nesse reality show nível B
(ou Z). Honey Boo Boo é uma dessas garotinhas que vivem de competições de beleza
e tem uma família surreal.
A mãe é exemplo de como não ser
mãe, o pai fica no mesmo nível, as irmãs são de uma imbecilidade inconfundível.
Como esse programa não é tão conhecido aqui no Brasil, vale dar uma olhadela no
youtube para ter noção do que The New Normal estava criticando. Vale a viagem e
as caracterizações de Bryan, Shania e Clay vão ficar ainda mais engraçadas,
tamanho é o realismo recriado por TNN (restos de comida no pescoço inclusos).
É claro que essa foi apenas uma
pequena parte do episódio, embora ela tenha me divertido horrores. O que veio
depois, com a ideia de Shania de fantasias mais clássicas não deixou por menos.
O bom foi ver a relação dela com o pai explorada, desmistificando a “maldade”
dele. O cara é apenas um bobalhão. Uma criança grande que age mais como amigo
do que como pai e Shania, sendo uma das crianças mais maduras do mundo, o
ensina o que é ser pai de verdade.
Foram momentos bem bonitos e
desses que TNN sabe fazer muito bem. Inclusive devo um elogio à Goldie pela
cena em que reconhece o que Nana fez por ela. Uma das poucas vezes em gostei de
uma cena dessa personagem e vi utilidade, além da emoção. Nana, que mesmo
diante de uma declaração dessas não perde seu estilo, encarna muito bem o papel
de “amada ou odiada” que sua fantasia também exprimia.
A revolta de David contra as
imposições de Bryan foi ótima. Gostei de ver que ele não se curvou e foi fiel à
fantasia de Tom Brady. Bryan começou até a ver vantagens nessa iniciativa. O
mesmo vale para Rocky, que surge com ótimas ideias como a de tentar bebidas de
graça ao se passar por travesti.
No mais, nota dez para toda a maquiagem
e para o figurino. Também bato palmas para um programa que dá bronca nos chatos
de plantão, que distribuem frutas em vez de doces no Halloween. Se me desse uma laranja eu devolveria o favor
com um ovo podre, bem na janela.