Muah!
Quando Partners fez seu debut, há algumas semanas, uma coisa
era certa: o personagem de Brandon Routh seria tão ruim que ele teria que ser
retirado da série o quanto antes. O problema é que as sitcoms podem ser uma
caixinha de surpresas e é claro que os roteiristas certos fazem muita
diferença, mas ninguém há de tirar do ator os méritos por seu inédito timing de
comédia.
Sendo assim, Wyatt merece o destaque e os elogios, por estar
se transformando numa das melhores coisas de Partners. Particularmente, gosto
da série como um todo e acho o quarteto de personagens principais muito bacana.
Cada um tem seus momentos de brilhar, mas como Wyatt começou desacreditado (eu,
pelo menos, nunca me imaginei rindo desse homem) dou essa colher de chá.
Por culpa dele ri muito das piadas em referência ao pior
filme do Superman já feito (estrelado por Routh). Tenho até vergonha de admitir
que ri quando ele trocou o nome de Louis por Lois (Lane) e a cada comparação
com o homem de aço. A expressão facial de Wyatt é impagável o tempo todo,
principalmente quando ele vem com diálogos extremos como “Isso me faz ficar
agressivo” ou “ veja como esses óculos mudam totalmente minha fisionomia”. O
texto casa perfeitamente com a falta de músculos faciais em movimento e enquanto
durar a piada vou aproveitar. Obviamente a série terá de renovar certas coisas
mais para frente, isso se sobreviver aos cortes de programação que sequer
começaram.
A dobradinha com Ali também funcionou bem para Wyatt e toda
a discussão do beijo (com ou sem Muah) é algo realmente filosófico. Não acho
errado que Ali tente aproveitar um pouco a situação, até porque, Wyatt é gay e
não sente nada nas bitocas. Se vale o ditado “quando um não quer, dois não
brigam”, não há com o que Joe possa se preocupar.
Essa máxima vale também para a situação de Joe e Louis, sem
trabalho e jogando verdades um na cara do outro, “but I don’t wanna fight”.
Gostei da técnica e estou trazendo para minha vida. Você xinga e já retira o direito
à réplica. Muito, muito bom.
Os gêmeos também foram uma boa adição, traçando um paralelo
legal entre Louis e Joe, mas também mostrando o lance do “irmão que a gente
escolhe”. Quem precisa de um irmão de sangue homofóbico quando se tem um amigo
de verdade, capaz de largar o emprego para não te abandonar num momento difícil
e seguir com um plano profissional conjunto? Completar frases e falar juntinho
fica liberado depois disso.