Contaminando até os mais santinhos.
Uma pequena mudança em algumas dinâmicas entre os
personagens e Nashville vai se tornando mais interessante. A perspectiva é boa,
ainda mais agora que a série ganhou temporada completa, então, nos resta apenas
esperar por mais episódios bacanas e pelo desenvolvimento dessa história em que
a música country pontua as emoções.
A principal mudança fica por conta de Rayna. Ela conseguiu
sair daquele triângulo amoroso que a impedia de desenvolver seu lado artístico.
Não é que Deacon não tenha sido bom para ela, mas sem ele por perto Rayna teve
de aprender a pescar. Escreveu e compôs uma canção sozinha, correu atrás do
produtor diferenciado e está provando que não é só “Mães e SVU’s”. Rayna pode
ser uma artista atual e que caia no gosto do público jovem, basta que ela se
deixe levar um pouco mais pelo momento e para de tentar controlar cada segundo.
Em contrapartida temos Juliette que não aprende o conceito
ou a prática de limites. Ela continua abusando da sorte e quase consegue
danificar a imagem de Sean Butler, o jogador de futebol certinho e caridoso,
que está ali para justamente tirar a moral de Juliette da lama. Gostei de vê-la
num “relacionamento de verdade”, mas não aposto que essa trama se fixe. O rapaz
cantou bem e tudo, mas creio que os roteiristas pretendem investir no conflito
com Deacon. Só assim Juliette pode realmente atingir o âmago de Rayna.
Ainda no setor musical, eis que Scarlett começa a notar que
Avery não é lá essas coisas. O cara não apenas atrasa o desenvolvimento dela,
mas também vive de tomar decisões erradas. Não bastou interpretar mal a ajuda
de Deacon com aquela empresária. Não. Ele teve que cometer o mesmo erro duas
vezes, sendo que, convenhamos, a primeira era totalmente perdoável, porque ele
entra de gaiato na sedução de Marylin. Infelizmente, depois disso, ele se
confirma apenas como um baita babaca que merece tocar em barzinho para o resto
da vida. Seria ótimo ver Scarlett e Gunnar subindo na carreira e Avery sumindo
para sempre.
Até mesmo o núcleo pegada política’ estava interessante.
Ficam tentando criar em nós alguma simpatia por Teddy, mas isso é impossível.
Não é apenas a traição a Rayna, é a falta de pulso e de caráter. É apenas muito
irônico assinar um contrato de “campanha limpa” enquanto seu sogro está comprando
a polícia para dar uma verificada no carro de seu adversário. O azar de Coleman
é ainda maior, porque as pílulas da mãe de Juliette estavam ali, então a dica é
nunca manter narcóticos no veículo, seja você viciado ou não.
Torço muito para que ele jogue areia na campanha de Teddy e para
que a traição venha logo à público. Essa movimentação pode ser muito boa para
Nashville, aumentando ainda mais o destaque para Rayna e seu recomeço na
indústria da música.