Um por um.
Nessa temporada de Sons Of Anarchy o ceifador está tendo
muito trabalho para dar conta do número de mortes contidas no roteiro sempre
acertado de Kurt Sutter. O clima de vingança está em todo o lugar e aí vale
pensar se ela ‘mata a alma e envenena’ ou se é ‘um prato que se come frio’. Em
SOA o segundo conceito parece ser o correto e por isso, nessa reta final de
temporada vemos tudo se encaixando perfeitamente e cada articulação de Jax
desenhando o que promete ser uma das melhores Season Finales já vistas.
Lembrando que essa temporada começa com a vingança de Pope (e
a obsessão por destruir Tig continua), Jaz parece que resolveu seguir o exemplo
de seu inimigo do momento. Pope é um homem que calcula seus movimentos, tem
amigos em lugares importantes e adotou a máxima de que é melhor ser temido do
que amado. A simples menção do nome de Pope apavora qualquer um, mas Jax em vez
de temer, age.
Ele vai armando sua teia aos poucos, com calma. Liga Pope ao
prefeito e ao projeto Charming Heights, usa dessas pessoas de poder para ter
informações privilegiadas e vai se contentando com o que dá. O grande culpado
pela morte de Opie não são os guardas ou presidiários, mas enquanto não for
possível chegar ao mandante, quem cai são eles.
Bobby pode até achar que no caso mostrado nesse episódio, política
de boa vizinhança fosse a melhor escolha, mas nós, que estávamos ali, junto a Jax,
Tig e Chibs, assistindo a tudo de camarote, não podemos discordar que, por trás
do crime encomendado por Pope havia um bando de sádicos. Tanto guardas quanto
prisioneiros tinham prazer em seus semblantes enquanto Opie enfrentava seu trágico
momento final. Muito complicado pedir que essa morte fique por isso mesmo, para
proteger o primo de um antigo aliado.
Até o final da temporada todos os demais envolvidos morrerão, mas não
sei de o golpe em Pope (o mais importante de todos) dará certo.
Com Clay atrapalhando tudo, essa aliança talvez precise ser
mantida. Vale lembrar que ele foi se meter com o cartel depois de descobrir
tudo sobre a investigação da RICO. Clay, no entanto, parece estar brincando com
fogo e, se está desconfiando de Gemma e Juice, não dá a menor amostra. Nessas
horas ele realmente parece vulnerável, mas de um jeito diferente do ‘vulnerável’
em que ele fingia não poder respirar depois de ser baleado. Gemma e Juice podem
ser um ponto fraco inesperado. Falando em Juice, não fico surpresa com o que
Jax fez, usando-o para ter acesso aos segredos de Clay.
O problema é que
Juice ainda tem alguma fé no seu ‘novo amigão’ e isso pode ser um fator contra.
Até agora, Jax conseguiu fidelizar Bobby (ao transformá-lo em VP), Tigs, Juice
e Gemma. Chibs é um cara que sempre esteve ao lado dele e a situação não muda.
O momento pede que as alianças sejam confirmadas, de fato.
Mais uma vez, a sequência mais surpreendente vem dos
encontros entre Tara e Otto. Senti certa culpa na personagem depois de tudo o
que aconteceu durante o ‘exame de rotina’ e talvez por isso eu esperasse algo
ainda libidinoso entre eles. Otto, porém, me deixou com aquela sensação de ‘vai
dar merda’ logo de início e eu só não sabia como seria o desastre.
Ele realmente fez de Tara um acessório para cometer mais um
assassinato e fica evidente que, mesmo convencido a ajudar o clube, ele não
iria deixar barato. Otto, que perdeu Luanne e conheceu a dor de ser traído por
um grande amigo, sabe que traumas psicológicos são mais poderosos que a dor
física, em muitas ocasiões. É assim que ele faz com que Tara nunca esqueça o
preço a ser pago para ajudar o clube. A cena em que ele mata a enfermeira é
apenas incrível de ser assistida.
P.S*Será que o xerife vai dar cabo em Clay?
P.S*Senti que essa mudança de Unser para dentro da área da
oficina vai ter alguma utilidade muito em breve.