Já podemos comemorar o fato de que passamos da metade da
temporada final de Gossip Girl. Para quem está gostando a emoção do último
episódio se aproxima e para quem não está nem um pouco satisfeito a alegria de
se livrar de uma bomba também é grande. Fato é que, a essa altura do
campeonato, ninguém mais larga Gossip Girl, aliás, quem passou pela temporada
anterior e começou essa, está determinado a ir até o fim. Todo mundo quer saber
quem fica com quem, ou será que já podemos encerrar o assunto? Acho que estamos
bem perto disso.
Obviamente o primeiro assunto aqui é com Dan e Serena. Num
episódio que, estranhamente, disse em alto e bom som toda a verdade sobre o
quão rasos são seus personagens, a relação dos dois não ficou de lado.
O problema é que deram todos os argumentos pelos quais não
dá para comprar a ideia desse casal. Argumentos dos fãs, inclusive. Serena é
mais rodada que saia de baiana em dia de desfile na Sapucaí, o que fez Dan
perder o interesse, depois de muito tempo correndo atrás de uma garota que
estava mais interessada em outros caras. No fundo, Serena foi quem corrompeu o Dan
Humpfrey original, o garoto que queria ser um grande escritor, mas virou um
fofoqueiro, por assim dizer. Os textos de Dan, imbuídos de maldade (ou verdade,
depende do ângulo) mostram que ele se adaptou bem ao grupo que jamais o aceitou
completamente. Agora ele é um deles, com direito a apartamento no Upper East
Side e dinheiro suficiente para fingir que não se importa com nada disso.
A discussão dele e Serena, pouco antes da patética cena do
elevador, fala sobre isso e é perfeita, de certo modo. Se esse dois devem ficar
juntos? Não acredito nisso. Não depois que o amor de Dan por Blair se mostrou
maior do que qualquer coisa que ele tenha tido com Serena. Parece que a loira não
passa de um prêmio de consolação para Dan, mas acho que é isso que a maioria
dos fãs deseja que aconteça.
Claro que existe um esforço (pasmem) no roteiro para tentar
apagar o que foi criado entre Dan e Blair. Lembro que esses dois foram o destaque
da temporada passada, tornando muitos episódios interessantes com tamanha
novidade. É aqui que acredito que a base de fãs do casal Blair e Chuck falou
mais alto e eu sei que muita gente está feliz com a coisa estática e sem graça
como está desde que seu casal favorito fique seguro. Honestamente, preferia, mil
vezes, que todo mundo acabasse sozinho contando milhões no cofre do Tio
Patinhas, no lugar dessa pasmaceira que se instalou na série, em termos
românticos. Gossip Girl peca pela falta de ousadia que seu nome propaga.
O que deve ter sido um choque imenso foi a revelação de que
Blair não evoluiu em NADA. Texto gritou isso na cara de todo mundo, indo contra
os argumentos de que Blair é a mais madura e a mais desenvolvida. O artigo de
Dan corta os fatos com honestidade. É certeiro e direto e as atitudes de Blair
sobre a Waldorf Designs e o tratamento reservado para Nelly vão provando cada
uma daquelas palavras. No final ainda tentam assoprar a ferida que abriram, com
a ideia de Blair em fazer uma coleção baseada em uniformes da Constance. Acho
que o lance da falta de talento não estava tão errado, porque até os vestidos de
lençol (que Eleanor tem a pachorra de chamar de estilo bandagem) são melhores do
que isso.
Aliás, se esse episódio teve uma parte realmente boa foi a
intervenção de Eleanor. Demorou, mas a mulher percebeu que deixar uma empresa multimilionária
na mão de uma menina fútil de 20 anos não é lá boa ideia. Eleanor sempre
apareceu muito pouco, mas os diálogos dela com Blair mostram que ela é uma mãe
consciente e que havia dado um voto de confiança para alguém sem o menor
preparo.
Mas é claro que, se precisamos de trama boa, tem a picuinha
de Ivy, Lily e Rufus. Imaginem quanto dinheiro Ivy está jogando fora na compra
de quadros medonhos? E isso só para dar uma sambadinha na cara de Lily, já que
as compras são com dinheiro de Cece. Toda aquela situação do leilão foi bem
patética, mas fico curiosa para saber com que desculpa imbecil vão reunir Lily
e Rufus no final. Provavelmente Lily vai se fingir de ofendida quando Bart for
em cana (ou morrer de novo), Rufus vai descobrir o plano megaevil de Ivy e os
dois lutarão juntos contra a garota.
O ápice do ridículo é todo mundo dando lances naquele quadro
hediondo, em que está escondido o grande segredo de Bart Bass, a prova de que
ele é trambiqueiro, safado e cara de mamão. Só mesmo Chuck para acreditar que
Ivy não retiraria o envelope da traseira do quadro, mesmo depois de ele dar a
maior bandeira sobre o quão valioso aquilo poderia ser. Mais uma vez, a burrice
de Chuck fala mais alto.
No meio disso tudo, ganhamos um dia livre da chatice de
Sage, enquanto Nate vai investigar, cheio de discrição (sqn), sobre os métodos
de esconder falcatruas de Bart Bass. No fim, bastou roubar um celular e fingir
que saca muito de cinema e que o título de um simples filme é a chave de toda
essa maravilhosa conspiração.