Emily Owens M.D. está na UTI. Não
é piada, embora possa parecer, é apenas a verdade. Audiência ruim é apelido
para os números que a série apresenta e assim, essa semana, vimos estourar os
rumores de cancelamento, inclusive com muitos veículos confirmando o fato. Mais
tarde, a CW desmentiu tudo, mas nenhum de nós é tão inocente a ponto de achar
que a série está garantida na grade da emissora. Minha aposta é a de que não
teremos nada além dos 13 episódios encomendados e depois... Bom, depois começa
a Mid Season e a CW vai ter material para substituir Emily Owens, porque a
falta de ter o que exibir é o principal fator para a série ainda estar no ar. O
lugar na grade, em janeiro, deve ir direto para The Carrie Diaries.
Embora o episódio dessa semana
siga a receita aprazível que cria a identidade de Emily Owens M.D., é notável a
falta de desenvolvimento. São apenas quatro episódios? Sim, mas são tempos em
que o cancelamento está à espreita e um pouco mais de agilidade e coisas acontecendo
de verdade não seriam de se dispensar. Como esses episódios já estavam
gravados, fica difícil esperar uma mudança, só que essa mesma mudança poderia,
talvez, dar gás para a série e chamar o público que a tem ignorado.
A série não é ruim, ela é apenas
paradona e acomodada. Quem gosta de comédias românticas já se rendeu, mas mesmo
essas pessoas (e eu me incluo aqui) querem ver ação. Não adianta colocar a
mocinha reclamando da vida em pensamento por 40 minutos semanais e depois, nos
dois últimos minutos ela vai e toma uma atitude bem pequena que praticamente
nem afeta a história como um todo. Essa fórmula é o que está matando Emily
Owens M.D..
Esse episódio segue exatamente
assim, com Emily completamente apavorada por perceber que Will e Cassandra
estão prestes a sair juntos e engatar um relacionamento. Como sempre, Emily
fica no meio, tentando evitar o que é, convenhamos, inevitável. Achei muito
bonitinha a atitude de Will em dispensar Cassandra depois do pedido de Emily,
mas o episódio fala exatamente disso. “Se for importante...”.
E se Will decidir que gosta de
Cassandra (e ele vai), não tem consideração pela melhor amiga que o impeça.
Emily é quem vai ter de aturar um casal apaixonado pelos corredores. Só que
isso, deveria acontecer o quanto antes, dando novas motivações para os
personagens, além do fato de andarem pelos corredores com amostras de sangue e
exames nas mãos.
Como essa é uma comédia romântica
e Cassandra cumpre seu papel em ser nojenta e insuportável em tela, está na
hora, também, de Micah ser mais do que o atendente legalzinho que ajuda Emily a
ser uma médica confiante, enquanto lança um ou outro olhar que nos deixa
pensando nas possibilidades. Se realmente pretendem fazer dele um rival para
Will, precisamos de coisas concretas e de algo mais forte entre os personagens.
O próprio Will que é facilmente “gostável”
por motivos óbvios fica parecendo apenas uma fantasia de Emily, um príncipe encantado
que apesar de ser gentil é inalcançável apenas por ser ridiculamente bonito.
Emily toca num ponto importante: Porque ele não enxerga quem Cassandra é?
Talvez Will seja burro a ponto de não notar o quanto Cassandra é traiçoeira e
isso conta muito contra ele. Só muito shirtless pode zerar o placar novamente,
nesse caso.
O que continua sendo interessante
são os casinhos da semana, sempre ligados ao tema de relacionamentos. A menina
indiana em busca de uma grande história de amor acabou conseguindo o que queria
num casamento arranjado. Clichê, mas perfeito para quem gosta de histórias
assim. O lance da barriga de aluguel e do bebê com problemas cardíacos também
não deixou por menos, evidenciando que a parte “cirúrgica” da série além de
estar bem feitinha pode render momentos emocionantes.