quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Revolution 1x01 (Preview): Pilot


 Revolucionando nada.


Para você que ainda não cansou de esperar pelo “novo Lost”, a novidade em séries ruins e que tentam enganar o público com roupagem de grande produção de ficção científica é Revolution, da NBC. O episódio Piloto, assim como tantos outros da safra 2012, foi liberado no site da emissora, embora a estreia oficial seja apenas no dia 17 de setembro.

Sob o estigma da marca J.J.Abrams (que é produtor executivo no papel, mas não deve ter mexido um dedo na estrutura da série), nome que ainda convence as pessoas de que “essa série vai ser foda”, Revolution é mais uma das produções que fazem parte do ranço atual que polui as emissoras americanas, que tentam, desesperadamente, emplacar uma série que instigue e movimente o mesmo montante financeiro que Lost. Parece clichê e repetitivo bater nessa tecla, mas é exatamente isso o que acontece, porque embora Fringe seja reconhecida por sua qualidade, a série não é nada lucrativa para a Fox.

Sendo assim, Revolution faz o que a cartilha manda: apresenta uma história fraca, disfarçada de muito elaborada por conter algum desastre ou acontecimento de impacto para a humanidade, quando na verdade, a coisa toda chega a ser amadora. Exemplos de séries assim, nos últimos anos, vem às pencas, com Flashforward, The Event, Alcatraz ou Terra Nova. Todas elas seguem essa maravilhosa receita de sucesso garantido, mas não passaram de uma primeira temporada muito sofrida, embora existam poucos defensores de suas tramas “ousadas e inteligentes”.

Para quem já está acostumado com as baboseiras divulgadas nos materiais promocionais, no entanto, a série não engana e o curioso é perceber que já no episódio Piloto, a trama apresentada em três ou quatro minutos nos trailers, não se amplia em praticamente nada. A sensação é a de assistir a uma versão estendida e desnecessária, porque qualquer um que tenha visto o mínimo sobre Revolution já sabia tudo o que a Series Premiere mostra.

Começamos com a extinção de todas as formas de energia elétrica, vemos o tal pen-drive que pode fazer tudo voltar ao normal, as milícias que comandam o novo mundo, o envolvimento da família Matheson que culmina com a morte do patriarca, a busca da sobrinha pelo tio e claro, o tio que detona tudo e todos com suas espadas e golpes certeiros. O que eu descrevi em três linhas é exatamente o conteúdo de 45 minutos de episódio. Alguns podem dizer que a promo é que foi muito boa e talvez seja fácil concordar.

A promo é ótima em resumir, com precisão, a trama completa de Revolution, sendo mais eficaz que um episódio completo e absolutamente inútil, que apenas arrasta as mesmas informações por maior duração de tempo. Proponho esse exercício a qualquer um que duvide, sem medo. A comprovação é terrivelmente fácil e por isso mesmo frustrante.

Revolution não sofre apenas desse problema. Temos outro, também grave, no tocante aos personagens. No meio de um monte de gente que empunha bestas, espadas ou arcos e flechas tentando passar a imagem de durões da nova ordem mundial, a única figura que gera alguma identificação é o gordinho nerd. Num mundo sem energia, a maioria das pessoas estaria numa pior, sejamos honestos, e esses grandes heróis da resistência, que empunham armas e enfrentam perigos sem medo de morrer são, realmente, obra de ficção.

Aaron (Zack Orth) é um personagem palpável e interessante. Ex- executivo do Google, o cara manja tudo de tecnologia e não se conforma e procura sentido no que aconteceu com o planeta nos últimos anos. Ele questiona e, mesmo adaptado ao novo sistema, não está acomodado. Claro que Aaron está na série para ser, acima de tudo, alívio cômico e alvo de diálogos jocosos sobre sua inutilidade, mas falando sério, ele, por sua inteligência, é a pessoa com maiores probabilidades de salvar a humanidade, por assim dizer.

Em vez disso, vemos uma adolescente sem graça e sem carisma, mostrar que a esperteza que ela acredita possuir, é, em verdade, um exemplo de como ela é imbecil, ao confiar no primeiro cara musculoso que encontra pela frente, colocando todo um grupo de pessoas em perigo por causa de seus ovários em explosão.  Charlie (Tracy Spiridakos), essa criatura malemolente, seria a protagonista.

Ela precisa sair da comunidade em que vivia com a família depois que seu irmão, outro adolescente sem graça, sem carisma e tão genial quanto Charlie, resolve encarar a milícia sozinho, crente de que poderia defender o pai, um dos responsáveis pelo blecaute (mas que se acha mocinho na história), de ser levado prisioneiro. Danny (Graham Rogers) é apenas um menininho para agradar às menininhas, porque na série ele não tem função, além de ser responsável pela morte desnecessária do pai e virar prisioneiro nas mãos de Tom Neville (Giancarlo Sposito), Capitão de uma das milícias Monroe, que dominam a área desde que tudo parou de funcionar.

Enquanto Danny tenta fugir e encontra Grace (Maria Howell), uma mulher que também sabe sobre as origens do blecaute e usa um computador no modo MS-DOS, Charlie parte com Aaron e sua madrasta (que curte envenenar bebidas) em busca do titio Miles (Billy Burke) que além de ser o pai da Bella (em Crepúsculo) é um cara malandro que detona 25 inimigos, sozinho, lutando com espadas e fazendo uso de artes marciais. Miles está na série para ser, digamos assim, o que Ricky é para The Walking Dead, o líder da patota, mas não dá para acreditar que ele é esse homem astuto e habilidoso que a série tenta vender, mesmo que eu nem seja capaz de culpar o ator. O texto dele é tão profundo quanto uma piscinha de mil litros e o resultado disso é visível.

Para completar o quadro de personagens, ganhamos a única novidade do episódio que é a identidade do chefe das milícias Monroe, Bass (David Lyons) é o cara que controla esse “governo ditatorial” com uso de força bruta, sob a chocante (só que não) revelação de que ele e Miles já foram melhores amigos. Agora, Bass está praticamente promovendo uma caçada a Miles e o irmão morto, porque esses dois estão ligados diretamente com o blecaute.
Essa é grande aventura que Revolution propõe para aguçar as mentes curiosas dos espectadores que embarcarem nessa. É provável que, apesar de tudo, muita gente goste, pensando na simples premissa de “o que eu faria sem meu celular e sem poder olhar meu Facebook? SOS”.

Vale ressaltar que o criador da série é Erik Kripke (Supernatural), que atua também como produtor executivo, ao lado de J.J. Abrams (resta alguma dúvida de que Le apenas emprestou o nome em troca de uma malinha de dinheiro?), Bryan Burke e Jon Favreau (Piloto, apenas). Na equipe de roteiristas temos Matt Pitts, Melissa Glen e Jim Barnes. A direção do Piloto também fica a cargo de Favreau.

P.S* O blecaute de Revolution não passa de um Fringe Event. Simples assim.

P.S* Se acabar a luz, acenda uma vela. #DICA
Comentários
23 Comentários

23 comentários:

Zé! disse...

Eu acho que essa busca pelo "novo lost" vai continuar pra sempre. O problema é que Lost era uma série nerd que muita gente que NÃO é nerd assistia. Agora esses plots de Revolution/ The Event/ Terra Nova é algo exclusivo pelo público nerd.

Não tem jeito de eu não ver essa série. Se vai ser bom ou não é outra coisa.

Mas adorei a maneira como vc passou sua opinião. Belo post. Isso aí.

Bibiana Muller disse...

Acho que a serie tem sim como evoluir com a história e os personagens, basta ver se vai conseguir. o problema atualmente é que todas as series desse tipo se mantém na mesmice, o que não atrai o publico, ninguém quer mais do mesmo - não queremos um novo lost, mas sim uma serie melhor, caso contrário, pra que assistir? Revolution conseguiu colocar a premissa no piloto, mas acontece que o trailer divulgou muito, tirando um pouco dos créditos do que esse episodio apresentou. Vou continuar assistindo, pelo menos mais alguns episódios. acredito que é possível que os personagens ganhem mais carisma quando nos envolvermos melhor no contexto e fiquei com curiosidade a respeito da mãe das crianças.

Lu disse...

Cada vez que eu leio uma crítiva a Revolution, menos vontade eu tenho de assistir. Esse trevo que vc descreveu, Camis, parece muito com Falling Skies. O que não é um elogio.

O que os produtores não perceberam é que já existe uma série parecida com Lost, que é Once Upon a Time. Tem uma premissa improvável, mas com uma trama bem construída e bons mistérios, que vão se aprofundando à medida que se conhece os habitantes de Far far Away e Storybrook. Da mesma forma que Lost. Não é à toa que são dos mesmos roteiristas.

O problema dessas séries a la The Event é a pretensão do roteiro e a falta de qualidade. Todo ano é a mesma história. Essa daí vai ser uma das primeiras a floppar.

 

Danzortea disse...

Já vendo o promo senti que Revolution tinha uma premissa muito empolgante mas que dificilmente daria certo, pq todos nos estamos cansados das tentativa de serie Scy-Fi que vao por agua abaixo. Agora nao entendo essa loucura por Lost ou que tudo seja um novo Lost. Na minha opiniāo, Lost só era um novo Arquivo X. Nunca gostei de Lost. Tudo bem q so assisti a primeira temporada, mas nunca quis assistir o resto dps q me falaram q as 2 primeiras e as 2 ultimas temporadas eram ruins, porem as do meio eram otimas... Nao da aguentar...

Janaina disse...

Quer dizer que não existe eletricidade? Então gerador movido a lenha ou força hidráulica de um moinho não funcionam? E energia eólica? E energia solar?

Como é que a mulher usa o MS-DOS? Tem energia pra ligar o computador? E eles só usam bestas e arcos e não armas de fogo? Que eu saiba existiam armas de fogo bem antes de existir eletricidade? 

Muito confuso, quando tiver tempo vou assistir só pra poder xing... quer dizer COMENTAR com mais propriedade.

Alexandre Dias disse...

concordo, o único ponto fraco de OUAT são os (d)efeitos especiais, espero que melhore nessa temporada :P

Asdfasdfasdf disse...

acho ruim vai assistir Glee....

Michell Felippe disse...

nada em especial, mas eu gostei. vou dar uma chance e quem sabe, as coisas melhores

robsoncardin disse...

 Hahaha, Camis se quiser eu vou assistir Glee com você!

Atwood disse...

pow vi 23 minutos e parei MUITO RUIM

Camila Barbieri disse...

Tamo Junto. E mais bem servidos do que com Revolution.

Camila Barbieri disse...

Michell, avisa por twitter, facebook, sei lá... eu quero mesmo saber se melhora.

Camila Barbieri disse...

Tem armas de fogo, sim, janaina. Mas outras formas de energia não. Tb acho bizarro, pq eles mostram um cenário devastador que pra mim, é irreal. Ninguém iria se render a uma crise dessas sem alguma solução. Não tem carro? Vamos de carroça, não é mesmo? O mundo já viveu sem eletricidade e chegamos até aqui sem milicias.

Lara_Rib disse...

Premissa ruim, história sem fundamento, personagens fracos...
Ainda estou tentando entender a necessidade da instauração do caos só por que faltou energia. A Europa já era "civilizada" e ornamentada antes mesmo da criação das máquinas movidas a eletricidade para o consumo geral, que só foram criadas no séc. XVIII. E depois disso, no séc. XXI o que mais se discute são formas de energia alternativa, que só não são incentivadas pelo lobby das grandes empresas que controlam as formas de consumo energético atual. Fala sério!

Michell Felippe disse...

ok, aviso sim :D greve acabando agora, espero ter tempo pra acompanhar aushaushae

Vitorsouza14 disse...

Ah, esse piloto foi um balde de água fria na minha cabeça! Não ligo muito pro JJ Abamsn (me experiência com Lost não foi além do piloto, nunca vi Alias e nem Fringe, não gostei de Star Trek e apenas simpatizei com Super 8), mas por ser uma série do Erik Kripke (Supernatural já foi espetacular um dia) e tendo o piloto dirigido por 
Jon Favreau (que manda muito bem em Iron Man)... Que decepção! Concordo com tudo que disse, Camis!

Mas ainda tenho esperanças de que saia uma trama interessante... não custa nada neh? Espero que faça o caminho inverso das séries que citou, pois tiveram bons pilotos, mas desenvolvimento fraco

Paula disse...

sim, mas eles provavelmente vão explicar por que não é possível produzir energia, pelo menos eu espero. tem que levar em conta também que existem regiões sem potencial hidroelétrico e que as grandes cidades não sobreviveriam no mesmo modelo de consumo atual somente com energia solar ou eólica, apenas  vilas conseguiriam se abastecer. esse é o principal problema se combustíveis fósseis acabarem, a biomassa seria a salvação, mas alavancaria outros problemas. (mesmo assim, acho que a serie vai explicar tudo isso de uma forma mais ficcional, provavelmente envolvendo aquele pen-drive) Outra coisa é que na verdade milicias existem até hoje, só que não na realidade em que vivemos, elas sempre ocorrem onde o governo não consegue conter a população.

Bruno Tavares disse...

Não animei nem pela promo. 

Pati Melo disse...

Muita preguiça de assistir a isso, só pela promo já dava pra perceber que iria ser ruim mesmo. E pra quem tem esperança de que vai melhorar mais para frente é só lembrar daquela maravilha deliciosa que foi Terra Nova e da inigualável True Blood que tem gente jurando que dessa vez vai...

Jules disse...

Eu fiquei com a sensação de estar vendo uma história "inspirada" em Walking Dead sem zumbis + Game of Thrones em tempos modernos. Tudo com muita pressa e superficialidade,  com uma protagonista nada empática e uma trilha sonora que parece deslocada a todo momento.

ícaro disse...

Creio

Kelvyjc disse...

cada um tem sua opinião, o negocio é o seguinte nao gostou ? nao assiste e pronto deixe pra la, eu gostei e imguem vai fazer eu para de assistir.

Kelvy Souza disse...

é isso ai eu tambem gostei e nimguem e nenhum review vai fazer eu para de assistir