Calma aí Ben, seu codinome é Águia 2.
Estou aqui, mais uma vez, para expressar minha felicidade
pela existência de uma comédia com o garbo e a elegância de Parks and
Recreation. Essa série não falha comigo em nenhuma semana e é sempre garantia de
momentos divertidos e inteligentes. Ou não.
Quero começar falando da trama de investigação que permeou
todo esse episódio. Quem, afinal, teria a audácia de jogar uma TORTA NA CARA de
Jerry? Essa história é um claro exemplo do “ou não” que citei ali em cima. Foi boba e super pastelão clássico, mas eu
gostei tanto e ri tanto de Jerry sendo objeto de estudos milimétricos nas mãos
de Andy, que chego à conclusão de que Parks and Recreation é uma das poucas
produções que pode se dar ao luxo de dedicar minutos e mais minutos a uma
simples TORTA NA CARA, sem ser taxada de idiota.
Podem acreditar. Cenas assim não funcionariam tão bem em
outros casos, porque toda a construção de personagens de Jerry e Andy permite
que aceitemos a TORTA NA CARA como algo natural e completamente verossímil
nesse mundinho Pawneeniano. No fim das contas, descobrimos que o culpado era o
cara das lendárias fotos de pênis, que invadiram a prefeitura da cidade e
fizeram a alegria de milhares, na ocasião. Com Ben demitiu esse maravilhoso e
produtivo funcionário, seria o verdadeiro alvo. Isso que eu chamo de mitologia
amarrada.
À parte disso, o grupo formado por Donna, Tom e Ron –FUCKING-
Swanson também deu show. Quem assiste Glee reconheceu ali o pai de Kurt, Burt,
como o dono da frota de vans. O mais curioso é que esse plot de alugar vans
para transportar os idosos até a votação é recorrente em tramas de eleição e já
aconteceu, recentemente, em Modern Family. Esses três provaram que contra fatos
não há argumentos, afinal Burt (desculpem, é o costume) mereceu a represália de
Donna e a atitude muito “honrada” de Ron, que jurou pelo mindinho que não
deixaria Leslie perder fotos por causa de gente sem caráter.
Tocando nesse assunto, eis que a morte do pai de Bobby vem
para impactar a véspera das eleições. Cheguei até a pensar que Leslie se daria
mal no fim dessa história, mas qualquer candidato que tenha bazucas atirando
camisetas merece vencer.
Ben e Ann agiram quase que como um anjo e um demônio sob os
ombros de Leslie, tentando fazê-la decidir as coisas rapidamente. O que eles
esqueceram é que Bobby Newport não é um candidato comum e que, depois daquele
debate, a melhor coisa era se aproximar dele e ser bacana. Sem Jennifer Barkley
por perto, ele é praticamente um eleitor de Leslie e certamente vai votar nela
na semana que vem, quando essa briga de titãs deve ser definida nas urnas.
Pois é. O último episódio da temporada vem aí e todos devem
manter uma coisa em mente: Knope 2012.
P.S* Ninguém mais aguenta a crise existencial de Chris. Só
April pode nos ajudar.
P.S*Cenas no ônibus de campanha foram ótimas. Seria épico se
o retrato do defunto fosse arrastado pela cidade afora, preso nas rodas
traseiras.
P.S* Eu imagino Leslie e Ben vivendo dentro daquele ônibus.
Isso é que é pior.
P.S*Codinomes fantásticos criados por Andy: “Já estive lá e
comi”, “comendo atualmente”, “aconteceu uma vez num sonho”, “se eu fosse
escolher um cara”.
P.S*Obama, o mínimo que você pode fazer é prestigiar Leslie
no dia da posse. Só digo isso.