Matando um leão por dia.
Essa semana o Seattle Grace Mercy Death virou uma verdadeira selva e o desafio, para a maioria, foi escapar de predadores e sobreviver. Pode até parecer piada, mas não é. Shonda Rhimes adora esse tipo de metáfora e foi exatamente o que vimos em mais um bom episódio, caprichado em resolução de alguns dramas deixados em suspenso antes do hiatus.
Para começar, temos Teddy, a personagem com quem as pessoas menos se importam e que não consegue lidar com a morte de Henry. Está mais do que na hora de ela permitir a si mesma seguir em frente, embora eu entenda que deve ser realmente difícil abandonar a ideia de casamento ideal que ela ainda guarda.
Minha impressão é a de que Teddy está sozinha e perdida. Tem lá sua amizade com Callie e Arizona, mas fora isso, ela é a personagem mais avulsa da série. Ultimamente, o roteiro se esforça para integrá-la – o caso com Henry é prova disso – mas ainda não sinto firmeza.
Karev, por outro lado, está sólido e saindo do ciclo vicioso de sua vida. Não era apenas uma impressão minha. A série está colocando essa história que se repete na vida dele como um padrão de forma problemática, para realmente fazer Karev evoluir e criar limites na relação médico/paciente. Mesmo assim, dá para perceber que a frieza nele é forçada e que, no fundo, ele está morrendo por não ajudar mais no caso do menino Tommy.
O lance do leão foi muito bem colocado, de diversas maneiras. Primeiro, rendeu momentos lindinhos com Zola imitando o bicho, além de ter alimentado a disputa entre Richard e Avery. Esses dois mandaram bem no quesito cômico, com cada comentário pontual sobre o quão idiota é se jogar na boca de um leão faminto para salvar uma garota que você mal conhece da Internet.
Foi bem surreal, na verdade, mas o pior é que existe mesmo gente doida a ponto de acreditar que animal selvagem, se criado em casa, vira parte da família. Adorei a sala de “troféus” de Richard e realmente, fiquei intrigada com as luzes de Natal. Ele nem precisou explicar para que eu entendesse de onde saíram as pequenas lâmpadas festivas.
Outro bom destaque veio para Callie e Arizona, vivendo o drama da lista de ex-namoradas sem fim. Já que as duas saíram um pouco da trama central de Grey’s, foi importante mostrar que elas ainda existem e podem render momentos bacanas. No lado mais sentimental, o casal de velhinhos foi importante para Teddy começar sua mudança e sua compreensão.
A indefinição entre Lexie e Sloan está começando a ficar cansativa. Sempre fui da torcida oficial desse casal desde que o Lexie quebrou o pinto de Sloan, então, imaginem que para mim, dizer que está cansativo é realmente complicado. Entendo Mark ficando na dele, afinal, ele tem uma namorada e planeja um futuro com ela, mesmo que eles não sejam “almas gêmeas”.
Por outro lado, não sei o que mais Lexie precisa fazer para mostrar interesse e fazê-lo agir um pouco também. Essa menina apareceu na porta dele com a desculpa de um “play day” no Dia dos namorados. Não é dica suficiente? Começo a achar que não teremos avanços.
O que mais me impressionou, no entanto, foi a presença muda de Cristina. Ela sequer precisou falar muito para que soubéssemos de sua dor e o que estava na cabeça dela. Cristina lida com seus problemas e desafios em silêncio, sozinha.
Owen, por outro lado, precisa falar e acaba soltando até para Meredith a merda que fez. E ainda havia quem achasse que a traição era figurativa. Ele admitiu ter feito sexo com outra pessoa e Cristina, para perdoá-lo, entrou na difícil missão de construir corações.
Achei muito bonita a relação feita entre o projeto científico e a vida de Cristina, mas não sei se é possível resolver esse impasse assim. Quem sabe quando Cristina jogar umas trezentas tigelas cheias de cereal na cara de Owen? Cena final épica.