segunda-feira, 16 de abril de 2012

Fringe 4x18: The Consultant


 O que já aconteceu antes, acontecendo de novo.


Fringe é uma série sobre amor e disso ninguém duvida. Prova maior disso é que todo o enredo da série é baseado no fato de que não há limites para se salvar a vida daqueles que amamos. O que Walter fez, atravessando para o lado B para salvar um filho que nem era seu, a relação entre Peter e Olivia e agora, a atitude de B-Broyles deixa isso cada vez mais em evidência.
Essa semana ganhamos mais um bom episódio, com algumas revelações e esclarecimentos, isso sem falar nos famosos e incontáveis Easter Eggs. As relações que podemos fazer com os detalhes mostrados são inúmeras, portanto, nessa reta final de temporada, é hora de nos divertirmos criando teorias sobre o que vem por aí.
A primeira revelação do episódio é sobre o próprio B-Broyles, que definitivamente não é um shapeshifter 2.0, mas sim, um pai capaz de tudo para salvar a vida do filho. Ainda lembro do quanto o episódio com Christopher (3x07 – The Abducted) foi emocionante, com o caso do sequestro de crianças utilizadas para o rejuvenescimento do homem mascarado. Olivia ajuda a resolver o caso e é graças a isso que, mais tarde, B-Broyles a ajuda a retornar para o lado A.
Esse episódio específico deveria ter dado a dica de que, talvez, o pequeno Chris fosse a origem do comportamento questionável de B-Broyles, mas até aqui, não havia nenhuma pista deixada sobre o assunto. B-Broyles age como Walter. Arrisca dois mundos em nome de uma única vida e nem consegue perceber que, ao fazê-lo, a vida que está tentando salvar talvez se perca. Não adianta nada salvar Chris se não haverá um mundo em que ele possa viver.
O caso da semana mostra as reais intenções de David Robert Jones. Ele quer, afinal, chocar os dois universos, numa espécie de Apocalipse que, a meu ver, serviria para fazer com que poucos espécimes sobrevivessem. Pensando de forma retroativa, em relação à sobreposição dos lados A e B, é possível lembrar dos edifícios e pessoas “truncadas”. Imagino que, nesse caso, somente quem não possui duas versões (como Peter ou Lincoln) sobreviveria e, a partir daí, Jones poderia começar seu novo mundo, com seus novos super humanos bizarros, como Fringe tem dado a entender.
Mesmo que isso não tenha ficado claro no episódio, imagino que talvez, os Observadores sejam essa nova raça e que, na verdade, suas aparições são muito mais do que flashs rápidos em momentos específicos da história do homem. Certamente eles não estão aqui apenas para observar e por isso a intromissão de September (ou até August) nos planos maiores é vista como uma imensa ameaça. É lógico que, mais uma vez, essa é apenas uma ideia na minha cabeça, mas esse é o grande lance de Fringe: gerar raciocínios malucos depois de um episódio que poderia ser julgado como comum.
Uma coisa interessante a se notar é que finalmente chegamos àquele ponto tão esperado ao final da Season 3. Um dos maiores desejos dos fãs era ver essa colaboração entre os universos, para salvar ambos. O que ninguém poderia imaginar é que agora, a rivalidade entre Walter e Walternativo seria um fator menor e que eles teriam que combater um inimigo em comum.
O sumiço e reaparecimento de Peter começa até a soar como algo completamente planejado, pois com as mágoas deixadas de lado, os lados A e B trabalham melhor em conjunto. Reparem que Walter se deu muito bem com Bolivia e foi o responsável por fazê-la enxergar que em caso de suspeita, todos são suspeitos, ao citar Sherlock Holmes. Antigamente, sabendo que ela havia tomado o lugar de Olivia, ele criara ojeriza por Bolivia, o que chegou até a render momentos engraçados. O envolvimento de Lee no lado B e a aproximação entre Astrid e Asterix são outros exemplos de que essa cooperação pode ser algo realmente calculado.
Algumas das referências do episódio foram claras citações a Lost. Para começar, o número de suspeitos na lista de Bolivia era 108, além da citação de “Aartz”, que remonta ao professor de ciências que virou picadinho por causa das dinamites.

O Observador aparece rapidamente, durante o encontro entre B-Broyles e Jones, na entrega do aparelho que colocaria os dois universos na mesma frequência, causando um desastre de proporções inimagináveis.
Um dos tópicos mais relevantes do episódio, porém é o Glyph Code – SIMON – que traz diversas interpretações, todas cabíveis. A primeira delas é de origem bíblica, algo com que os roteiristas têm brincado nessa temporada. Simão seria um rival de Cristo, que tenta comprar dos apóstolos o poder de operar milagres.

Depois, temos um dos personagens da série, Simon Philips, que aparece em “Concentrate and Ask Again”, sendo uma criança tratada com cortexiphan, que ficara fora dos registros e que ajuda Olivia a descobrir o chamado “Project Jellyfish”, que tentava criar humanos em laboratório, para serem usados como armas.
A mais plausível de todas, porém, parece ser a conexão com Dr. Simon Paris, o codinome de, ninguém, ninguém menos que William Bell. Não ficaria nada surpresa ao ver Belly reaparecendo, conectado a tudo isso. O tal codinome aparece no episódio “Grey Matters”, quando a retirada de pedacinhos do cérebro de Walter é explicada. Bacana lembrar que Simon é o nome do meio de Leonard Nimoy e que Paris era o nome do personagem que ele interpretava na série ‘Mission: Impossible’.
A possibilidade final diz respeito a uma brincadeira que aparece no episódio e que já apareceu em Fringe antes. “Simon Says” é uma espécie de “Seu Mestre mandou”, o que poderia estar relacionado com as articulações e manipulações de Jones. Até aqui, ele tem conseguido tudo o que deseja, de alguma forma e conseguido fazer as pessoas acreditarem que ele é alguém confiável. Basta lembrar de Nina Sharp, crente de que seria resgatada da prisão.
P.S*Caçarola não rolou, mas Walter foi capaz de dar uma “mãozinha” para o lado B.

P.S* Preparem-se para o décimo nono episódio: sempre uma mega surpresa!
Comentários
16 Comentários

16 comentários:

Thalles Terra disse...

Ótima review. Sempre pegando detalhes que não percebemos. =)

juliana disse...

não tenho comentários inteligentes para fazer sobre o episódio, mas quero compartilhar aque com vcs todo meu amor por fringe. <3<3<3<3, viu?

José Guilherme disse...

Só tenho que compartilhar aqui o meu orgulho por tá acompanhando FRINGE a tanto tempo! Acho que vc vai concordar cmg Cammis, FRiNGE subverteu todas as expectativas de quem sempre desprezou a série, nomeada por muitos inicialmente como "a prima pobre de The X-Files ", olha aí meu povo, a prima pobre ganhou na loteria, pq até o momento temos uma ficção bem mais humana e bem trabalhada que a odisséia dos agentes apaixonados do FBI.
Só temos que torcer para renovação e o encerramento, de uma das séries mais consistentes de ficção desde BSG! Mais uma ótima review Cammis, tu é a nossa diva!

José Guilherme disse...

Só tenho que compartilhar aqui o meu orgulho por tá acompanhando FRINGE a tanto tempo! Acho que vc vai concordar cmg Cammis, FRiNGE subverteu todas as expectativas de quem sempre desprezou a série, nomeada por muitos inicialmente como "a prima pobre de The X-Files ", olha aí meu povo, a prima pobre ganhou na loteria, pq até o momento temos uma ficção bem mais humana e bem trabalhada que a odisséia dos agentes apaixonados do FBI.
Só temos que torcer para renovação e o encerramento, de uma das séries mais consistentes de ficção desde BSG! Mais uma ótima review Cammis, tu é a nossa diva!

tocadolobo disse...

E se Simon fosse o nome do personagem do Henry Ian Cusick? Assim como as pistas de Lost uma deixa para sua entrada na série? Não consegui achar o nome do personagem dele de forma alguma no Google, enquanto a parceira dele já tem nome! =]

Bia Séries.Net disse...

Pergunta: A quantas andam as movimentações de renovação ou cancelamento? Vc sabe Camis?
Porque faz tempo que não ouço falar nada a respeito, sei que eles vão fazer 2 finais, mas não é possivel que não decidiram nada ainda!

Jeh disse...

jesuis, como você lembra de tudo isso?

Blulrich disse...

Ontem saiu uma notícia dizendo que uma 5ª e última temporada é quase certa. Pelo jeito a Fox e a Warner Bros só estão discutindo o número de episódios.

AltairRamos disse...

Nossa, são muitos detalhes nesta rewiew, tenho gostado de DR.Jones, principalmente por esta força que ele vem demostrando em arregimentar soldados, ou peões.
Camis, quanto a destruição das espécies, concordo plenamente, Jones quer um mundo novo, com novas formas de vida. Entretanto acredito que sobrariam bem poucos humanos e outros seres, uma vez que mesmo as pessoas que não tenham a suas versões, em um lado ou outro, certamente não sobreviveriam a catástrofe.
É isso aí.

Helio Francis disse...

Analise mais que perfeita,como sempre!

E o que foi aquela promo do proximo ep ?

Puts!

Junior disse...

Eu lembro de "Simon Says" de Die Hard: A Vengeance. Onde o personagem de 
Jeremy Irons (Simon) da pistas a Bruce Willis (Jonh) começando com a frase "Simon says:". Bah, to velho :X

Pedro Guilherme Aaramantes disse...

Essas letras que formam uma palavra ao serem juntadas, referem-se sempre ao mesmo episódio, não ao seguinte. A não ser que desta vez eles mudem essa constante.

tocadolobo disse...

Acho que no início dessa temporada teve alguns episódios em que o glyph code só fez sentido no episódio seguinte, não?

2012/4/17 Disqus <>

andy disse...

Sei que é um "Longshot", mas SIMON também é o nome daquele jogo que você tem que acertar uma sequencia de cores... acho que aqui se chama "Genius". É interessante notar que o jogo tem quatro cores... Azul, Vermelho, Amarelo e Verde. Um quatro universo talvez?

tocadolobo disse...

Acertei! =]

Anne disse...

Ótima review Camis! 

Como a maioria tbm achei que o B-Broyles fosse um shapeshifter! (But vimos que não era nada disso)

Tbm gosto desse vilão, David Robert Jones ;) 

*Algo que ainda não está claro... pelo menos pra mim*
Porque ele (David Robert J. teve tanto interesse em ativar a Olivia?  (Com aquelas doses extras de Corthexiphan com a Nina fazendo as aplicações) o que eu entendi até agora é que tanto antes do Peter ser apagado e após ele fez isso, (anteriormente ele a forçou a desativar aquela bomba apagando as luzes com a mente) e recentemente a sequestrou e ativou Olivia! Mas pra quê??? E qual o objetivo??? Quais os reais planos dele pra Olivia?? Atravessar os Universos isso tá claríssimo que não é! Já pensei na possibilidade de ela fazer parte da tal nova geração que ele quer pra repovoar o planeta após destruir ambos universos...  (Lembrei daquela arca de seres bizarros que ele criou) 

Outra coisa: E essa Nina que foi presa, afinal ela é a real Nina B que estar ao lado de David R. J. ou é uma shapeshifter?? o.O

"A mais plausível de todas, porém, parece ser a conexão com Dr. Simon Paris, o codinome de, ninguém, ninguém menos que William Bell. Não ficaria nada surpresa ao ver Belly reaparecendo, conectado a tudo isso."

Também pensei nessa possibilidade...


Ei ei ei, Camila, vamos com calma! rs A sua perspectiva é interessante e bem justificada, Mas discordo dessa afirmação.

O amor em Fringe é um instrumento de causalidade para diversas atitudes de alguns personagens. No caso do Walter, o amor pelo seu filho foi a causa, e a quase destruição de outro universo foi o efeito.

Emoções são usadas nas séries porque, ora bolas, os personagens são humanos e não máquinas. É preciso justificar as atitudes deles, e os sentimentos sempre irão se destacar, permitindo o envolvimento do público com os personagens.

Se Fringe fosse sobre amor mesmo, na abertura da série não apareceriam as palavras “existência, terapia viral, plano etéreo, psicometria, gravitons, paradoxo temporal, psicogênese”… se fosse uma série sobre amor apareceriam as palavras “reconciliação, ciúmes, amor paterno, tesão, medo, sexo, afeição por contrapartes”…

Então, pra mim, Fringe é uma série sobre ficção científica. Com uso (repetido) do sentimento amor para justificar determinadas ações.

Cara, nesse ponto concordo TO-TAL com o Elielson =D