Garotas más vivem intensamente e morrem jovens.
A letra de uma das músicas que faz parte da trilha sonora desse episódio dá o recado e resume bem as atitudes e o provável destino de Liv, a personagem que talvez tenha o menor número de fãs nessa temporada de Skins, isso, é claro, deixando Matty de fora da equação.
Acho que isso acontece porque é difícil entender quem Liv é, o que ela quer e como ela pensa. Eu mesma não entendo muito bem e sempre fico questionando as atitudes que ela toma. Verdade seja dita, eu não gosto de Liv e por isso mesmo, encarei esse episódio sem a mesma empolgação. No final das contas, até que achei o contexto interessante. Absurdo demais, é fato. Mas o roteiro, em sua bagunça, conseguiu transparecer a bagunça que é a vida de Liv.
Algumas reações dela são naturais. O ciúme de Mini, por exemplo, e o sentimento de que foi trocada por Franky. Desde a morte de Grace as coisas ficaram complicadas e a maioria tentou seguir em frente, sem realmente lidar com o que aconteceu. Para Liv, o luto ainda não acabou e não é tão simples esquecer, embora ela também tente.
A amizade dela com Alex é prova disso, assim como o afastamento da família e as demonstrações de agressividade, que já figuraram em outros episódios. Liv vem de um lar em que cada um deve se virar, sem pai e com uma mãe que prefere ioga às filhas. A irmã mais nova, sem tomar banho por três semanas, é prova de que Liv é como é também por causa da falta de ambiente familiar.
Falando em Alex, essa relação dele e Liv é bem estranha. Depois que a avó dele morreu, Liv mudou para a casa dele e está usando as roupas da defunta, fazendo caretas quando Alex traz garotos variados para casa, porque segundo ela mesma, está apaixonada por ele e não sabe o que fazer. As drogas e bebidas, que já faziam parte do cardápio, eu nem estou contando, mas as alucinações de que tem um câncer de útero ou ovários sob a pele são realmente além da imaginação.
Até pensei que ela realmente estivesse doente, mas a coisa toda era uma metáfora. A dor era a da perda e Liv só livrou dela ao encarar que Grace não volta mais. Antes disso, porém, surtou com Rich, que só estava tentando estudar para a prova e ser (estranhamente) um bom garoto.
Mini foi outra que não escapou da fúria de Liv e só se livrou de um espancamento completo porque começou a gritar que estava grávida. Franky ouviu verdades. Realmente, é uma baita sacanagem se colocar assim, entre dois irmãos (no figurado e não no literal). Pelo jeito que Franky fala, minha suspeita de que ela está usando Nick para se livrar de Matty meio que se confirmou. Ela não demonstra ter qualquer interesse sentimental em Nick e o coitado está lá, completamente entregue.
Se Matty não fosse tão “fugi do hospício” eu não daria nenhuma chance de perdão para Franky, mas o retorno dele e de sua bunda peluda (precisava daquela cena? Não. Claro que não) provam que Matty tem uns bons parafusos a menos, já que não é capaz de articular duas frases que façam sentido juntas e só sabe dizer que sente muito.
Eu até já comentei que não acho justo culparem o garoto pela morte de Grace, afinal, aquilo foi um acidente. Inconsequente, é verdade, mas nada proposital. Como Matty é bizarro e só aparece para causar problemas, acho que a turma está mais do que certa em evitá-lo, embora eu acredite que, agora, isso não será mais possível.
P.S* Graças aos céus o próximo episódio é sobre Franky e Mini. Eu não aguentaria um focado no Matty.
P.S* Estranhei um pouco a intimidade repentina com Doug, o diretor da escola que queria aprender a esquiar. Não faz sentido até esse homem sonhar com Grace, mas tudo bem.
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