domingo, 25 de março de 2012

Fringe 4x15: A Short Story About Love


Não há explicação cientifica.


Tragam o óleo de peroba porque vamos precisar para passar na tremenda cara de pau dos produtores e roteiristas de Fringe. Pois é. “Quanta cara de pau” foi a frase que eu soltei na hora em que nosso amado Observador, September, surge de um raio de luz de dentro do ovo de páscoa metálico que Peter encontrou antes da hora, dando a explicação mais esperada da temporada, como se nada fosse.
O mais curioso é que eu não achei ruim, não fiz careta e não quis matar ninguém. Acho que eu já esperava por isso e no fim das contas, ninguém pode dizer que AMOR não é coerente com a história, a trajetória e a abordagem de Fringe.
Sendo assim, gostei do episódio. Não foi maravilhoso e passa longe de merecer muitos elogios, mas tudo bem, eu o aceito do jeito que foi porque, como sempre, Fringe se garante nos detalhes. Mínimos detalhes.
Para começar falando de um, durante a conversa de Nina e Olivia já dá para notar tulipas brancas sobre as mesas do café e todo mundo sabe que elas tem significado especial para Walter. Até referência a Scooby-Doo fizeram depois e só por aí dá para perceber que a riqueza de elementos denota o capricho com que Fringe é produzida. Como a trama não pode ser só de curiosidades, vamos falar do que realmente aconteceu, a começar pelo titulo do episódio, que já entregava de bandeja o que poderia acontecer.
O mais importante não é nem o lance do amor em si, mas a confirmação de que não existe Lado C. Pelo menos ele não foi mostrado na série. O tempo todo estivemos lidando com os Lados A e B alterados e toda a confusão gerada é mérito dos roteiristas. Acho que eles mandaram bem em plantar a dúvida e semeá-la em nossas cabeças e talvez pela quantidade de teorias e possibilidades, imagino que algumas pessoas, talvez até a maioria, possa ter se frustrado com a resolução apresentada.
É, realmente, muito corajoso lançar a jogada do amor numa série de ficção cientifica. Essa explicação geralmente traz para o público a reação contrária – no caso, o ódio – mas do jeito que as coisas foram colocadas até aqui, me soou natural e plausível. Foi uma decisão que demanda um nível extremo de cara de pau, repito, mas de verdade, imaginei algo do tipo desde a Season Finale da 3ª temporada. Na época eu até jurei que não aceitaria amor como solução, mas cá estou eu, meses depois, com uma opinião diferente.
É lógico que eu não tiro nem um pouco a razão da galera que vai reclamar do que aconteceu. Ainda penso que podiam arrumar uma saída melhor, só não sei qual. Não sou roteirista e muito menos paga para pensar nesse assunto. Além do mais, não nego que adorei ver Peter e Olivia juntos novamente, dessa vez, com a certeza de que são certos um para o outro.
Só achei um pouco extremo, dado o histórico da personagem, que Olivia tenha escolhido esquecer certas coisas para substituir suas memórias pela da vida com Peter (no caso, a memória original). Também é estranho que Nina ache que ela vai perder Olivia totalmente, afinal, ela pode até esquecer da época em que foi adotada, mas não vai esquecer do que aconteceu no presente, desde o retorno de Peter, não é mesmo? Olivia, de uma forma ou de outra, saberia que fez essa escolha, independente de ter acesso ao conteúdo apagado de sua memória.
Outra coisa interessante foi o lance do vídeo, com Walter descobrindo que um dos Observadores implantara algo no olho de Peter. Fiquei desesperada com aquela cena, porque convenhamos, é muito trabalho só para grudar um endereço na mente de outra pessoa, mas funcionou, de qualquer forma.
Peter acabou nos mostrando o apartamento de September e mostrando lugares onde ele já esteve e eventos que testemunhou, só pelos jornais expostos na parede. Alguns deles falando do Titanic afundando, do assassinato de John Kennedy, da guerra do Vietnam e do homem pisando na Lua pela primeira vez. Até o binóculo bizarro mereceu atenção e está enlouquecendo muitos fãs, que tentam desvendar o significado das informações descritas na tela. No entanto, o importante mesmo foi Peter encontrar o sinalizador – que para mim é ovo de páscoa de metal mesmo – libertando September.
Fiquei imaginando que lugar é esse fora do universo. September fora aprisionado por lá e depois de causar as maiores confusões, revelou, sem mais nem menos, a informação por que todos esperamos tanto. Justamente quando a gente acha que vão fazer mais mistério... Eles fazem. O tal sinalizador, que apareceu em “The Arrival”, quarto episódio da primeira temporada, deve ter papel importante para o desfecho. De acordo com Joel Wyman, que tuitou durante a exibição do episódio, mais informações sobre o sinalizador vem aí. Ou não. Os caras adoram mentir.
Achei bem bizarro o modo como o sinalizador foi ativado. Foi com a mastigação de Peter ou foi impressão minha? Ou o segredo era comer batatinhas? Walter também conseguiria ativá-lo, já que comeu um pacote com a mesma mão, sem luvas, com a qual fazia aquela autópsia nas pessoas ressecadas.
Confesso que achei o caso da semana bem bobo, embora pertinente. Só tive interesse mesmo pelos desenvolvimentos da trama central e aí é que esse episódio pecou bastante. A história precisa fluir como um todo.
Já no final, tive medo de que Olivia fosse dar de cara com Lee e desenvolver um affair relâmpago. Pelos olhares de cachorro abandonado de Lee, ele pode ser um problema para Peter. Vamos torcer para que não.

Já que hoje o Observador está ilustrando a review, mais uma coisa curiosa. Um flagra do caderno de rabiscos e projetos de Walter, em que o urso espião e o sinalizador aparecem em páginas vizinhas.
O Glyph Code da semana é QUILL, que significa franzir ou dobrar. Não faço a menor ideia do que isso tem de relação com esse episódio. Nada. Zero. Pensei muito e então vou apenas aceitar que hoje não é meu melhor dia para criar teorias sobre palavras que não tem qualquer sentido e relaxar
P.S*Até Scooby Doo virou referência.
P.S*Depois de uma noite de sono, ainda encucada com QUILL fui procurar mais. Quill é uma caneta de pena, daquelas usadas antigamente. Ainda assim, fico sem relacionar com o episódio.
Comentários
20 Comentários

20 comentários:

Aline Sotoriva disse...

Eu gostei da resolução com isto de amor e tals, só que eu esperava realmente algo científico. Fiquei feliz porque eu imaginava que era o lado A e acertei XD
A cena final com a câmera girando foi tudooooo de bom! She is your Olivia! Pirei muitooo!

Quanto ao caso da semana achei tbm bem fraco, e me surpreendi por não terem matado o cara, eles sempre matam rsrsrs

juliana disse...

além daquela frase que aparece em um epi que tá todo mundo falando, acho que quill pode ser referência a coisas que foram escritas e não podem ser apagadas, como peter. 

Ricardo Santana disse...

Tudo bem, Olivia recuperando a "memória original" mas e os outros?

Cirilo Becher disse...

Pior que ainda não sei se gostei ou não dessas explicações de Fringe, se bem que Fringe começou pelo amor do Walter...

Acho essa história de tudo ter sido reescrito por cima muito boa e faz todo o sentido se pararmos para pensar que o Peter realmente "nunca existiu" e não foi simplesmente jogado em uma realidade aonde ele "nunca existiu". A única coisa ruim é que talvez nunca envolvam outras realidades (ou não) nessa salada.

Bizarro uma série Sci-Fi onde o amor se sobrepõem a ciência, e olha que acredito no amor, mas que AMORZÃO é esse!       *Pobre Lee.

juliana disse...

olivia foi tratada com corthexipan, acho que é essa a explicação

juliana disse...

na real, ok, eles usam AMOR como explicação e mei que faz sentido, vamos dar um desconto. tudo que é série/filme/desenho animado sobre pessoas do futuro e aliens e tudo mais mostra que eles estão atrás de algo que "não pode ser copiado", "não pode ser criado artificialmente em laboratório", "não pode ser substituído" e é sempre amor ou variáveis (tipo alma, que seja, mas sempre algo supostamente inerente aos humanos e ao nosso tempo).

de qualquer forma, a explicação do amor é com relação à trama central de peter, olivia e walter. mas todo, TODO O RESTO (até agora) é explicado cientificamente (ainda que de forma um pouco forçada às vezes, mas é ficção, né, gurizada). o pessoal entra em pânico com essas coisas por causa daquela série que não pode ser nomeada (rsssss, brinks, é L O S T) porque eles simplesmente não deram explicação pra bosta nenhuma além de <3 <3 LOVE <3<3. ae sim foi meio frustrante (e olha que nem me revoltei à época, mas se a gnt vê um episódio agora mostrando algum mistério a gente já lembra que jamais saberemos as respostas). fringe não, a gente vê um episódio da primeira temporada e compreende as coisas pelas temporadas seguintes.
acho que tá indo bem. VAMOS ACOMPANHAR. 

Camila disse...

Eu amo ficção ciêntifica desde criança e fico feliz quando colocam o amor como resposta, quando é plausivel no caso de fringe é, no caso de Lost foi sacanagem rs. Amei o episódio fiquei estremamente feliz, sai dele mais leve sem tantas perguntas, acho q ''leve'' seria o significado de ''quill'' posso estar errada e tals, mas acho q se refere ao Peter com as respostas do Observador poder ficar com a Olivia sem ter q carregar aquele peso na consciencia de estar fazendo algo errado.

Camila disse...

 Hum, interessante essa teoria.

Welington Araújo disse...

Para ativar o ovo de Páscoa, a pessoa tem que comer uma TORRADA. Sacou agora a referência ao começo dessa temporada??? Fringe é e sempre foi uma série sobre torradas.

Bibo disse...

Camila, me ajude a entender qual a referencia do Scooby Doo...viajei nessa!

lord of kobol disse...

oh lords of kobol 

Bibo disse...

Desculpe ae Lord of kobol se não entendi... desculpe pela minha ignorância...se ela afeta sua inteligência nerd... foi mal ae...

Carol disse...

A explicação me satisfaz. Diferente de LOST (somos todos traumatizados, pelo visto), Fringe explica tudo aquilo que propõe, desde os casos à trama central, ainda que com explicações surreais. E acho o amor nesse caso, uma explicação pertinente para a série.

Camila disse...

 Eu sou só a Camila n sou a Camis rs

Camila Barbieri disse...

A referência é a de que Scooby Doo é uma série animada sobre mistérios ou a resolução de mistérios e casos bizarros. Assim como Fringe.

Cirilo Becher disse...

Decidi que aceito o AMOR como resposta

Rodrigo Santana disse...

Sobre o gliph code "QUILL". Num site sobre o seriado, li que Quill pode ser significado como uma pena usada para escrever, e que este tipo de instrumento está mais relacionado aos poetas, fazendo referência ao tom mais romântico do episódio. (Referência: http://zonafringe.blogspot.com.br/2012/03/glyphs-4x15-short-story-about-love.html)

inara disse...

Todos esses plots de memória apagada e reescrita com amor e a escolha de Olivia sobre suas memórias me lembrou um anime chamado Tsubasa Resevoir Chronicles.

tatiana arantes disse...

É o AMOOOOOOOOOORR ♫

Gustavo de Castro Ventura disse...

O episódio teve toda cara de fim de série, estão mesmo encerrando, ainda mais com os números da audiência.

Mas sobre tudo o que aconteceu, sobre o amor ser a resposta e tal, acho bom lembrar do título do próximo episódio, "Nothing As It Seems" (Nada é o que parece)... portanto, pode ser que tudo o que foi mostrado até aqui não seja isso mesmo! E espero que seja assim.

Esperar até sexta pra ter a resposta!