quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

The River 1x01x02: Magus/ Marbeley


Uma mistura tão louca que você pode acabar gostando.

The River, nova série da ABC, é mais uma dessas produções das quais eu não esperava absolutamente nada. Para ser honesta, eu esperava sim: que fosse ruim demais até para que eu me desse ao trabalho de comentar a estréia. Como sou teimosa e tenho a mania de assistir a todos os Pilotos lá fui eu, embarcar nessa aventura, literalmente falando.

O resultado foi inesperado e até positivo (em parte). Consegui assistir a Series Premiere sem sofrer e até encontrando elementos interessantes. Ao final do lançamento em dose dupla eu sabia, no entanto, que não seria capaz de ver a sequência. Parei por ali mesmo, porque apesar de tudo, eu ainda sinto um cheiro forte de imbróglio no ar.

Não quero tirar o valor do episódio, entendam. A proposta é legal, mas eu não vejo funcionando numa série aberta. A história de The River funcionaria perfeitamente num filme por exemplo. Até numa minissérie. Por mais que os produtores afirmem que a trama é planejada e que essa temporada inicial tenha apenas oito episódios, eu sempre desconfio.

A grande questão é que esse é o tipo de trama que possui tempo de vida útil e, portanto, uma série que se alongue por muitas temporadas me cansaria, caso faça sucesso. Por outro lado, se The River acabar cancelada precocemente vai ficar sem final, provavelmente. É uma questão pessoal mesmo o fato de eu não encarar mais roteiros misteriosos com resolução sem data marcada. Não quer dizer, em absoluto que The River não vá agradar outras pessoas, como eu acredito que vá.

O que me surpreendeu é que percebi uma grande mistura de elementos de TV e cinema que são bons usados separadamente, mas que eu duvidava que funcionassem todos juntos e ao mesmo tempo. A série aposta num estilo documentário e é como se estivéssemos vendo os bastidores da gravação de um desses programas de aventura na natureza. Câmeras tremidas, um pouco como em Bruxa de Blair, tentam passar a ideia de que tudo aquilo é real, especialmente os momentos mais aterrorizantes.

Sou sincera ao dizer que não tive medo ou me assustei, até porque, algumas coisas eu acabo levando na base da piada e mais me fazem rir do que qualquer outra coisa. Por exemplo, é inevitável não pensar que o “Corpo Seco”, entidade misteriosa que acaba aprisionada dentro de um Kinder ovo gigante, é o monstro de fumaça de Lost. É muito parecido, especialmente em alguns takes em que o troço (sem definição maior) se mostra como um borrão preto, atacando barco e seus tripulantes no meio do Rio Amazonas.

Se você aí está perdido com tantas coisas e não faz ideia nenhuma do que se trata a série, a trama é simples. Um apresentador de TV bastante popular, host de um programa sobre animais e natureza (The Undiscovered Country) desaparece durante uma de suas expedições pelo Rio Amazonas e aí, sua família e a equipe do programa saem numa jornada para resgatá-lo, enquanto documentam em vídeo cada momento da viagem.

Tudo segue calmamente até que o grupo encontra Magus, encalhado e abandonado. O barco que durante 22 anos foi a casa do desaparecido, Dr. Emmet Cole (Bruce Greenwood), agora parece fantasmagórico e guarda em seu quarto do pânico justamente o tal Corpo Seco, que é libertado e se alimenta de sangue humano, ganhando força destrutiva.

Nesse ambiente tão bizarro, tudo o que Lincoln Cole (Joe Anderson), o filho de Emmet, deseja é sair daquela região antes que sua família diminua ainda mais. A mãe dele, Tess (Leslie Hope), no entanto, está decidida a encontrar o marido, com o apoio de Clark Quietly (Paul Blackthorne) o produtor executivo do The Undiscovered Country, que só está preocupado mesmo em produzir um programa que renda em dinheiro e audiência.

Na equipe temos o câmera A.J Poulain (Shaun Parkes), que arrisca a vida, mas não desiste de conseguir imagens do Corpo Seco. Aliás, temos um clichê de filme de terror nesse episódio, porque o câmera 2, gordinho e nerd é o primeiro a morrer atacado pela criatura do Kinder ovo. Quando ele saiu no deck para filmar eu até sabia o que viria em seguida, com cenas medonhas dele sendo arrastado, revirado e atirado longe.

Lena Landry (Eloise Mumford) é filha de outro câmera da equipe do Dr. Cole que está desaparecido. Ela surge do nada em um helicóptero e se junta às buscas com afinco. Kurt Brynildson (Thomas Kretchsmann) é o cara que faz a segurança e lida com armas pesadas, além de estar potencialmente envolvido em alguma tramóia para eliminar Emmet, caso ele seja encontrado vivo. Emilio Valenzuela (Daniel Zacapa) é mecânico de barcos que viaja com a filha Jahel (Paulina Gaitan) uma garota que sabe muito sobre as coisas sobrenaturais que rondam o grupo e tenta avisar a todos, sempre em espanhol, porque alguém que falasse inglês facilitaria muito o entendimento do “FODEU NEGADA. CORRAM PARA AS COLINAS”.

A primeira parte do episódio faz uma boa apresentação dos personagens e dos parâmetros que a série deve seguir. No segundo, a busca por Dr. Emmet Cole continua e o thriller ganha ritmo, apesar de eu identificar ali mais elementos de comédia. Imaginem de Jahel é possuída por uma cigarra. Sim. Isso mesmo. E essa cigarra é o espírito de Dr. Emmet, que mesmo vagando em insetos por aí, continua vivo.

Depois, parte do grupo encara a selva e a lenda de uma menina afogada por buscar uma boneca que caíra no rio. O cenário é meio patético, com uma árvore cheia de brinquedos pendentes e gente tendo o pé puxado. Tess, inclusive, é sugada pela mãozinha da menina morta para o fundo da água e só retorna (numa tumba, no meio do mato) quando seu filho encontra os ossos da verdadeira mãe da garota do rio e a devolve para sua filhinha monstro.

Há ainda a insinuação de que Lena tem algum poder especial e que está destinada a salvar a todos, já que possui uma estranha marca no pescoço. O clima de feitiçaria indígena domina e, embora insinuem (Ok, o Rio Amazonas não corre só aqui) que estamos no Brasil, todos os nativos que aparecem em cena nessa Premiere são fluentes em espanhol e não falam uma só palavra em português. Aliás, eu nem exigiria isso, porque o certo seria que víssemos dialetos indígenas.

A parte desses probleminhas técnicos, The River, para quem gosta de filmes de terror B, C, D ou Z me parece um prato cheio. O que me amedronta mais do que, porém, é o nome de Steven Spielberg na produção, afinal, esse homem tem se esforçado para entregar os piores projetos de TV nos últimos dois anos.

The River é criação de Oren Peli, responsável por “Atividade Paranormal” e apesar de ser chamada pela crítica americana de “O NOVO LOST”, seu criador jura que se inspira mais em Arquivo X, o que parece uma imensa balela depois desses dois episódios.

Um último susto para quem gosta do estilo: A Series Premiere foi dirigida pelo cineasta espanhol Jaume Collet-Serra, responsável pelo maravilhoso e poético “A Casa de Cera”.

P.S* Minha impressão da série piorou muito depois do segundo episódio e eu gosto de descrevê-la como sendo uma mistura de BBB, Bruxa de Blair, Lost e Pretty Little Liars (a série teen onde a Água do Rio é vilão e bonecas medonhas causam terror).
Comentários
9 Comentários

9 comentários:

Junior Dias disse...

"Minha impressão da série piorou muito depois do segundo episódio e eu
gosto de descrevê-la como sendo uma mistura de BBB, Bruxa de Blair, Lost
e Pretty Little Liars (a série teen onde a Água do Rio é vilão e
bonecas medonhas causam terror)."

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK despertou minha curiosidade com esse ultimo comentário, nem que seja só para rir vou baixar o pilot

Marceloantunes disse...

Tirando que a moça da foto parece a Izzie Stevens ...

Lol, mudando de conversa, como toda a série tapa buracos da ABC da certo (Grey's, Castle e Body of Proof) vai que essa segue a tradição ...

Tetrateris disse...

Camis, não vai comentar nada sobre a vila em "Tocantins, Amazon, Brazil" em que se fala espanhol? rsrsrsrs
Eu tentei, mas quando a mulher mostrou a foto para o monstro da fumaça e começou a gritar "um para vivo", "dois para morto" ou sei lá, eu desisti...

Tetrateris disse...

Só para concluir: "correr para as colinas" é o que vou fazer quando vierem com a próxima série produzida por Spielberg. Depois de Falling Skies, Terra Nova e agora The River toda minha boa vontade com ele foi pela janela.

Michell disse...

kkkkkk, pois é!!! tiveram acesso ao roteiro genial de PLL e copiaram descaradamente as bonecas e o rio. coisa feia
MAS QUE PILOTO RUIM PRA CA#%&*@. FOI uma tortura. nunca mais na minha vida.

robsoncardin disse...

Eles não insinuam, eles falam mesmo! Até mostram no mapa onde o homem desapareceu, estão no Tocantins! hahaha
Delícia, acho que vou fazer umas aulas pra aperfeiçoar meu espanhol quando for planejar minha próxima viajem turística pelo Brasil.

Joao Lukas1997 disse...

Camis,eu axo q vc tá sendo um pouko burra(e olha que eu amo as reveiws de Once),mais eu axo que em vez de vc etra na onda do povo vc devia mais se entregar a obra e ver no q dá.A série tem muitos erros no piloto como por exemplo:a localização e a linguagem,mais eu acho q como o emmet tá virando feiticeiro, ele poderia muito bem se interligar a natureza,para defender sua familia.
e bobs: aquilo q entrou na boca da jahel,ñ era cigarra,até minha irmã de 6 anos sabe q cigarra ñ voa,era uma libelula.
Vc ñ pode simplismente entra na onda,já pensando,ai meu deus steven só fez merda ultimamente,(tirando Smash S2),até pq quem vive de passado é museu.

Gustavo Lopes disse...

Eu acho q esse o piloto mais ruim e ofensivo que eu já vi na minha vida!
Titio Spilberg ultimamente atirando pra todo lado.

Victor Hugo disse...

Ahhh tipo eu sei q não é bom, mas adorei tá!! kkkkkkkk Tipo q q custa?? só tem mais 6 episódios mesmo!!!! E onde vou poder ver isso novamente:  "Imaginem de Jahel é possuída por uma cigarra. Sim. Isso mesmo. E essa cigarra é o espírito de Dr. Emmet, que mesmo vagando em insetos por aí, continua vivo." kkkkkkkkkkkk enfim a melhor parte EVER foi a boneca perseguindo eles, como deixou escapar essa parte na review???