As respostas estão chegando.
A loucura continua em Fringe, mas o episódio dessa semana já começa a desenhar alguns dos objetivos finais da temporada, esclarecendo dúvidas e criando espaço para novas teorias. Foi um episódio excelente e intrigante, cheio de elementos estranhos que nos deixam pensando, afinal, onde é que nós estamos.
Tecnicamente falando nós (espectadores) estamos do Lado A e, como eu já comentei em outros textos, a confusão se transformou em algo generalizado desde que Peter sumiu e voltou, sabe-se lá como. Alguns adotaram logo de cara a ideia de que víamos o lado C. Eu, pessoalmente, estava certa de que aquele começo de 4ª temporada não passava do lado A alterado, mas acabei mudando meu pensamento.
Depois de um tempo, comecei a duvidar de minha nova concepção do que estava acontecendo e, incerta, fiquei em cima do muro. Acho que essa é estratégia da maioria dos fãs, porque afinal, aprendemos a não nos precipitar quando o assunto é Fringe.
Nesse momento, tenho 99% de certeza de que estamos no lado A alterado pelo sumiço de Peter. Esse episódio ajudou bastante a formar minha opinião final e, embora eu ainda deixe aí 1% de margem de erro (porque estamos falando de Fringe e tudo pode acontecer), duvido muito que repitam a história de Peter traindo Olívia com sua versão C, nesse caso.
A questão das memórias de Olivia me pareceu muito claramente explicada. Doses maciças de Cortexiphan poderiam muito bem causar esse efeito colateral numa pessoa que já é sensitiva e que foi tratada com a substância durante toda a infância. Olivia sempre teve poderes extraordinários, que vimos muitas vezes em ação, por isso, aceito perfeitamente que as injeções de Cortexiphan expliquem a recuperação dessa memória “apagada” pela ação da Máquina do Apocalipse.
O engraçado é que jurei odiar Fringe se as coisas dessa temporada se resolvessem com Olivia se lembrando de Peter. Naquela época (no fim do 3º ano da série), porém, eu não cogitava uma explicação absolutamente plausível e as alterações na linha temporal. Gostei bastante do que foi apresentado e já tenho aqui minhas teorias sobre o assunto.
O final do episódio esclarece ainda que Nina Sharp megaevil, como vimos até agora, não é, de fato, Nina Sharp. A pessoa aplicando as injeções em Olivia nada mais é do que um shapeshifter 2.0, controlado por David Robert Jones (até onde sabemos). Se até o Broyles do universo alternativo foi substituído por um shapeshifter 2.0, é óbvio que a troca de Nina é cabível.
Além do mais, a edição dá a entender que, enquanto Walter e Lee estão na Massive Dynamic com Fake Nina, Olívia está refém junto da Nina de verdade. Lógico que também cogito que Nina (a verdadeira) fosse a pessoa injetando cortexiphan em Olivia, tendo sido aprisionada, quem sabe, por não querer mais participar desse plano bizarro de Jones e então, trocada pela cópia.
De qualquer forma, o que fica explícito é que Olivia é parte principal da estratégia de David Robert Jones, um cara que conhece bem os poderes do Cortexiphan e da própria Olivia. Imaginem o que essa Olívia de mente tão poderosa, capaz de trazer de volta memórias que, na prática, nunca aconteceram, poderá fazer quando unida ao anfilício, por exemplo.
Para o azar de Peter, justamente quando ele parece ter encontrado sua casa e as pessoas que ama, algo precisa atrapalhar. As cenas dele com Olivia foram lindas e trouxeram de volta aquela sensação de estamos no lugar certo e fazemos parte da história. O momento em que ele admite que acredita estar diante da Olivia certa, porém, me deixou ressabiada. Aquele 1% de incerteza ainda está incomodando, afinal, a nossa Olivia não mereceria ser traída consigo mesma. De novo.
Para quem ainda acha que o comportamento de Walter está estranho e por isso a certeza maior é de estamos em universos C e D, vale considerar que ele não tem as habilidades mentais de Olivia. Por mais que ele acredite em coisas estranhas, é normal que esteja relutante em aceitar que o homem que apareceu três meses antes, afirmando ser seu filho, seja mesmo e tenha voltado depois de ser apagado da linha temporal. É até uma questão de proteção psicológica e uma reação que vejo com naturalidade.
O caso da semana foi igualmente interessante e há quem acredite que essa brincadeira de Deus e as experiências genéticas que ligam seres humanos como um grupo, estejam relacionadas com a “criação” dos Observadores. Como se os carecas fossem seres humanos melhorados e com habilidades criadas em laboratório, desenvolvidos para ter o poder de viajar pela malha temporal, testemunhando grandes feitos da humanidade, ajudando, inclusive, a construir a história.
Falando nos Observadores, o desse episódio chega até a cruzar com Peter, do lado de fora da loja de conveniências no posto de gasolina. É possível vê-lo passando pela janela, atrás do balcão, quando Peter vai à procura de Olivia, que deu o conhecido golpe do “foi comprar cigarros e nunca mais voltou”.
O Glyph Code dessa semana é HENRY, que não tem nada a ver nada mostrado nesse episódio. Ou quase isso. Talvez seja uma referência ao taxista que ajudou Olivia e que fez o parto de Bolivia, mas há possibilidades interessantes a se considerar. Uma das teorias em andamento entre os fãs é a de que Henry (o bebê) esteja envolvido nessa história, sendo, potencialmente, o chefe ou um parceiro de crime de David Robert Jones.
A coisa é complicada e parece impossível, mas quando pensamos no assunto... Não é tão impossível assim. A ideia geral é a de que, a consciência de Henry Dunham, assim como a de Peter, não tenha se perdido completamente e, de alguma forma, tenha retornado para ser o Mr. X, o homem que matou Olivia.
Alguns fatos mostrados na série deixam a opção em aberto, porque no episódio 3x19 (Lysergic Acid Diethylamide), Mr. X chega a interagir com Peter como se o conhecesse e estivesse surpreso. Além disso, Walternativo teria guardado uma amostra do sangue do bebê para ativar a Máquina do Apocalipse com uma nova interface biomecânica, quando poderia, facilmente, ter pegado o sangue de Peter, se isso bastasse para ativar a máquina.
É claro que a teoria é vaga e a explicação para essa saída no roteiro da série teria de ser muitíssimo bem explicada, mas não deixo de considerar que Henry Dunham apareça na série em algum momento, simplesmente pelo fato de que esse foi um dos maiores questionamentos do público na época em que Peter foi apagado e também porque em Fringe nenhum plot, insinuação ou referência existe por mero descuido e apenas por acaso.
Nada disso é garantido e é provável que seja apenas uma viagem alucinógena de quem anda usando muito LSD caseiro de Walter. Não custa sonhar e pensar no assunto, pelo menos. Afinal, não fossem as teorias malucas, Finge não seria tão interessante.
P.S* Walter no hospício foi um show à parte, primeiro falando de LSD e depois elogiando o planetinha em que seu “amigo” doido acreditava viver.
P.S*Bacana a interação de Astrid com Sean. Parece que a visita de sua versão B a ajudou a lidar com rapaz.
P.S* Considero ainda que o Glyph Code possa precisar de continuação, como já vimos acontecer duas vezes nessa temporada. Semana que vem, saberemos. Há ainda a chance de ser uma referência à participação do ator Henry Ian Cusick (o Desmond, de Lost), mas eu praticamente descarto a possibilidade porque a aparição dele é só no 19º episódio, o que é distante demais.