terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Fringe 4x12: Welcome to Westfield


Quanto mais queijo, menos queijo.

Assim como num bom queijo suíço, Fringe está provando a teoria de quanto mais sabemos, menos entedemos e, por mais que isso soe como um paradoxo, é nesse exato momento em que a série fica potencialmente mais interessante.

Acho que sou do contra. Quando fico diante de um episódio que me deixa zonza é que percebo o quanto gosto de Fringe e porque realmente assisto a série. Estou completamente perdida e é maravilhoso notar que, bem no meio da temporada, toda teoria é válida e inválida ao mesmo tempo.

Para mim, o episódio dessa semana trouxe de volta aquele sentimento de expectativa alucinada que eu sentia com a 3ª temporada. Meus olhos ficaram arregalados o tempo todo e eu não acreditava no que estava na tela, com mil perguntas martelando na minha cabeça. Afinal, o que os produtores e roteiristas de Fringe pretendem? Eu sei a resposta dessa pergunta: enlouquecer-nos. Estão realmente conseguindo.

Prestando atenção em tudo o que despejaram de informações até aqui, o que se percebe é uma imensa salada, que tem o intuito de nos confundir. Os caras querem nos surpreender e estão trabalhando duro nessa missão. Começamos com a insinuação de linhas temporais alteradas pela ausência de Peter e passamos para a insinuação de dois novos universos.

Sinto que somos uma bolinha de ping-pong e que somos jogados a cada hora para um lado. Em algum momento alguém vai ter que fazer o ponto e ficaremos de um lado da mesa. Decidi parar de apostar em apenas uma coisa e já penso em Fringe dentro dessas duas possibilidades. Aviso, no entanto, que não ficarei chocada se nos apresentarem uma terceira resolução completamente diferente, em que descobrimos que tudo isso é apenas uma alucinação da vaca Gene que usou LSD demais.

Por enquanto, quem parece estar numa situação bizarra é Olivia. O que está se passando na cabeça dela é um grande mistério e pode ter tudo a ver com as injeções extras de cortexiphan que ela recebe até hoje. Efeito colateral ou não, o fato é que ela parece estar com duas consciências ao mesmo tempo e uma delas está ganhando a briga.

Para mim, não é que ela esteja se lembrando de Peter e dos acontecimentos anteriores. Não de forma tradicional. É como se ela recebesse uma transferência de dados e tudo se transformasse em verdade absoluta e rotina. Como se aquele conhecimento novo não fosse novo e sempre estivesse contido na cabeça dela.

Numa lembrança normal ela ficaria questionando o fato daquilo não estar ali antes. Olivia não tem um insight do tipo “putz, lembrei!”. Nada disso. Ela cita o caso de Edina (2x12-Johari Window) como se aquilo fosse real para ela. Mais tarde ela recebe Peter com o jantar como se aquela fosse apenas mais uma sexta feira do casal.

Ela não questiona nada disso, não estranha (só um pouco, quando Walter não se lembra de Edina e Peter afirma ter trabalhado nesse caso em sua timeline) e, já no final, ela sequer parece saber que Peter um dia surgiu no lago Reiden, com a história de que ele tinha sido apagado. Melhor ainda: se Olivia se lembra de tudo (como alguns cogitam), porque ela não comenta sobre o desaparecimento de Peter, em primeiro lugar?

Claro que são apenas suposições que devem ganhar alguma base a partir do próximo episódio. Não acho que isso confirme 100% que estamos lidando com lados A e B alterados, embora eu tenha a tendência de acreditar mais nisso. Poderia ser também uma transferência de memórias de outra Olivia para ela, o que caberia na teoria dos lados C e D, mesmo que eu continue questionando o quanto essas “lembranças” são convenientes, já que Peter falou sobre o restaurante e a tradição das sextas-feiras antes que ela o tratasse como se nada jamais tivesse acontecido.

Vale ressaltar também que o que acontece com Olivia não é, absolutamente, fruto da estadia dela em Westfield. Acredito que o “sonho azul”, em que ela está com Peter na cama, em meio a declarações de amor já era um sinal e talvez esse “sintoma”, fosse notado por Peter e Walter se todos eles estivessem fora da cidade de onde não se pode sair.

O caso de Westfield, assim como o de Olivia, não exclui nenhuma das duas teorias em andamento. A única certeza é a de que Peter, em qualquer dos casos, seria o provável único sobrevivente, por não possuir dopplegangers. A “desertificação” da cidade poderia ter acontecido tanto em lados A e B, como em C e D, sob comando de David Robert Jones, com alguma (muita) ajuda de Nina Sharp.

Não dá para entender qual é o objetivo deles, entretanto. Aposto apenas na possibilidade de Westfield ter sido um “teste”, como se eles estivessem se certificando do poder de destruição do anfilício antes de executar um plano final. Mas qual é o grande plano megaevil? Impossível de prever até agora.

O que me assustou foi ver que, se dependesse de mim e das minhas habilidades de encontrar a BISSETRIZ, todos teriam morrido/desaparecido. Fico pensando que estaria lascada num Fringe Event desses, em que aulas de matemática e física ajudam a salvar vidas. Fora isso, o paralelo de Westfield com a “loucura” de Olivia foi muito bem traçado, mostrando muito bem as consequências que esse tipo de “brincadeira” cientifica pode trazer, relembrando, inclusive, outro episódio excelente da série, (2x14) “Jacksonville”, onde dois edifícios (um de cada universo) colidem, gerando mutações e grandes estragos.

A relação entre Peter e Walter, cada dia mais próxima, me faz desejar que essa seja apenas a realidade A alterada. Morro de pena de Walter (de qualquer Walter, em qualquer universo) só de pensar nele perdendo o filho novamente, justo agora que já começa até a sair do laboratório.

Os progressos para que Peter possa operar a Máquina do Apocalipse continuam e ele já é a interface biológica, mesmo que ainda não seja possível conectar o leitor genético à engenhoca em si, o que não deve demorar.

Não sei se foi apenas uma forte impressão minha, mas na sequência da queda do avião, acabei lembrando muito de Lost e juro que ouvi aquele “PÔ da série da Ilha antes de começar a abertura de Fringe. Como não vi ninguém comentando sobre o assunto, pode ser que eu esteja vendo referências onde elas não existem.


Aliás, aproveitando que essa cena veio à baila, o Observador está bem ali, próximo ao caminhão, assistindo de camarote a mais esse estranho caso que só Walter consegue explicar.

Por outro lado, a citação sobre Brigadoon é legítima referência, lembrando a história da cidade que só aparece a cada cem anos e de onde é impossível sair. O Mágico de Oz também volta a aparecer nos diálogos, dessa vez com Olivia mencionando que Peter deveria fazer como Dorothy, batendo os tornozelos e pensando no lugar que ele chama de casa, para que assim, conseguisse retornar.



O Glyph Code é uma menção bastante óbvia à Olivia e seu novo estado mental. OLIVE remete à infância e aos tratamentos com cortexiphan, o que pode vir a confirmar que essa confusão de memórias tem origem nas injeções.

Comentários
19 Comentários

19 comentários:

juliana disse...

camis, alguém em algum blog (juro que n sei qual, ou dava o crédito) sugeriu que os glyph codes poderiam estar em conjuntinho de novo (death march olive), embora não faça mto sentido gramaticalmente. tb li por aí em algum comentário que talvez o september tenha dito para a olívia que ela teria que morrer em todas os futuros justamente porque ela lembraria do peter, acabando com o trabalho porquinho que ele fez ao apagá-lo. mas se pá ela acaba sobrevivendo agora que a merda tá feita mesmo. 
bom, meu comentário até agora foi só plágio (pelo menos assumido) de outras pessoas. por mim, devo dizer que curto mto tuas reviews pq elas enumeram as possibilidades (muitas) e são honestíssimas. ninguém tá entendendo nada mesmo, e isso que é o bom em fringe (pelo menos até agora, né?)

Fábio Lins disse...

Camis, sei lá. Pra mim está tudo bem claro. Considero que sempre estivemos apenas com 2 universos e que na s03, estamos vendo os 2 universos alterados pela ausência de Peter. Como agora Peter está de volta, os universos estão dando um jeito de alinhar as coisas. Não é Peter que voltará para sua timeline e sim, a timeline que se adaptará a ele, vide o que aconteceu com Olivia e Walter nesse episódio. Acho que vai chegar um momento em que todos tratarão Peter normalmente como sempre tratou e ele é que vai ficar atordoado com essa situação. 
Mas é tudo opinião e especulação. Fringe está fritando nossos miolos.
Abraço e parabéns pelas sempre ótimas reviews  

Tatiane Lopes disse...

Fringe só está completo pra mim dps de ler a sua review, Camis.
Por causa dela vejo algumas coisas que não havia visto e fico com uma maior sensação que não estou entendendo nada, mas adorando, e ficando mais curiosa pra saber, entender!! Só fã de Fringe entende uma coisa dessa..
"Melhor ainda: se Olivia se lembra de tudo (como alguns cogitam), porque ela não comenta sobre o desaparecimento de Peter, em primeiro lugar?"
Essa é uma das perguntas mais validas de todas..
E como sempre ótimo review.. Abraço

Camila disse...

Ótimo episódio, sobre o Peter ter falado sobre a rotina deles, acho que foi para que nós pudéssemos nos situar e ver q existia isso antes, para n soar estranho quando ele falasse ''Ah mais isso é o q eu e a minha Olivia faziamos'', e nós nem saberiamos o q era essa rotina, eles ficaram juntos tão pouco tempo rs que eu nem acredito nisso, cada hora a Olivia tava possuida por um ou n era ela, tbm fico na duvida desses sonhos que ela tem se são da outra linha do tempo, se aconteceu ou se são só sonhos.

Ótima review camis :)

ticciwitter disse...

Lindo episódio ! Deu um nó na cabeça de todo mundo, mas o que mais gostei foi a interação Peter X Olivia X Walter tudo tão bonitinho, saudades das temparadas passadas, acho que quero assistir tudo de novo, agora com mais crocância.

Camila Barbieri disse...

Faria sentido esse lance dos codes se fosse  nessa ordem: Olive Death March. Fora isso, não acho que seja mais um código interligado, porque eles lançam na ordem, né? Imagina se ainda por cima a gente precisa ficar descobrindo qual code de qual semana vem primeiro pra formar a frase mágica?

Camila Barbieri disse...

Para mim Fábio, essa sua teoria tb é a mais válida, mas analisando no todo e até pelos "previously" não dá para afirmar nada. Cada dia eles lançam um das ideias no roteiro do episódio e é pra confundir mesmo. De qualquer modo, a descoberta da verdade pra nós deve ser bem legal. Eu vejo boas possibilidades em ambas as teorias.

Deyse disse...

Adoro suas reviews! Parabéns!
Na minha opinião, a Olívia está absorvendo a consciência da outra Olívia e isso é obra da Nina, com aquelas injeções, para que ela seja capaz de atravessar para o outro lado.
Mas, isso não exclui a possibilidade de essa ser a timeline do Peter se ajustando a "existência" dele... enfim, loucura! kkkk

juliana disse...

iêié. to por aguardar e curtir a jornada (flashback lostiano agora). hahaha 

juliana disse...

ah! (aloca dos comentários) tive MUITISSIMA impressão de que aquele era o "nosso" walter no momento em que ele pediu a torta de ruibarbo pro sweeney todd de westfield. não sei, coisa de sentimento mesmo, familiarizei. haha 

Taís disse...

Pra mim é meio obvio que Peter não vai voltar para universo algum, eles não iam ficar meia temporada num lugar para depois sumir, no fim universo sem Peter vai ter que se tornar o universo que a gente conhecia antes de alguma forma.

Anonimo disse...

Em Fringe nada é óbivio ;)

MSV disse...

"Aviso, no entanto, que não ficarei chocada se nos apresentarem uma terceira resolução completamente diferente, em que descobrimos que tudo isso é apenas uma alucinação da vaca Gene que usou LSD demais."   haha'

Welington Araujo disse...

Camis, gostaria tanto de poder escrever um comentário útil, teorizando sobre os fatos e tal, mas com essa sequência de episódios fica difícil... Te dou os parabéns por reunir tanta informação. :)

Fauzy Lobato disse...

Nao sei se foi impressao minha, mas quando a Olivia espera pelo Peter em casa ela disse algo como "Eu me lembro de Tudo", e pra mim quando diz tudo é tudo mesmo, e pelo que sabemos ate agora ela nao lembra do Peter ter desaparecido. Outra coisa é que o episodio dar a entender que talvez , que na verdade a Olivia teria sido afetada pelos acontecimentos Westfield ela fica tonta, só que mais tarde o Walter diz que o sangue dela ta tudo ok ! 

George disse...

Esses negócio de carros pararem no meio de uma estrada quase escura, lapsos de tempo, problemas com eletromagnetismo, pensei .... "Hummm, lá vão eles fazer uma referência descarada a Arquivo X. Só ficou faltando o Mulder sair correndo pra ter certeza que que havia um X pintado em vermelho no chão". Como eu acho que a cena foi realmente inspirada em Arquivo X, ela remete justamente ao Piloto da saudosa série.

Rossi Neto disse...

Fringe com várias possibilidades como sempre.Mas pela promo do próximo parece que vão nos dar algumas respostas.

Lara Vieira disse...

Fringe sempre nós surpreendendo, mas pra mim ficou claro que só existe 2 universos, mas estes 2 universos foram modificados pela falta do Peter, tanto que na 3 temporada fica claro q o September não tinha que  salvar o Peter, então para "consertar" a realidade dos universos eles tiram Peter de cena, como se ele tivesse morri congelado quando novo, mas ai que entra minha duvida , será que a ligação entre Peter e Olivia ou Peter e Water é tão forte e fez ele voltar a essa realidade? Fringe é uma ótima serie que nós faz pensar e ficar divagando muito sobre os próximos acontecimentos.

Candida disse...

Você tem razão, Camis. O "PÃ" realmente  é o de Lost.  E a referência a Arquivo X também.