segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Awake 1x01: Pilot (Pre-Air)


Acordar do sonho não é uma opção.


Awake ainda não estreou oficialmente (O Piloto será exibido só em 1º de Março), mas a NBC mais uma vez aposta na estratégia de liberar a Series Premiere um pouco antes na tentativa de cativar o público e começar com o pé direito.
Independente de essa estratégia funcionar, o que você precisa saber é que Awake fez um dos Pilotos mais sólidos dos últimos tempos. Bem estruturado, com bom elenco, excelentes diálogos e proposta muitíssimo bem trabalhada. A história de fundo é bem interessante e intrigante, faz pensar, planta no espectador a semente da dúvida e aí está o grande trunfo da série. Muita gente não vai conseguir parar de assistir até entender o que está acontecendo com o protagonista. Fato.
A trama de Awake é focada na vida do detetive Michael Britten (Jason Isaacs) após ele e a família sofrerem um acidente de carro. Pode parecer banal, mas o curioso é que, desde então, Michael vive duas realidades distintas. Em uma delas somente sua esposa, Hannah (Laura Allen) sobreviveu. Na outra apenas o filho do casal, Rex (Dylan Minnette) está vivo.
Michael não tem a menor noção de qual desses mundos é o real e a série também não deixa qualquer dica. Tudo o que sabemos é que ele nunca dorme, já que “viaja” entre as duas realidades quando deita a cabeça no travesseiro, com a única certeza de que, na próxima vez em que fizer isso, estará do outro lado.
O que guia Michael por essas duas versões de sua vida são pulseiras coloridas (vermelha ou verde), além da presença da esposa ou do filho. Ele tem a ajuda de terapeutas, um para cada realidade - a Drª Evans (Cherry Jones) e o Dr. Lee (BD Wong) - mas nem mesmo as sessões e longas conversas sobre o assunto ajudam a desenhar uma linha concreta entre sonho e realidade. Cada lado parece ser o verdadeiro e, para Michael, acordar e perder uma parte de sua família não é uma opção.
Como ele também é detetive, esse lado profissional é bastante explorado e deve marcar a série com os conhecidos “casos da semana”. Nesse caso, as duas realidades estão sempre interligadas de alguma forma, com pistas parecidas, mas crimes diferentes. Os parceiros de trabalho de Michael, também variam, de lado para lado. Em um deles temos o detetive Bird (Steve Harris) e do outro o novato detetive Efrem Vega (Wilmer Valderrama).
Um dos pontos que mais chamam a atenção é a qualidade dos diálogos, especialmente os que acontecem durante as sessões de terapia. Cada cena te faz pensar de maneira diferente e considerar diversos fatores nessa equação, embora a conclusão seja sempre a mesma: impossível saber o que está acontecendo.
Mesmo para um primeiro momento, os atores conseguiram estabelecer muito bem a conexão familiar entre eles, tanto que logo de cara já não é possível tomar partido de uma das realidades. Você não quer que Michael perca o filho ao mesmo tempo em que você não quer que ele deixe a relação com a esposa e a chance de começar novamente.
Sobre os comentários gerais de que a série não tem como se sustentar, acho que é cedo para dizer. Não quero acreditar que Awake não consiga uma base fixa de fãs que a façam durar, simplesmente porque seria muito injusto. Estou dizendo, apenas, que a possibilidade de falha existe (sempre), mas só os números da audiência podem definir o que acontece em seguida.
Num primeiro momento, Awake parece ter estrutura para seguir em frente só pelo fato de ser uma produção muito mais “pé no chão” do que Touch, por exemplo. Eu vejo futuro para Awake e possibilidades de desenvolver o arco central de forma coerente e que chame a atenção do público. Torço para que dê certo, de verdade.
Awake é criação de Kyle Killen, que segue também como produtor executivo, ao lado de Howard Gordon e Jeffrey Reiner. O Piloto foi dirigido por David Slade.
 P.S* Teoria minha sobre a série, com base apenas no Piloto: Michael em coma, vivendo essas realidades numa cama de hospital. Só um pensamento bobo, porque acredito que a ideia da série é muito mais profunda e tenha a tendência de explorar as capacidades incríveis da mente humana.
Comentários
9 Comentários

9 comentários:

Pedro H. Couto disse...

Acho que eu fui a única pessoa do mundo que não gostou de Awake.

Raquel Alves disse...

Gostei da premissa da série, acho bastante interessante esse tipo de trama que está muito bem atuada e com um ótimo roteiro.Acho que tem tudo pra da certo, mas na minha opinião, essa não é uma estória que dever ser esticada por 4 ou 6 temporadas, estaria muito satisfeita se fosse uma mini-série de 15 episódio por exemplo.Se não vai ficar nessa enrolação sem fim, eu gosto que as estórias tenham começo, meio e fim e sentido.
O que eu mais gostei nesse piloto foram os diálogos entre o cara e os psicólogos e o que foi destacado por vc, não da pra saber o que é ou não é verdade.
Obs.: Se fosse pra chutar qual realidade é verdadeira, diria que o filho está morto e a mulher viva, perder a pessoa amada é ruim, mas até que “biologicamente” normal, mas um filho morrer antes do pai e por culpa dele, é muito pra qualquer ser humano, isso é um trauma muito grande mesmo. Essa dele ta em como ta muito na cara, acho que serão mais ousados.

Gilberto Proença Roque disse...

Eu gostei muito do piloto e infelizmente, acho que a série não terá uma vida muito longa, já que será exibida em um canal da tv aberta... Espero estar errado, pois quero ver mais episódios fenomenais como esse!
 

Van_delcaro disse...

Não tinha me animado pra ver,mas agora acho que vou dá uma chance.

p.s:Você largou The Walking Dead?

Keila disse...

Minha teoria é que quem morreu foi o pai, o protagonista e ele não quer largar a familia.

Lucas Melo disse...

Sim, vc foi a única pessoa a não gostar, a série é extremamente bem produzida e agradável de se ver!

Nanda Farina disse...

Essas teorias de que ele está morto ou em coma são extremamente óbvias, seria broxante ter um final assim.

Dany Welch disse...

Não pretendia assisti até ter certeza que pelo menos a primeira temporada estivesse garantida, mas o super poder de Camis Barbieri de induzir vc a ver algo por causa das resenhas delas é imbatível. Assisti, gostei do piloto, gosto mais do psicologo do que da psicologa, na verdade os tons quentes sempre me agradam, então a realidade da esposa foi minha preferida visualmente, mas o drama da relação pai e filho é bem mais interessante.
Minha preocupação, como disseram nos comentários tb, a série é complexa de mais para um tv aberta, não estou julgando q as pessoas n tem capacidade de entender, mas o público geral tem preguiça de pensar depois de um dia de trabalho. Bem esperar e ver se teremos pelo menos uma temporada.

Fernando Carneiro disse...

Os argumentos dos terapeutas pra justificar que sua realidade não é sonho foram espetaculares. Lindíssimo piloto.