domingo, 25 de dezembro de 2011

Life's Too Short: Season 1


Tão baixo que você deveria ver.

Ao assistir Life’s Too Short, é impossível escapar de todas as piadinhas idiotas sobre anões e gente de baixa estatura. Está no título da série e logo começa a fazer parte da sua vida, até porque, nada melhor do que um bom trocadilho tosco para começar esse texto lá nas alturas. Ooops... I did it again!

A produção é da BBC 2, criada, roteirizada e estrelada por Warwick Davis, Rick Gervais e Stephen Merchant. Os dois últimos acumulam ainda a função de diretores dos sete episódios da primeira temporada, cada um com duração média de 30 minutos.

E sobre o que trata Life’s Too Short? Basicamente de todas as intempéries na vida de um anão, mas não qualquer anão. Nosso protagonista é, provavelmente, um dos atores anões mais famosos do mundo, a final de contas, é o astro de um clássico: Willow (Na Terra da Magia). Se você não viu, não merece falar comigo nem com meu anjo, quer dizer, deve correr atrás do prejuízo, porque é uma história de fantasia bem bacana.

Além de Willow, Warwick ganhou fama ao interpretar um Ewok em Star Wars e o professor Flitwick, na franquia Harry Potter. Ele também participou de um episódio de Extras, ao lado de Daniel Radcliffe, outra série de Gervais e Merchant sobre atores coadjuvantes tentando ascender na carreira.

Falando em Extras, quem já viu a série pode esperar em Life’s Too Short um estilo bastante parecido. O humor é sem regras e sem limites, abusando de situações vexatórias e de momentos de humilhação máxima o tempo todo, chegando ao cúmulo de colocar Warwick dentro de privadas, latas de lixo e fantasias de urso de pelúcia.

A série foi produzida como mocumentário e Warwick passa o tempo todo conversando com o espectador, tentando mostrar sua glamurosa vida de ator e celebridade milionária, quando na verdade, é apenas um falido, sem convites de trabalho decentes, em meio a um divórcio, sem capacidade alguma de dominar sua própria vida.

O fato de ele ser um anão piora tudo. Os problemas de dia a dia ganham intensidade já que Warwick, em meio a sua luta para sair do buraco, ainda precisa se preocupar em não ficar preso em banheiros, alcançar maçanetas e ter o luxo de poder alcançar as prateleiras mais altas sem a ajuda de ninguém.

A série explora bem esse lado da vida de uma pessoa de baixa estatura, vivendo num mundo onde nada foi projetado para quem não atende aos padrões estéticos. Há muita graça sendo feita dessas situações e, ao contrário do que muitos podem pensar, não é politicamente incorreto explorar esses detalhes. A intenção é, acima de tudo, usar esse viés cômico para mostrar um pouco da realidade de quem nasce com nanismo, especialmente porque a concepção de Life’s Too Short é do próprio Warwick, alguém que passou a vida toda lidando com isso.

Além das desventuras pessoais dele, temos a chance de ver um pouco do lado profissional também. Na vida real, Warwick é dono de uma agência de talentos que oferece um casting apenas de anões. Na ficção, esse elemento foi aproveitado e transformado em piada. Warwick se dá mal no ramo não apenas por ter um contador louco e sonegador, mas também por sempre garfar para si mesmo os melhores trabalhos que surgem na agência.

Ele passa o tempo todo tentando emplacar alguma coisa com a dupla Gervais e Merchant, que aparecem em cena como eles mesmos, sempre evasivos e de saco cheio de tanta gente lhes pedindo emprego. Aliás, os dois se pintam em Life’s Too Short como dois imbecis que não tem a menor consideração pelas pessoas. Há até a menção ao escândalo causado por Gervais durante a apresentação do Golden Globe 2010, com direito a aparição de Johnny Depp e uma listinha de insultos preparada desde a humilhação proporcionada por Gervais durante a premiação.

Assim como em Extras, cada episódio de Life’s Too Short vem recheado de celebridades, além de Depp, que aparece no episódio dois, tentando aprender com Warwick como ser um anão para interpretar Rumpelstiltskin, temos Liam Neeson no Piloto, afoito por se lançar como comediante stand-up. Ao longo da temporada aparecem Helena Bonham Carter, Steve Carell, Right Said Fred, Sting, Cat Deeley, Les Dennis, entre outros.

Life’s Too Short é, sem dúvidas, uma série na medida para quem é fã do estilo de fazer humor de Rick Gervais e Stephen Merchant e é por isso que acredito que a produção não vá agradar a todo o mundo. Nem mesmo a crítica britânica entrou num consenso sobre a produção colocando defeitos no texto, considerado “preguiçoso”.

Meus episódios preferidos são os dois primeiros, mas também adorei o fechamento da temporada, quando a humilhação atinge proporções épicas e Warwick Davis não tem outra opção a não ser se enfiar numa gaveta e ir viver na cômoda do quarto de despejo de sua assistente retardada.

Eu, pessoalmente, recomendo Life’s Too Short, mesmo achando que essa não é a melhor coisa já feita por Gervais e Merchant. A série tem excelentes momentos e meu maior argumento é o de que está cheia de anões. Melhor do que isso, não fica.

Comentários
2 Comentários

2 comentários:

michell disse...

valeu pela dica, mas prefiro continuar com minha maratona de parks and recreation s2 s2 leslie s2 s2 kkk
e acho que depois de parks pulo pra BMS, mas quem sabe qqler dia desse life's too short não entre pra minha lista

Lânderson Gomes disse...

Ótimo texto Camis.
Acompanhei a série e gostei muito, adoro séries de humor que te faz sentir vergonha alheia. kkkkkk
Vi um anão hoje e na hora lembrei de você, e ele carregava uma caixa (coecidência?) kkkkkkkk