Melhor, mas ainda falta alguma coisa.
Na semana passada, logo depois da Season Premiere de The Walking Dead, muita gente reclamou do episódio (algumas pessoas gostaram, é verdade), e ninguém ficou de fora dessa discussão. O assunto do momento é o que, afinal, está faltando para que a série seja uma unanimidade?
Eu só posso falar por mim. Sinto falta de carisma nos personagens, basicamente. Eu não sei se é culpa do atores, dos roteiristas ou de alguma outra coisa. Só sei que é difícil, ou melhor, impossível, pelo menos para mim, me conectar com os agentes dessa história, me importar com eles, torcer, chorar, rir ou me emocionar de qualquer forma.
Cito como comparação outra série da AMC: Breaking Bad. Eu posso até não gostar de um episódio, achar o desenvolvimento lento demais ou me revoltar com alguma estratégia sacana de roteiro, mas uma coisa é certa: eu tenho uma ligação psicológica com os personagens e as ações deles têm importância para mim, concorde eu ou não.
Em comparação com o episódio anterior esse foi, sem dúvidas, melhor executado. A ação se desenvolveu de forma mais eficiente, mas eu ainda não olho para Carl sendo operado a sangue frio e fico com pena do menino. Rick pode correr uma maratona com o filho ensangüentado nos braços que não faz diferença para mim. Isso é um grande e gravíssimo problema.
Ano passado eu ainda encontrava desculpas esfarrapadas para isso, dizendo que era culpa dos poucos episódios e que os personagens evoluiriam bastante em algum momento. Chegamos a um ponto em que isso não cola mais. As pessoas continuam assistindo a série porque gostam de ver zumbis comendo gente e não pela história em si.
Com um obstáculo tão difícil de transpor, um episódio dramático como esse perde muito sua força e seu impacto. Sinto que esse é um daqueles momentos em que deveríamos arrancar os cabelos pelo sumiço da menina e pelo estado de Carl. No fundo, as crianças são o que menos nos importam.
O que eu achei mais interessante foi a trama de Shane. Ele começa a despontar como personagem potencial, porque é uma das pessoas com mais problemas a enfrentar. Seu caso com Lori, a amizade com Rick e o fato de que ele é sempre um dos homens a se arriscar, em todas as situações.
A parte em que ele e o atirador vão em busca de suprimentos médicos para a cirurgia de Carl foi, sem dúvida, uma das mais bem executadas. Louvo ainda a dinâmica entre Dale e T-Dog. Impressionante como um diálogo bem colocado faz a diferença no episódio. Os dois conversando sobre o lugar deles no grupo, apontando a posição de cada um foi, definitivamente, importante para nossa percepção de como a coisa está estruturada e como pode se desdobrar.
Continuo esperando mais espaço para Daryl, que é foda demais destruindo a cabeça de todos os zumbis. Ao mesmo tempo, desejo que ele seja atingido por um balde de água, ou ele pode morrer de tanta sujeira incrustada no corpo. Não sei se aguento outra gritaria de Andrea diante de um zumbi. Berrar não adianta porque não o que detém zumbis não é estourar os tímpanos deles.
Os novos personagens também criaram algum interesse, especial o Dr. Hershel Greene, com sua revelação de que é veterinário, para desespero de Lori. A serenidade desse homem foi realmente impressionante.
P.S - Mesmo com todas as críticas, The Walking Dead foi renovada para mais um ano.
P.S² - Aguardo ansiosamente pelo dia em que aguardarei ansiosamente pelo próximo episódio dessa série.
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