Amando muito essa vidinha no subúrbio.
Estou impressionada com Suburgatory. Semana passada eu soube estar diante do melhor Piloto de comédia dessa Fall Season, mas a julgar pelo crescimento da série nesse segundo episódio, sinto vontade de gritar, a partir de agora, que esse é o melhor lançamento de comédia da temporada.
Tenho vontade, mas vou me segurar. Apesar de “The Barbecue” ter me feito rir bastante ainda é cedo para afirmar qualquer coisa. Mesmo assim, estou bastante empolgada em continuar e feliz por ganhar vinte minutos de diversão, depois de tanto sofrer com comédias de péssima qualidade que estrearam recentemente.
Como já deu para notar, o grande trunfo de Suburgatory é o texto que sabe brincar com clichês e estereótipos. Não sei exatamente por quanto tempo isso pode funcionar e nem quero prever que um dia eu possa não ver graça no que eles estão propondo.
Fico extasiada com todos os exageros. De um modo bom, é claro. Tessa e George contrastam muito bem com o ambiente em que foram inseridos e parece que eles estão vivendo num sonho multicolorido (ou pesadelo, vai saber?) e que nós podemos ver tudo de camarote.
Quem nunca teve de fugir de uma vizinha mexeriqueira? A versão brasileira desse tipo não te convida para jantar, mas adora cuidar da sua vida do mesmo jeito. A família Shay é surreal de tão boa. Esposa mandona, marido que parece papagaio repetindo tudo, filha anti-social e... Como descrever a presença CONTIDA de Ray?
Só depois de terminar esse episódio é que pude entender o motivo desse personagem crocantíssimo só aparecer no final da Premiere, naquela dancinha que exalou sensualidade. Ray rouba a cena. Ray era o que eu achei que faltava em Suburgatory. E não digo isso só pelos atributos físicos do moço (ok, por isso também!).
Ryan me fez gargalhar pela tosquice imensa que representa. Aprecia cinema estrangeiro vendo Avatar. Quer ter um jantar com Scarlett Johansson (MORTA!). Dança mais que piriguete em baile funk. Come com a elegância de um príncipe, chupando ossos e debulhando sanduíches. É dono de uma inteligência ímpar, por assim dizer e fez valer cada minuto em que apareceu.
O personagem me fez lembrar um pouco do Thad de Blue Mountain State. Quem assiste talvez concorde. Ele é tão errado que acaba funcionando. Já deu para notar que simplesmente o adorei e que espero que ele continue quebrando o pé de moleque (oi?) de Tessa.
Todo o resto do episódio também foi ótimo. A polêmica do churrasco para a vizinhança realmente funcionou, com muitas piadas elegantes sobre casais gays e salsichas. Isso sem falar na lição de vida que foi o momento em que aprendemos que Norte-Coreanos não são apenas Norte-Coreanos. Eles podem ter um pedacinho do sul dentro deles, gerando conflito e profunda personalidade.
No entanto, devo dizer que nada seria tão complexo quanto compreender a tonalidade de pele de Noah. Não consegui distinguir se é só laranja ou se tem leves reflexos dourados no contraste com a luz do sol.