Sedução e manipulação.
Ridículo dizer que fui positivamente surpreendida por esse episódio de The Good Wife, mas é verdade. Fiquei bastante impressionada com o ritmo, com a agilidade, com os diálogos rápidos, com a edição eficiente, que pulava de um núcleo para outro com precisão, imprimindo tensão e expectativa em quem assistia tudo aquilo sem, de fato poder interagir.
Adorei a proposta da negociação num hotel, longe dos escritórios, novidade na série junto com a primeira aparição de Lisa Edelstein, que interpreta Celeste Serrano, advogada provocativa (e provocadora) que já teve um caso com Will.
Com a presença chamativa de Celeste os roteiristas começam a introduzir uma espécie de “inimiga” para Alicia. A disputa não será apenas por Will, mas também profissional, dentro da Lockhart and Gardner, já que fica bastante óbvio que Celeste deve migrar para a firma. A proposta é interessante, afinal, apenas o ódio de Peter Florrick seria muito pouco desafio para a protagonista, que parece mesmo estar mudando seu mode de agir e de pensar.
No começo, Alicia talvez não aceitasse tão prontamente a ideia de Will em jogar com o ciúme. Mais do que isso, ela bancou a ofendida, vestindo a carapuça de Santa Alicia e todos compraram. Por enquanto, ela tem essa imagem de mulher recatada e extremamente correta a seu favor, porém, acredito que seja por pouco tempo.
O caso dessa semana foi muito interessante de acompanhar, cheio de reviravoltas que acabaram afetando até o trabalho de Eli Gold. Impagável a reação dele ao descobrir que o queriam para gerenciar uma crise de queijo, contudo, a atitude muda rapidamente quando ele percebe a proporção das coisas.
Quando eu crescer, quero ser igualzinha a Eli Gold, que pressiona as pessoas, as deixa completamente tontas e manipula situações em seu favor. Infelizmente, nem tudo sai perfeitamente, porque na Lockhart and Gardner sempre existem interesses demais em conflito, o que ficou mais do que comprovado pelas interferências de Diane no trabalho de Eli. Estou em dúvida sobre a durabilidade dessa parceria, que se mostra cada vez menos vantajosa para Mr. Gold.
Apesar dos outros personagens terem ficado à sombra desses dois arcos principais, vale prestar atenção à conversa entre Kalinda e Cary. Muita mágoa de miguxo rolando ali da parte dele, mas o interessante mesmo é perceber que ela é honesta ao demonstrar que se preocupa com a opinião de Cary.
Sobre as cenas com os filhos de Alicia, só resta dizer que foram o grande ponto fraco do episódio e estragaram um pouco a dinâmica do episódio, que poderia ter sido perfeita. Há quem diga que Grace esteja desenvolvendo interesse lésbico pela tutora, embora eu ainda não veja a coisa dessa forma. Eu apenas não entendo o porquê dessa história existir. Já o irmão de Alicia vale pelo fator piadístico. Quem não riu com a possibilidade de dois homens gays se excitando tantricamente com as memórias de infância jurássicas de Jackie, que atire a primeira pedra.