Duas notícias: a boa e a má. Qual delas vocês querem primeiro?
Evitando começar esse texto com coisas negativas, vou dizer logo a coisa boa: Peter voltou num episódio surpreendente e minha cabeça está em polvorosa. A parte ruim é que, justamente agora, a Dona Fox me vem com uma pequena pausa em Fringe e teremos de esperar 15 dias para saber como essa história continua. É uma baita sacanagem, mas acho que a espera vai valer a pena.
Eu meio que já sabia que Peter estaria de volta nesse episódio. Durante o hiatus das temporadas li, sem querer, uma entrevista de Joshua Jackson dando exatamente essa previsão para o retorno do personagem, mas eu nunca esperei que fosse ser assim, completamente chocante.
Quando saímos da central de energia próxima à ponte, direto para o Reiden Lake, meu coração quase saiu pela boca. Fiquei boquiaberta ao ver Peter emergindo das águas do lago, como se o menino que um ele foi e que morreu afogado naquele local, estivesse adormecido e finalmente se libertasse.
Esse retorno de Peter, que se lembra de absolutamente tudo (ao que aprece), cria tantas novas perguntas que só consigo ficar cada vez mais entusiasmada pelas descobertas que ainda virão. Embora não tenha ficado claro onde ele estava durante essas três semanas (esse é o tempo passado desde o uso da Máquina do Apocalipse) e como conseguiu voltar, tenho a teoria de que isso tudo tem a ver com a união de energias de Peter, de Cameron James e do próprio local que antecedeu a aparição. Talvez aquela central de eletricidade tenha dado um estímulo final para que a “viagem” se completasse.
Há ainda a possibilidade de intervenção dos Observadores, mas não sei até que ponto eles realmente continuam alterando as coisas. Particularmente, não acredito que eles (e por eles eu destaco September) tenham feito mais do que deixar que a história corresse seu curso, com a volta de Peter como algo “natural”. Não apagar os vazamentos foi uma forma de alterar os fatos, sem dúvida, mas ainda é difícil saber qual o verdadeiro papel dessas figuras na história toda.
Agora que temos Peter de volta, quero muito ver as reações de cada personagem às coisas que ele tem a dizer e revelar. Adoro o fato de que o grande conflito é vê-lo consciente de tudo, enquanto os demais estão às cegas e sem poder compreender completamente as coisas que aconteceram e que ainda estão por vir. Peter ganha papel fundamental na temporada e deve se tornar peça chave de diversos casos e episódios.
Acho que vale a pena ficarmos atentos às possíveis novas habilidades de Peter, afinal, a presença dele alterou o tempo, como vimos nesse episódio. O relógio de Olivia voltou um minuto (de 06h00min para 05h59min) e Walter pôde ver pelo vídeo algo que ainda não tinha acontecido no apartamento de Olívia, durante a investigação com Astrid. A solução para consertar os dois mundos pode morar justamente aí.
Mais do que tudo, quero ver como Peter se conectará com Walter. Não faço ideia de como ele irá abraçar a história de que o garoto que seqüestrou para salvar, nunca morreu de fato. Olivia, desconfio, será um pouco mais fácil de lidar, já que o tempo todo nos dizem que ela está seguindo seus instintos e sentimentos. Lembrem que ao ver Peter envolto em energia (ou em forma de energia) ela impediu sua destruição.
O principal, porém, é a forma como essa volta é apresentada. Lembro do meu pavor em ver uma cena em que Olivia recuperasse suas memórias do amor perdido, com Peter ressurgindo em seguida, como príncipe encantado em conto de fadas.
Mais uma vez, Wyman e Pinkner provam que são bons no fazem e que sempre encontram um jeitinho bacana para resolver tudo, afinal, projeção astral é algo que faz parte da mitologia de série desde o começo, mesmo que nunca tenha sido explorada em maior profundidade. Aliás, fiquei bastante interessada no “Subject 9”, que evidenciou o lado cruel dos testes com cortexiphan, afinal, nem todos eram fortes como Olivia ou conseguem lidar com as habilidades e consequências como ela.
Algo muito interessante nesse episódio foi o retorno de outra desaparecida. Nina Sharp também deu o ar da graça, trazendo novidades. Walter nunca a odiou e Olivia, que sempre foi a pessoa mais desconfiada em relação à Nina, agora se mostra intimamente ligada a ela, sugerindo até que as duas têm um relacionamento de muitos anos. Nina conhece fatos da adolescência de Olivia, o que fica claro quando ela menciona a cara de sua “melhor amiga” ao ser convidada para o baile por um garoto cujo nome deixei escapar. Cada dia mais anseio por flashbacks dessa nova realidade para conseguir entender como essas relações se construíram.
Só para variar um poquinho, John Noble estava excelente, ao ter seus ataques de pânico por causa de germes e ao tentar convercer Olivia de que ele não precisa voltar para o hospital psiquiátrico. "Você agiu contra todas as convenções e expectativas. Comportou-se de modo irracional, acatando apenas sua intuição e instintos. Quando eu faço isso consideram-me louco. Suponho que eu tenha aprendido que a loucura é mais complicada do que pensam.". Frase perfeita e estrategicamente construída.
Uma das referências culturais do episódio é ao filme Matrix. Walter baseia sua tentativa de captar a imagem da aparição de Peter utilizando diversas câmeras em múltiplos ângulos, num efeito chamado “bullet time”. Nesse caso, pelo menos uma das câmeras deveria gravar a imagem, que poderia ser vista de apenas um ângulo exato.
Como curiosidade, vale dizer que muitos fãs notaram a recorrente aparição de um quadro com uma ponte. Hoje, estava na casa de Little, mas a peça aparece no escritório de Broyles e até na casa de Bolivia. Provavelmente, uma alusão à ponte entre os dois universos.
Outra coisa interessante é a fachada do prédio de Little, semelhante à que podemos encontrar bem em frente ao apartamento de Bolivia. Nesse caso, não sei dizer se é algo pensado para intrigar ou se é só economia de cenários mesmo.
O Observador, só para alertar aos desatentos, estava no Reiden Lake durante a aparição de Peter, mas caso alguém ainda tenha dificuldades, a grande seta vermelha irá ajudar.
O Glyph Code da semana é RESET. O significado é recompor, redefinir, restabelecer. Mais óbvio impossível. A palavra está intimamente ligada a Peter e o efeito que seu retorno causará no universo (ou ambos). Recompor a ordem das coisas, redefinir as realidades e quem sabe, restabelecer a paz entre Lado A e Lado B.
PS* Falaram muito em torradas e torradeiras mais uma vez. Definitivamente, Fringe é uma série sobre pão tostado (com ou sem passas).