O duelo final.
Um dos momentos mais esperados desde o começo da temporada anterior era o dia em que Walter White enfrentaria Gus pela última vez. Ali mesmo dava para prever que seria um momento épico, porque Gus foi o primeiro antagonista a realmente desafiar Walter, em todos os sentidos.
Todas as temporadas de Breaking Bad souberam trazer figuras amedrontadoras. Ainda hoje me lembro dos gêmeos com aquele machado reluzente e tenho calafrios, mas mesmo eles nunca foram capazes de causa o efeito que Gus causou na história da série.
Talvez por isso, a 3ª temporada seja minha favorita e acredito que sempre será. Sei que a maioria esmagadora ainda prefere o que acabamos de ver, mas minha memória, que guardou bem as cenas primorosas, os roteiros bem elaborados e as atuações cheias de tensão, não me trai.
É claro que essa temporada tem seu valor. Em alguns momentos achei que perderam um pouco a mão, mas o trabalho de Aaron Paul deixa qualquer problema no chinelo. Ele foi o grande destaque desse ano, intenso como só ele sabe ser. Não houve sequer um episódio em que ele tenha deixado de surpreender, o que é mais do que impressionante.
Walter ficou mais em segundo plano, o que foi até bom para a trajetória do personagem. Pela primeira vez ele esteve numa desvantagem real, nos fazendo duvidar sobre o que aconteceria no futuro, já que a sorte – o elemento mais presente nesses quatro anos de série- parecia tê-lo abandonado e passado completamente para o lado de Gus.
Ainda acho que foi isso mesmo o que aconteceu. Em todos os momentos críticos, Walter foi salvo quase que por intervenção divina. Tudo estava contra ele, mas no fim, algo inesperado vinha e mudava tudo. Dessa vez foi muito diferente.
Depois de Walter destruir Gus desse jeito e manipular Pinkman para trazê-lo de volta como seu aliado eu acredito que tudo seja possível
Podendo apenas contar consigo mesmo, ele deixou de confiar no acerto natural das coisas e agiu racionalmente, pela primeira vez. Movimentos calculados, que intrincaram acontecimentos perfeitamente, para que no final ele pudesse dizer: “Eu venci”.
Preciso, obviamente, deixar elogios infinitos para a cena em que Gus aparece com a cara despedaçada depois da explosão. Coisa muitíssimo bem feita e muito impressionante. Deu vontade de assistir diversas vezes.
Foi tão bom quanto o estratagema de Walter em colocar a bomba na cadeira de rodas do Tio Salamanca. Excelente uso de um personagem secundário recorrente, lembrando que o ator responsável pelo papel, Mark Margolis, é outro de talento ímpar. Desde sua primeira aparição acreditei que ele era um velho inválido e vi maldade em seu olhar, coisa que literalmente explodiu com essa vingança.
Gostei bastante das mudanças de dinâmica que vem por aí, indicando novos caminhos para os personagens na 5ª e final temporada (que será dividida em duas partes de oito episódios). Será um recomeço, um novo jogo, completamente desconhecido e essa é a melhor parte do que ainda está por vir.
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