sexta-feira, 7 de outubro de 2011

American Horror Story 1x01: Pilot


“Você vai se arrepender”.

Não diga que eles não avisaram.
Aqueles que já assistiram ao mais novo lançamento do canal FX, American Horror Story, sabem exatamente à qual cena pitoresca eu me referi na primeira frase de texto. Antes de tudo, a série te avisa, mas você, assim como os gêmeos ruivos abusados, continua, continua e continua. Não importa quantas vezes a menininha Addy repita: “Você vai se arrepender”.

Quando notei o humor distorcido que essa oração tenta passar ao telespectador, percebi que era mau presságio. As críticas à produção têm sido ferozes e, embora eu não tenha achado essa Season Premiere tão péssima quanto tentam pintar, não dá para negar que há diversas inconsistências e que a série não cumpre aquilo que propõem.

O título já diz tudo. Deveríamos estar diante de uma história de terror, deveríamos sentir a mais profunda paúra, deixar de respirar com o suspense e morrer arregalando os olhos nos momentos de antecipação. Nada disso acontece e é frustrante. Já vi séries que realmente me assustavam e deixavam com aquele frio na barriga. Carnivàle e Twin Peaks são exemplos disso. American Horror Story não chega nem perto delas, em todos os aspectos.

Ver esse Piloto não é, de fato, a experiência penosa que muitos descrevem. Você assiste, simplesmente. Não morre de tédio, mas também não sente nada de extraordinário. Não é o pior Piloto de todos os tempos, longe disso. O problema é que o material promocional instiga as pessoas, gera curiosidade e expectativa e, para aqueles que estavam apostando alto, o choque pode ser grande.

Particularmente, eu não tinha qualquer vontade fora do normal em conferir a série. Assisti como assisto a todos os lançamentos dessa época e talvez por isso, minha decepção não seja grande. Também não vou dizer que achei maravilhoso. Seria até incongruente apontar tantos problemas e depois aprovar a palhoça. Ainda acho que a série pode conquistar seu público, embora eu duvide que dure mais do que uma temporada.

A série retrata a nova vida da família Harmon, que está praticamente recomeçando depois que algumas tragédias os abalaram. A esposa Vivien (Connie Britton) sofreu um aborto e foi traída pelo marido, o psiquiatra Ben Harmon (Dylan McDermott). Os dois permaneceram juntos para tentar salvar o casamento, as como Ben é inteligente ao ponto de trair a mulher dentro da própria casa, eles tiveram que mudar de cenário com a filha adolescente, Violet (Taissa Farmiga).

A recém comprada (a preço de banana, deveriam ter desconfiado) residência dos Harmon já foi cenário de diversas mortes, embora apenas a dos últimos moradores lhes seja revelada antes de fecharem negócio. A casa é obviamente mal assombrada e habitada por criaturas ou espectros sobrenaturais ainda não revelados, mas é óbvio que algo de muito estranho acontece ali e vai mudar de vez a vida de todos os habitantes.

No cenário de “horror” e esquisitice, estão também Costance (Jessica Lange) e sua filha Addy (Jamie Brewer), que tem síndrome de Down e parece ser a única capaz de perceber os perigos e ter contatos com as entidades do local; Tate Langdon (Evan Peters), um dos pacientes de Ben, sociopata (mas só mata pessoas que ama para livrá-las do mundo cruel) com quem Violet obviamente não pode deixar de se envolver; Larry Harvey (Denis O’Hare) ex-morador da casa que matou esposa e filhas num incêndio, influenciado por vozes em sua cabeça e a Governanta (Frances Conroy) a mulher que aparentemente já morreu, mas continua viva e que aparece em forma jovem (Alexandra Breckenridge) para seduzir o patrão.

A iniciativa do enredo não é, absolutamente, ruim, quando colocada em perspectiva, mas a execução é falha. A edição, cheia de recortes, tem a intenção de nos deixar apreensivos, mas não funciona. Porões com cabeças de bebês em vidros com formol não deixam ninguém com medo e a criatura com garras que aprece no escuro é uma espécie de Gollum que não está procurando pelo anel. Em português claro: a ambientação não convence ninguém.

O que não dá para negar é que estamos diante de um elenco de bons atores (exceto por McDermott que é ator BOM, se me permitem o trocadilho) e American Horror Story pode cativar por aí. Quanto ao texto e ao desenvolvimento da trama tenho fortes dúvidas.

A série é criação de (titio) Ryan Murphy e Brad Falchuck, ambos co-criadores de Glee. Quem, assim como eu, acompanha a carreira de Murphy desde Popular ou Nip/Tuck (dou crédito até para a Season 1 de Glee) sabe que o cara tem potencial nas mãos e consegue entregar episódios muito bons algumas vezes, com o grande porém de que, eventualmente, TODAS essas séries desandaram e caíram terrivelmente em qualidade e criatividade.

O único MEDO que American Horror Story me causa é o de eu me arrepender em ter começado. A partir daqui (a não ser que me garantam que essa é a melhor estréia do universo), manterei distância.

Comentários
13 Comentários

13 comentários:

Gabrieldiel disse...

eu recém coloquei para baixar, kkkk
estava ansioso, e dai leio o que você disse, agora esperar para ver.

Eduardo Pinheiro disse...

achei um lixão...mal editado, atores pagando hipoteca, sopa de clichês, absolutamente nada digno de nota.

João Paulo C F Longo disse...

Me senti na mente de Ryan Murphy. De fato um Horror.

Nosso titio foi o diretor deste piloto e como podemos ver deitou e rolou em algumas cenas... O que foi aquele homem-borracha? Será que aquilo também aparece a noite na casa do tio Ryan? Mistério... 

No resto foi bem morno/clichê que não funciona. Meio duvidosa essa opção de desfilar essas coisas paranormais/toscas sem a menor cerimônia. Comecei a rir da boneca Maísa assassina de unhas quilométricas. Que coisa bobinha... A edição pesou muito a mão nessa cena diga-se de passagem.

Até hoje vendo O Sexto Sentido tenho calafrios, muito diferente do susto barato em cima de uma trilha escandalosa e brega. Apostaria mais nesse caminho, de causar calafrios e não sustinhos, já que gostei da história e os atores não decepcionaram.

E lá vou eu entrar numa outra barca do tio Ryan. Sei que vai afundar em breve mas... sou sem vergonha mesmo. Falling Skies e Terra Nova não me deixam mentir.

Lucas disse...

Ainda plagiaram a trilha sonora macabra do filme "Sobrenatural"

F3rn4nd0 disse...

tbm lembrei desse filme quando vi, por sinal achei lixo essa trilha, forçam na trilha pq n tem imagens "assustadoras" pra mostrar.

junior disse...

Não achei ruim !!! Atuações legais, muita cretinice... que governanta hot hein. Só achei muito forçado e espero que amenize mais a bizarrice e faça mais suspense. 
Aliás, essa FallSeason tá um LIXO... esse foi o melhorzin, á e também o Círculo Secreto, fora isso... só merda.

Janaina disse...

Esse episódio pareceu ter duas horas de duração. A parte que eu achei mais esquisita foi a da protagonista e o figurinha da roupa de latéx (que não é o marido dela né). Quando ela disse que tava grávida a primeira coisa que eu pensei foi: "A mulé vai ter o filho do capeta!?" 

O episódio mexe com clichês, (quando vi o fantasma dos gêmeos me lembrei na hora de O Iluminado) alguns conseguem ser interessantes (a governanta por exemplo) mas outros, tipo o pai sonâmbulo e o consultório em casa, é muita zona de conforto de filmes de terror.

Wilken Misael disse...

Galera, a série não pode ser chamada de clichê não, pois esse formato não existe na televisão, Twin Peaks era um  drama psicológico, aqui em AHS temos um horror drama, a série é sim uma grande referência ao cinema de horror, e apenas os fãs de raiz entenderão e pegarão algumas referências.
Assim como em Community, a série não é para todos, por causa de referências, não é por isso que ela seja ruim, ao contrário ela possui seu público bem definido e bem restrito.Algumas referências no piloto e na série em geral:1 - Os ossos no começo da série na porta da casa: O massacre da serra elétrica, e também os ossos humanos dentro de copos;2 - A cena do estranho, que canta aquela musica do assovio de Kill Bill;3 - Gêmeos Mortos, fantasma sedutor, Marido ficando louco: O Iluminado;4 - Homem no varal observando: Halloween;5 - Cavalheiro de terno preto: Poltergeist 2;6 - Gravidez misteriosa: O Bebê de Rosemary;7 - A edição é bem parecida com a de Jogos Mortais;8 - Alta freqüência dos violinos igual ao de Psicose;9 - Assassinato de uma família, como em Horror em Amityville;

Alti disse...

A Ana Maria Bahiana, que já teve acesso a outros episódios garante que a série progride razoavelmente.
Portanto, vou permanecer mais um pouco nesse barco, hehe,

Fernando disse...

Não achei a produção da série tão mal feita perto do que tem estreado nessa fallseason. Achei esse piloto bizarro e algumas cenas me deixaram desconfortável, mas mesmo assim vou acompanhar mais alguns episódios.

Rafael disse...

Acho que o Wilken Misae disse tudo quando fala que a série não é para todos, o tanto de referências (e o próprio estilo da série que me lembrou muito O Bebê de Rosemary, que pra mim é o melhor filme do Polanski).Primeiro que a definição de Horror aqui no Brasil é bem diferente do que realmente significa. O horror em si, não precisa, necessariamente, estar relacionado com sustos, mas sim uma atmosfera, sendo que alguns nem consideram o horror como um gênero, e AHS conseguiu fazer isso, pegou muitas referências de filmes clássicos e clichês e fez algo bom e uma das únicas coisas que realmente valem a pena assistir nessa fall season.Eu fiquei feliz com o que vi no piloto e acho que os personagens e a história podem evoluir para algo fantástico como foi Twin Peaks que também não foi feito para todos os públicos.   

CAROLZINHA_0071000 disse...

SE VOCE GOSTA DE COISAS BIZARRRRRRAS ASSISTA
É DEMAIAAAAAAIS
MELHOR ESTREIA.........
AGORA DE SEU LANCE E ROMANCINHO E COMEDIA CAI FORA POIS ESSA E UMA SERIE COM PUBLICO DEFINIDO

EU AAAAMEEEEEI

Diego Vital disse...

Gostando muito da série. Já to no episódio 5 e a história ta começando a se desenrolar em uma coisa psicologicamente perturbadora.