As mulheres de Breaking Bad, como você nunca viu.
Estava na hora. Breaking Bad tem um excelente elenco muito bem dirigido, mas até hoje, em quatro anos de série, não tínhamos visto as mulheres ganhando espaço e fazendo algo além de figuração.
O resultado da tentativa está aí. Num episódio muito bom, apesar dos poucos acontecimentos, já que o foco era desenvolver essas figuras femininas, elevando-as a outro nível.
Foi um trabalho admirável, especialmente com Marie. Ninguém (só Walter Jr) é mais figurante do que ela e menos explorado na produção. Acho que por isso fiquei tão impressionada com a presença dela no episódio.
O drama com Hank, se fosse real, não seria nada fácil de encarar. A depressão está destruindo o relacionamento dos dois e viver naquela casa já se transformou numa tortura diária. A válvula de escape de Marie são as “open houses”, onde ela cria um mundo de fantasia para fugir da rotina sufocante.
Enquanto isso, Hank coleciona pedras (Minerais! Mas pedras são minerais, registre-se) e age como um verdadeiro imbecil. Eu até o compreendo, mas tudo tem limite. A coisa parece tão feia que aquele colega de trabalho enxerga a “prisão” de Marie como um grito de socorro. O que Hank nem imagina é que com isso ele está voltando exatamente para o olho do furacão no tráfico de drogas local.
Skyler também está provando que pode ser ardilosa nos negócios. Ela ainda guarda aqueles resquícios de dona de caso no subúrbio, no entanto, é notável seu potencial para chefe de crime organizado. Vê-la negociar o lava rápido e armar uma emboscada para efetuar a compra deixam essa certeza.
Já Walter e Jesse continuam enfrentando os fantasmas psicológicos deixados por Gus. Para o primeiro é a questão da honra e controle, ainda mais abalada com a câmera no laboratório. Para Jesse, a coisa é ainda pior. Ele vive entorpecido, apavorado. Prefere transformar sua casa num antro de drogados a encarar sozinho todos os traumas pelos quais têm passado.